Capítulo 42

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Paro em um local escondido e faço sinal para que todos sigam para seus lugares, uns param mais a frente, outros vão pelas laterais, como de costume cercando o local. A van e os carros seguem pela estrada de terra que dá até o local, com as luzes apagadas, parando perto o bastante para socorrer as garotas, mas longe o bastante para que não fossem vistas pelos caras que estão no local para segurança.

Rastejamos pelo mato e pela plantação ao redor, estava exatamente como havíamos pensado que estaria no mapa, Mirka chega até mim, junto a ela estava Skill.

- Assim que os caras derem os sinais confirmando estarem em suas posições, eu irei dar a largada para o ataque, permaneçam aqui até o segundo sinal, onde serão abertos os contêineres, então você Mirka ordena o grupo de resgaste como combinamos, quanto menos agitação melhor, assim o pânico é menor e elas irão colaborar mais.

- Não se preocupe Prez, já conversei bastante com os caras do resgate, para agirem sem alarde e manterem o maior controle possível, pois pode haver garotas que eles conhecem lá dentro, está tudo sob controle, vai dar tudo certo.

- Certo.

Os caras começam a dar sinais confirmando que já estão em suas posições, quando todos já deram seus sinais dou a ordem de iniciar o ataque, dessa vez era apenas para atirar caso muito necessário, mas o ataque seria feito completamente com luta corporal, e armas brancas, tudo para evitar que as coisas saiam do controle e acabem acertando as garotas nos contêineres, e também reduzindo o máximo possível de pânico e dificultar ainda mais o trabalho.

Depois da minha ordem os pontas dos trios, dessa vez escolhidos os mais preparados em lutas corporais começam a deslizar pela noite indo em direção aos guardas, apenas a lua iluminava a clareira que dava lugar ao acampamento improvisado, havia poucas luzes de lanternas, alguns clarões de celulares em barracas e nas mãos dos guardas.

Rasteiros como cobras a primeira leva de guardas que estavam mais distantes, fazendo guarda ao arredores, foram derrubados pelos nossos caras, usando clorofórmio para não dar alarde, assim ganhamos mais tempo até os guardas que estão nas barracas perceberem que há coisas estranhas acontecendo.

Dou sinal para que o pessoal do resgate comecem a agir, e para a segunda leva se preparar para o ataque, com certeza as garotas irão gritar de susto e isso irá ser como uma sirene para que os desgraçados saiam das barracas.

Me preparo para ir para o combate quando sinto Skill segurar meu braço.

- Se algo acontecer a mim, ou a você, eu quero que saiba que me arrependo muito por ter escondido que eu sabia onde Luna estava, eu queria proteger os dois, ela estando distante seria mais fácil realizar nossos planos, me perdoa cara, eu sei que sou um merda muitas vezes, mas você é o meu melhor amigo, é o cara que eu mais confio, me perdoe, não quero perder nossa amizade, no fim fomos os dois traídos por ela.

- Não é o momento para isso, e não vai acontecer nada com a gente, está na hora de atacar, como planejado e treinado, eu cubro as tuas costas e você cobre as minhas.

Encerrando a conversa sigo meu caminho, deslizo pela mata até chegar ao chão, ficando abaixado para que ninguém me visse, de onde estava podia enxergar Mirka sinalizando para os caras seguirem para abrir os contêineres, o primeiro foi aberto com o menor barulho possível, mas a reação da ruiva não foi nada boa.

- Elas estão desmaiadas, ou foram drogadas para que fiquem dormindo, olha a foto que Mirka mandou.

Skill entrega seu celular a mim, eram várias garotas, umas deitadas em cima das outras, como se tivessem as jogado lá como se fossem bonecas e não pessoas.

- Diga a ela para retirarem as garotas de lá mesmo que sejam carregadas, só tentem não as acordar e muito menos as assustar ou algo do tipo, não queremos ser vistos como esses bastardos de merda que as sequestraram.

- Vai ser mais fácil se não precisarmos lutar contra eles, poupamos vidas e evita nossos caras sejam feridos.

- Só espero que não fiquem sequelas nas garotas, olha como elas estão nos braços dos caras, parecem bonecas de borracha, completamente apagadas.

- Com certeza é só um boa noite Cinderela, para que elas fiquem apagadas e  possam ser transferidas sem fazer barulhos e chamar atenção, assim conseguem passar despercebidos.

- Não é só um boa noite Cinderela, é uma droga, é um corpo estranho que injetam nelas, isso tem sequelas querendo ou não, não tente minimizar a merda que eles estão fazendo com elas.

- Só estou tentando ser racional e vendo um lado bom na situação.

- E se eles derem a droga do estupro para elas? Cometeram o estupro e depois jogaram elas ali para que sejam vendidas lá fora como produtos?

- Não podemos saber disso até que estejam em segurança.

- Da mesma forma que não pode ser dito que elas estão só dormindo.

- Está sendo impossível falar com você.

- E é para ser impossível mesmo.

Dou as costas e sigo pelo corredor que ficava entre a fila feita de contêiner, eu não estava o suportando, mas essa situação estava me deixando completamente sem estômago para qualquer coisa estúpida, eu fui um filho da puta respondendo, mas por favor, não me julguem, ele cagou para a minha confiança nele, então foda-se educação para ele também.

As coisas estavam indo bem, porém estavam calmas demais, não era possível que ia ser tão fácil assim, era como se esse ataque estivesse estando sendo entregue a nós de bandeja, eu estava pressentindo que algo ia acontecer, e com certeza ia ser algo grande.

Um estralo.

Um passo em falso.

- Achou que iria se safar com as minas garotas não é mesmo Death?

Eu sabia quem era sem precisar olhar, e sabia que tinha uma arma apontada para minha cabeça, um movimento e minha vida se iria para o espaço. Eu não tinha mais nada a perder, mas também não iria me entregar assim de mão beijada para esse bastardo.

LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora