— Graças a Deus! Foster! Eu tenho dois civis aqui atrás! Ferimentos por arma de fogo, sangramento intenso!
O som da voz dela retira todo o ar dos pulmões dele. Ele caminha pela porta aberta, vira uma esquina e quase se dobra de alívio. Jesus Cristo, ele nunca esteve tão convencido de que havia perdido alguém em sua vida. Ele quer agarrá-la e envolvê-la em seus braços, mas, como Brett em qualquer outro dia, ela está trabalhando. Ela está salvando vidas. Então ele resolve dar uma boa olhada nela enquanto oferece uma assistência.
— Oh, Deus, Casey, é tão bom te ver — exclama Brett, quase chorando, enquanto o aponta para um civil com sangramento causado por uma ferida grave no abdômen — Alguém precisa pressionar isso e eu simplesmente não tenho mãos suficientes!
Ele faz como mandado. Ele fica parado e exerce pressão enquanto Foster, junto com Kidd e Gallo, ajuda Brett a atender as vítimas. Seus olhos seguem todos os movimentos que Brett faz. Ele não pode evitar. Inferno, ele tem sorte de poder se concentrar. Eventualmente, todos os feridos são colocados em macas e em ambulâncias a caminho de Med.
A inteligência, é claro, segue Hailey e seu criminoso. A cena se acalma consideravelmente quando eles saem e finalmente dá tempo para Brett fazer o check-out. Foster está agitando uma lanterna na frente do rosto para testar uma concussão enquanto Matt para ao seu lado. Sylvie não parece machucada fisicamente. Não mais do que ela fez antes, pelo menos. Ele acha que pode distinguir um novo machucado em sua bochecha, a julgar pela tênue tonalidade vermelha na pele sob seus olhos. Ela foi atingida. Agora ele sabe por que Foster a está checando por uma concussão.
Ela o vê por cima do ombro de Foster. Os olhos dela encontraram os dele, vermelhos, crus e tristes. Foster termina e se afasta e, antes de Matt perceber os movimentos de Sylvie, seus braços estão cheios dela. Ela deve ter pulado, essa é a única maneira que ela poderia chegar até ele tão rápido, mas ele não está reclamando.
— Você está bem? — Ele pergunta enquanto seus braços a envolvem.Ela assente com a cabeça no pescoço dele e depois se aninha em seu abraço.
— Estou bem — ela respira fundo e começa a falar, sua respiração quente se espalhando pelo pescoço dele enquanto ela o faz — Ele simplesmente pulou no acelerador. Aconteceu tão rápido. Ele estava com o volante e não havia como eu ir a qualquer lugar que ele quisesse que eu fosse. Então eu lutei com ele pelo volante e bati na lixeira — O medo em sua voz é palpável. Os instintos protetores dele entram em ação e seus braços a seguram mais perto, como se ele estivesse tentando protegê-la de suas próprias emoções - mesmo que ele saiba que isso não é possível.
— Ele correu para este prédio e Hailey e eu o perseguimos. Deus, essas pessoas, Matt, elas estavam aqui apenas trabalhando, você sabe? Como as pessoas comuns fazem no meio de um dia de semana e agora elas são - e assustadas e feridas, e o responsável por tudo isso está em estado crítico. E se eles não descobrirem o que ele fez com aquelas outras garotas? — Respirar se torna mais difícil para ela e ele pode ouvir as lágrimas sufocando sua voz — E se nós fizermos tudo isso por nada?
Ele arqueia o abraço para olhar o rosto manchado de lágrimas e encontrar o olhar dela. Ele não tem certeza de que há uma maneira de confortá-la agora. Ele não tem boas respostas para as preocupações dela. Ele tenta pensar no lado positivo como ela costuma fazer.
— O importante é que todos estejam seguros e a Inteligência tenha pego ele. Apenas se concentre nisso por enquanto, Sylvie, ok? Vamos lá — diz ele, mantendo um braço em volta dela — Vamos voltar para o 51.
Seus olhos estão vidrados e atordoados, mas ela assente e deixa que ele a leve embora. Boden tira a ambulância 61 de serviço. Brett e Foster terão até o próximo turno para descansar e se recuperar ou mais.
Quando chegam ao quartel, as paramédicas parecem mais calmos e mais presentes, como se voltar para a segunda casa restaurasse sua sensação de segurança. Elas se retiram para o vestiário e emergem meia hora depois, tomam banho e trocam de roupa. Os arranhões e cortes de Foster foram enfaixados e Sylvie estava segurando uma bolsa de gelo na bochecha.
— Você precisa ir para o hospital — Foster diz a Brett.
— Eu estou bem.
— Bem porcaria nenhuma — Kidd diz sentada na cama ao lado da amiga — o que aconteceu hoje foi um poço muito fundo de estresse, e você não pode se estressar.
— Não na sua condição — Foster continua falando mais alto — você está — ela para abruptamente olhando para a porta para qual Kidd e Brett estavam de costas — Casey.
As outras duas se viram para o capitão. Agora ele pode ver o inchaço ao longo de sua bochecha. A raiva fervilha logo abaixo de sua pele, tanto que a conversa delas quase passa despercebido por ele. Mas nada que envolve Sylvie Brett passa por ele.
Foster vai para casa, afirmando que precisava espairecer, descançar. Brett não, ela precisa fazer algo muito importante. Ainda que com a ajuda de Kidd ela prolongue mais. Assim que Foster sai pela porta, Sylvie volta até o alojamento onde encontra Matt em sua sala.
— Como você está? — ele pergunta quando ela entra no quarto dele, e se senta na cama.
— Eu não tenho certeza — ela diz com a voz vacilante. Então as lágrimas começam a correr incontrolavelmente por seu rosto.
O que ela fez? Tudo o que ela arriscou em algumas horas, agora pesava em seu peito como se um elefante estivesse se sentado sobre ele. E agora? O que ela faria, como ela falaria a verdade recém descoberta? E se ele não a perdoasse? O quão furioso ele ficaria com ela?
Todas as duvidas, todo o peso de seu silêncio e do seu temor pelo futuro só a permitiu chorar, com os braços envolta do seu próprio corpo. Os soluços fazendo o seu corpo todo tremer.
Matt se levantou da cadeira perto da mesa onde estava, e foi até ela. Envolvendo-a em seus braços e murmurando que tudo ia ficar bem e o quanto ele a amava.
— Sinto muito, Matt — Sylvie diz entre soluços que a tornam quase incompreensiva
— Não há nada para você se desculpar — Matt diz segurando Sylvie perto — está tudo bem, eu estou com você, eu te amo.
Ainda tremendo, as mão dela deslisam até o bolso do moletom que ela está vestindo. E meio sem jeito, tentando ao máximo não se afastar nem um centímetros do abraço quente, seguro e reconfortante de Matt, ela tira o pedaço de plastico, deixando-o a vista de Casey.
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Feeling Behind the Eyes [Brettsey]
FanfictionMatt Casey e Sylvie Brett sempre viram um ao outro como um bom amigo, mas algo dentro deles está mudando. E a hora de decidir se continuaram apenas como amigo ou se entregaram aos seus sentimentos está chegando. Mas será que a resposta não chegará t...