Capitulo 16 - Maria, a pessoa que eu jamais quero irritar nesta vida!

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-MEU DEUS!! EU VOU MORRER!! - berrei olhando para baixo e ficando mais tonto ainda. Meu coração quer saltar pelo peito pela 18° vez...



-Se você não se acalmar! Não vai conseguir! - gritou Tainá.



Onde estou?! Eu estou em cima de uma tábua de madeira, a três metros do chão! Só de olhar pra baixo meu coração dispara e ter caído tantas vezes não está ajudando a alimentar minha coragem! Eu disse queria começar com algo mais básico, mas Tainá negou dizendo que eu primeiro preciso aprender a usar minhas habilidades sobre-humanas de semideus como por exemplo ter um equilíbrio mais elevado que qualquer humano comum, por isso estou em uma maldita tábua, urinando na calça de medo.



- Não vai, estou aqui pra te ajudar. - disse Yancy voando ao meu lado. - Te peguei as outras 17 tentativas, te pagarei de novo.



Esse é um dos problemas!!



- Kauê, foco! - exclamou Tainá. - Limpe sua mente, ignore o medo! Apenas ande!



Engoli em seco, minhas pernas não se mexem! Estou com tanto medo que a tábua está tremendo por minha causa.



- Não consigo! - gritei me desiquiibrando e caindo mais uma vez. Antes eu virasse pamonha, Yancy me pegou e me desceu devagar até o chão, meu corpo ainda está tremendo e tenho a total certeza que meu coração parou!



- Kauê, você não deu nem três passos. - bufou Tainá.



- Não consigo! Nunca fiquei tão alto na minha vida! - exclamei me defendendo. - Eu disse que era uma péssima ideia.



-Tudo bem, não vai conseguir nada de primeira por aqui. - disse Yancy estendo a mão e me ajudando a me levantar. - Esse exercício serve para fortalecer seu equilíbrio, acredite, você precisa conseguir controlar seu medo e andar na tábua sem qualquer pavor, em nossas missões as vezes andamos em superfícies difíceis, você precisa ser rápido e preciso. Com o tempo vai conseguir. Só precisa praticar mais.



-Duvido que alguém consiga fazer aquilo. - revirei os olhos.



Yancy sorriu e andou até a escada, ele pisou na prancha e saiu andando pela tábua na maior tranquilidade. Ele até mesmo se jogou para a parte debaixo, se segurando com as mãos e andando usando elas sem qualquer dificuldade.



Céus... eu nunca irei fazer isso em nenhum bilhão de anos!



-Sabe quanto tempo demorei pra fazer isso sem medo? 6 meses. Praticando todo dia. Até perdi a conta de quantas vezes caí. - respondeu ele descendo até o chão. - Leva tempo. Quer tentar de novo?



- Depois de 18 tentativas, melhor praticar outra coisa, certo, Yancy? - perguntou Tainá. - Vamos deixar o exercício de escalada para mais tarde.



Escalar?! Meu Deus, pra que?! Eu nunca nem subi em uma escada nessa vida! Pelo menos até hoje.



- Que tal tiro com arco? - perguntou Yancy.



- Pode ser. - respondeu Tainá. - Leve ele até lá, irei ver se o pátio está vazio para depois ele praticar o combate corpo a corpo. E também falarei com o Curupira sobre as aulas que ele terá.



Ela sai voando... voar sem apoio de nada parece tão ótimo. Será que posso também?



- Por acaso todo mundo aqui pode voar? - perguntei sabendo que Yancy Também podia.



- Não, apenas quem tem o domínio sobre o elemento do ar pode voar, no caso todos os filhos de Pólo, filhos de Nhará, Deus do inverno, filhos dos deuses da primavera, verão e outono e por último eu, já que meu pai é o deus das tempestades. - respondeu Yancy. - Eu demorei 3 anos pra aprender a voar.

Livro 1: Kauê e os filhos da Amazônia - O Herdeiro Do SubmundoOnde histórias criam vida. Descubra agora