Luna

Capítulo 27

Eu perdi o controle.

Perdi completamente o controle.

Perdi as contas de quantas doses eu tomei, só sei que essa bebida da fadinha está me deixando doidão! E isso é foda pra caralho!

A essa altura já estava tocando eletrônica, depois de determinado tempo, as coisas enlouquecem, as pessoas soltam suas feras interiores, ficando igual a mim, dançando loucamente no meio da pista, essa música, essa bebida da fadinha, isso está me dando efeito psicodélico.

O balanço da música entrando pela minha mente, fecho os olhos e deixo a musica me levar, as batidas da música entram na minha alma, meu coração acelera no ritmo da música, pulo enlouquecidamente, Skill e sua garota estão por aqui em algum lugar, mas já os perdi de vista a um bom tempo.

Eu estou drogado e bêbado, mas eu estou me sentindo livre, minha cabeça está leve, abro os olhos, mesmo balançando a cabeça eu vejo a muçulmana, ela está me olhando, eu sei que está me olhando.

Não faz o menor sentido ela estar aqui, eles não são proibidos em ir em festas com bebidas, drogas e sexo? Além disso quem deixou ela entrar? 

Eu acho que estou alucinando, mas eu quero ver isso de perto, sigo desviando das pessoas indo em direção a mulher. Skill aparece e segura meu braço, merda.

- Já está indo embora?

- Não.

- Acho melhor mesmo, não está em condições de sair por ai assim.

- Caguei para esta merda, agora solte meu braço, que eu preciso chegar até a mulher que esta naquela parede.

Viro e não tem nada.

- Você está loucão mesmo, não tem ninguém ali.

- Mas tinha.

- Cara, vai tomar uma água, vai no banheiro, acho que já passou um pouco do ponto.

- É acho que preciso disso mesmo, mas não estou nem no começo do que eu planejei para hoje.

Ando em direção ao bar, o perfume me atinge novamente, olho ao redor e a muçulmana passou por mim indo em direção as escadas, eu sabia que não estava alucinando, dou dois passos indo atrás dela, mas viro sobre os calcanhares, antes de qualquer coisa vamos tomar um refrigerante, bebidas doces ajudam, e precisamos de um chiclete, ninguém merece um cara além de bêbado com bafo do cão, não mesmo, eu não gostaria de um desses por perto com certeza.

- Sindy, vê ai um refrigerante e um chiclete de menta.

- Que mudança repentina é essa?

- Só me dá essas coisas.

- Ok Prez.

Ela me entrega o refrigerante e o chiclete, esse sorrisinho sarcástico dela está me deixando muito puto, estou me sentindo exposto.

- Eu vi você comendo com os olhos a mulher de lenço.

- Olha aqui fadinha, você pare com essas suas adivinhações.

- Não é adivinhação e é a grande diversão da minha noite.

- Você é muito má, não cabe tanta malvadeza em um corpo tão pequeno.

- Os piores venenos estão sempre nos menores frascos.

- Eu preciso mijar.

- Quanta informação interessantemente desnecessária.

Eu precisava realmente ir ao banheiro, muito mesmo, não estava mais conseguindo segurar, daqui a pouco ia começar a sair gotinhas, e eu não quero ficar com cheiro de garoto mijado.

Olhando para o meu reflexo no espelho estou horrível, é amigo, desse jeito eu não te pegaria, é melhor mesmo dar um jeito nisso, lavar o rosto, a roupa ainda está boa, mas meus olhos vermelhos não tem muito o que fazer, na verdade eu acho que seria melhor ir para a suíte, porque aqui nesse barulho não vou conseguir me organizar.

Saio em meio aos caras do clube, andando para as escadas, paro olhando para os lados varrendo a multidão buscando pela muçulmana, mas que merda eu estou fazendo, vamos para o quarto, você precisa encontrar seu eixo novamente, você está surtado.

Como que faz para pegar a chave do bolso, esse bolso é tão fundo, opa peguei, e agora como enfiar essa merda nesse buraquinho tão pequeno,  por que não andamos com uma lupa junto, ajudaria demais, deixa eu ajoelhar para ver mais de perto.

- Posso ajudar?

A muçulmana, ela é tão alta, estendeu a mão para mim, entreguei a chave para ela ainda de joelhos, faz sentido ela estar tão alta, a porta abriu, eu deitei lentamente até o chão, fiquei olhando para o teto e rindo, até ter alguém me puxando, fadinha está em cima de mim, não sabia que ela tinha esse desejo pelo meu corpo.

- Prez facilita, levanta desse chão e para de me agarrar, você é muito pesado.

- Como você chegou aqui e por que está me agarrando?

- Eu não estou te agarrando, e se não levantar em cinco segundos, eu vou chamar Skill, e ele vai chutar a tua bunda até o inferno, e não vai ter muçulmana nenhuma para te salvar, seu merda.

- Olha a boca fadinha, você não é assim e eu ainda sou seu Prez.

Eu tento me levantar, me escorando na fadinha, ela é tão pequena que parece uma bonequinha.

- Eu te colocaria em um potinho.

- Eu juro Prez, que se você abrir a boca para falar mais alguma merda, eu mesma vou te arrebentar.

- Você é má.

- E eu odeio atender pessoas bêbadas.

- Você está magoando meu coração.

- Vai tomar na porra do seu cu, e seca a porra dessas lágrimas escrotas do seu rosto, você está muito bêbado para com isso.

- Me deixa chorar, eu perdi a mulher da minha vida fadinha, eu não sei o que eu estou fazendo da minha vida, você está brava comigo, todo mundo espera que eu faça milagres, que eu resolva tudo, eu não sei mais o que fazer, eu quero sumir.

A fadinha me joga na cama, delicadeza nunca foi o forte das mulheres relacionadas ao clube, ela tira meus sapatos, tenta ajeitar meu corpo na cama, eu estou muito tonto e meu rosto está uma meleca de lágrimas e ranho.

- Você é um grande pé no saco, idiota, e está muito bêbado, você vai ficar ai deitado nessa merda dessa cama, até encontrar a sua sanidade, depois você vai ir até o banheiro, vai dar um jeito nessa tua cara, eu vou trazer chocolate e café, e você não vai sair dessa merda de quarto sem a minha autorização beleza?!

- Ok.

- Ótimo, e a sua amiguinha de lenço vai ficar sentada ali ao lado da porta, e vai ter autorização para dar na sua cara se ousar tentar colocar seu lindo rostinho para fora, agora vou ver como está o bar, e você senhorita de lenço, se fizer alguma merda contra ele eu mesma vou até o inferno te matar, daqui a pouco eu volto com as coisas para você comer e beber.