Capítulo 18

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Beeps o acordou em seguida. O cheiro era forte, mas limpo. Hospital. Ele estava no hospital. Por quê? Sua garganta estava arranhada e seu pé latejava. Oh, certo, desabar.

— Eu sei que você está acordado — Hein? Sylvie. Ele abriu os olhos devagar, deixando que se ajustassem. Ela parecia um pouco empoeirada, mas por outro lado bem, sentada em uma cadeira ao lado da cama dele. Ainda assim, ele raspou.

— Você está bem?— O sorriso dela parecia um pouco triste. Ele piscou, tentando se concentrar.

— Melhor que você. Seu pé vai ficar bem, vai demorar um pouco para curar, mas você não vai perdê-lo. Virando a cabeça um pouco, ele olhou para o quarto e as cortinas fechadas.

— Que horas são?— Ela olhou para o relógio e disse cansada.

— Dois minutos para meia-noite.—

— Huh, senti mais tempo.— Ela assentiu e olhou para as mãos. Rolando a cabeça um pouco contra o travesseiro, ele perguntou. — O quê?— Sua voz estava baixa.

— Você me assustou lá.—

— Você assustou -me . Eu não queria você lá. Então explosão. Destroços, Pedregulho. Era como a fábrica de colchões mais uma vez. Ela se mexeu, a dor brilhando em seu rosto. Ele se arrependeu de ter trazido isso à tona. Não era uma competição de qualquer maneira.

— Acho que somos um par combinado.— Ela respondeu um pouco enigmaticamente. Ao levantar a sobrancelha, ela explicou. — Culpar a nós mesmos por coisas que não são nossa culpa. E não estou falando apenas do fogo do colchão — Ele fechou a boca, os olhos passando pelo rosto dela

— Sim talvez. De qualquer forma, não quero mais perder tempo — Uma mão hesitante descansou em seu pulso acima do gotejamento intravenoso em sua mão.

— Nem eu— O batimento cardíaco dele acelerou um pouco e ele corou ao vê-lo no monitor. Gentilmente pegando a mão dele com a dela, ela perguntou — Você acha que poderiamos sair em um encontro? Você e eu. Veja onde as coisas vão — Garganta apertada, ele procurou o rosto dela, quase incrédulo por ter ouvido direito.

Ele deveria ter feito essa pergunta, a muito tempo. Quantos dias ele perdeu remoendo o que estava sentindo, negando para todos e para si mesmo. Mas foda-se quem fez a pergunta desde que a resposta seja:

— Sim, eu adoraria isso — ele respondeu apertando a mão dela — mas isso pode ser complicado. Trabalhamos juntos, fui casado com sua melhor amiga ...

— Eu não ligo. Não me importo que isso possa ser complicado. Eu ... acho que também pode ser ótimo  — Brett respondeu sorrindo. E ele se sentiu aliado por isso, ele também não queria que as complicações os impedissem — Estou disposta a arriscar mesmo que seja complicado se fom com você.

Sorrindo de volta, ele não conseguia parar de olhar para os lábios dela. Tão intuitiva como sempre, ela entendeu e se inclinou, pressionando seus lábios nos dele. Todo o corpo doía levemente, o cateter estava coçando contra a pele e a cabeça latejava, mas o toque dela derreteu todo o resto, como uma onda de calor, os lábios macios e gentis. Ambos sentiram o resto do mundo desaparecer e, de alguma forma, ambos sabiam que, quando ele voltasse ao foco, tudo seria diferente.

Depois de um momento, o beijo se aprofundou e ele levou a mão livre ao queixo dela. Ela deixou um pequeno gemido escapar e se aproximou, a pressão contra os lábios dele e o calor dela tão perto, enviando arrepios através dele. 

Eles se separaram apenas por um momento para compartilhar um sorriso antes que seus lábios estivessem nos dela novamente, mais famintos e mais intensos do que a primeira vez. Parando, ela mordeu o lábio.

— Vai ser bom — ela acariciou um polegar sobre a têmpora dele — eu posso dizer — Inclinando-se em seu toque, ele cantarolou.

— Sim, eu também — Depois de um momento, sua cabeça inclinou e ele perguntou curiosamente. Ela o beijou novamente.

— Ops — o som da voz feminina os assusta e faz eles se separarem. Ambos mirando a porta do quarto. Brett sentiu seu rosto queimar quando viu Cindy e Christopher Hermann, parados ali — Desculpa, não queríamos interromper, a gente volta depois.

Cindy diz puxando o marido para longe do quarto. Matt e Sylvie se entreolham e começam a rir, mas rapidamente a risada de Casey se torna um gemido de dor. Por um minuto ele esqueceu que foi soterrado por um prédio, esse era o maravilhoso efeito Sylvie Brett agindo, porém a morfina estava perdendo seu valor.

— Tenho certeza que até o próximo turno todos estão sabendo — ele comenta entre a risada e a dor.

— Não é pra tanto. Certeza que em vinte minutos todos estarão comentando — ela responde fazendo carinho na cabeça dele — poderia ser pior, poderia ter sido a Foster e teríamos um enorme poster com a nossa foto na frente do Molly's e do 51.

— Bem então talvez devêssemos aproveitar esse tempo — ela sorriu curvando-se para beijá-lo.


Feeling Behind the Eyes [Brettsey]Onde histórias criam vida. Descubra agora