Capítulo 2

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— Eu deveria ter feito você fazer check-up enquanto estávamos no Med— diz Foster, enquanto estaciona a ambulância na baía dos 51 anos. É a terceira vez na última meia hora que ela diz isso.

Sylvie se abstém de revirar os olhos. Ela ama muito a amiga, e a preocupação com seu bem-estar é apreciada, mas ela não precisa de um médico maldito nem da montanha de papéis burocráticos para acompanhá-la.

— Você já olhou para mim— , Sylvie a lembra, apontando para a bolsa de gelo que repousada contra sua bochecha. — Estou bem.— Ela tira o sinto e pula para fora do veiculo antes que Emily possa dizer mais alguma coisa.

As equipes do esquadrão, caminhão e viatura estão fazendo a limpeza, então Sylvie abaixa a cabeça para evitar a todos. Ela está de mau humor depois do último chamado e da insistência de Foster. Sua bochecha e lábios estão ardendo, mas não há como seu orgulho deixá-la admitir isso agora.

— Por que não fala com o capitão e recebe a opinião dele? — Foster diz atrás dela.

Sylvie se vira para ver a traidora de sua amiga, e encontra Matt se aproximando da ambulância. Droga. Não é como se ela estivesse o evitando desde que ele a viu chorando na outra noite — mas estava — seu constrangimento por toda a situação a ajudou a proteger-se, com sucesso, de ter mais conversas individuais com ele.

Até agora. Ela nunca tem sorte.

— Minha opinião sobre o quê? — Matt pergunta. No segundo em que seus olhos pousam no lábio inchado dela, seu rosto endurece. — O que aconteceu, Brett?

Sylvie luta contra a vontade de bater o pé e dizer a ambos que cuidem de suas próprias vidas, mas a última coisa que ela precisa é acabar no escritório de Boden por insubordinação.

— Foster e eu respondemos a uma ligação em uma casa de fraternidade. Dois caras bêbado brigavam e atrapalhavam nossos cuidados com o paciente, e eu acabei na frente de um punho acidental tentando movê-los. Estou bem.

— Kidd — Casey grita.

A morena aparece com a sobrancelha levantada.

— O que foi, capitão?— Seus olhos se voltam para Foster, depois Sylvie, e ela dá uma olhada dupla — Oh, Brett! O que aconteceu?

Casey a polpa de responder, mas o alívio é de curta duração.

— Eu preciso de você junto com a Foster pelo resto do turno. Brett está fora.

— Pode deixar.

Sylvie se vira e foge, ignorando Casey quando ele chama o nome dela.

É certo que ela está sendo uma pirralha; é um comportamento do qual ela não se orgulha e pode muito bem resultar em uma repreensão de seus superiores. Mas quando outras pessoas agem como se soubessem melhor do que ela sobre como ela está se sentindo, ela fica irritada, e às vezes isso transborda.

Sylvie entra no banheiro apoiando as mãos na pia sem se dar o trabalho de se olhar no espelho. Sua visão levemente vermelha pela raiva. Ela respira profundamente para tentar suavizar a raiva que está quase transbordando. Então ela finalmente se olha no espelho para avaliar os ferimentos. Seu lábio inferior está vermelho e inchado, mas a pele está intacta. Virando a cabeça, ela vê que sua bochecha parece pior com hematomas já aparecendo. Esta sensível ao toque, mas deve curar rapidamente. Ela só precisa de mais gelo e um pouco de ibuprofeno para sua dor de cabeça.

Não precisa de todos os outros falando e fazendo o que acham que é melhor para ela, afinal a vida e o rosto ainda são dela.

Sylvie ouve passos se aproximando e endireita a coluna para a bronca que ela deve receber. O reflexo de Matt aparece no espelho e, desde a linha tensa de seus lábios e a rigidez de sua mandíbula, ela sabe que ele está chateado. Com um suspiro, ela se vira para encará-lo.

Feeling Behind the Eyes [Brettsey]Onde histórias criam vida. Descubra agora