Sinto meu corpo molenga, minha visão está turva, meu estômago esta totalmente revirado, cair sentado no chão não ajudou muito a minha situação, me sinto muito mal, mas mesmo assim consigo sentir a força divina que elas três figuras na minha frente espalham por todo o ambiente, uma energia igual da Caipora, senão maior, todos parecem estar chocados, só não sei dizer se é pela presença das deusas ou pelo meu ato insano que até agora custo acreditar... eu exorcizei um demônio! Eu o selei! A caixa e o cajado ainda estão em minhas mãos, quentes, e ainda não consigo acreditar nisso! A Cuca fugiu desesperada, o que será que aconteceu? Azazel ainda usava a Bárbara, seu rosto parece atônico e confuso, só não sei dizer se foi pelo meu ataque ou pelo olhar mortal das três deusas em nossa frente, ele ainda estava preso pela armadilha feita pela Cuca.
Todo mundo estava paralisado como estátuas até que Yancy foi o primeiro a agir, se ajoelhando diante elas. Os outros seguiram seu exemplo, eu seguiria, mas tenho a sensação de que se eu me mexer, alguma coisa ruim vai acontecer.
-Sra. Jaci, Sra. Catxureu e... Sra. Ticê. – disse ele, mas foi interrompido pela deusa do centro. Ela flutuava emitindo uma luz lunar, seus cabelos são totalmente brancos, seu rosto e corpo estão pintados com tinta vermelha, com símbolos de diversas faces da lua. Ela carrega um cajado de prata, sua ponta é feita de uma imagem de lua minguante.
-Rafael, faz muito tempo. – ela sorriu andando até Yancy. – Nossa, não te vejo pessoalmente desde os seus 4 anos, olha só pra você, está tão lindo e forte. Tem os olhos de seu pai. Ele não tem os olhos do pai dele, Catxureu?
- Sim, um azul bem vivo, o céu azul. – disse a deusa ao lado de Jaci. – Uma pena que somente nós podemos vê-los. – ela olhou para os outros. – Olá, filho.-Mãe. – disse John olhando para a deusa, surpreso, seus cabelos são pretos e sedosos, sua testa está pintada de vermelho, seus lábios estão pretos. Ela está usando uma roupa ao contrário de Jaci e da outra deusa que me encarava... a mãe de John ela usa um macacão de coveira. Em sua mão direita tem um cajado bem parecido com o que estou segurando, mas o dela só tem a cabeça de caveira no topo. – O que faz aqui?
- Eu estava seguindo o rastro de magia que ressuscitou o antigo Cacique, tem um poder divino o escondendo do minha visão. Até que um rastro de morte nesta floresta chamou muita atenção, animais mortos daquela forma irracional, a floresta violenta, bestas feras e Gorjalas aos montes, sem dizer os cães invernais. Depois surgiu aquela força poderosa, contactei nossa Rainha dos deuses, Jaci e ela veio comigo verificar, no caminho encontramos a Rainha do Submundo, que disse que estava vindo fazer o mesmo... – respondeu ela sendo interrompida quando a mulher possuída começou a gritar.
- Não! Não faça isso! – berrou Azazel.
Uma fumaça preta saiu de dentro da boca da mulher que caiu no chão, desmaiada, aos poucos a fumaça foi tomando forma, ele soltou um som horripilante. E investiu para cima de Ágata que estava com a perna ferida por algo, mas o mesmo não foi muito longe, em apenas uma piscada minha, a deusa da morte, a mãe de John, surgiu em cima do demônio, o afundando no chão com seus pés e seu cajado.- Criatura imunda e miserável, não sabe que é blasfêmia interromper a fala de um deus? Não irá mais possuir ninguém. Vocês, vermes do abismo, irão pagar caro por se meterem em meus domínios, ninguém se mete com a sra. Morte. – disse ela, calmamente. – Sra. Jaci, posso mandar este ser asqueroso de volta pro poço?
-Deusas tolas, deveríamos estar unidos. Os anjos e o Deus deles se acham melhores que nós! Não vai demorar nada para que esse pacto de não agressão entre vocês vá pra descarga! Acordem! – exclamava Azazel.-Catxureu, o prenda, por favor. Ticê, exorcize o outro. Vamos levá-los para serem interrogados. – respondeu Jaci ignorando Azazel. – Quero muito saber como e o motivo deles interferirem em nossos domínios e proliferar o caos em nossas terras.
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Livro 1: Kauê e os filhos da Amazônia - O Herdeiro Do Submundo
FantasyTodas as divindades existem, cada uma em sua esfera de controle. No Brasil predominam os deuses brasileiros dos povos indígenas. E como todos os seres divinos ao redor do mundo, eles adoram abrir uma fábrica de filhos, essas crianças são semideuses...