Capítulo 21

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Esperei a van chegar para levar os bastardos traidores, o serviço de silêncio foi muito eficaz, uma coronhada em cada um e estavam lá, os imbecis dormindo igual anjinhos.

- Certo, carreguem esses inúteis na van e façam o que mandei, irmãos subam em suas motos e vamos que a festa nos espera.

Liguei minha moto e sai em disparada, seguindo pelo caminho que a princípio seria o principal para o caminhão, mas era óbvio que os traidores iam aproveitar dessa deixa para atacar, e obviamente que era o momento certo para acabar com esses bastardos, depois de cargas roubadas, comércios atacados, muita perda financeira, tínhamos que encontrar o momento certo para agir, nada foi perdido que não possa ser recuperado, sempre evitei que meus homens morressem, ou qualquer outro inocente, sempre estava de olho para evitar que algo ruim acontecesse a qualquer um deles.

Um tempo a frente em uma encruzilhada, próximo ao local onde sei que haverá a emboscada há um galpão abandonado, entro parando e esperando que todos façam o mesmo.

- Escondam suas motos, daqui iremos a pé para evitar barulhos, iremos pelo mato divididos em pequenos grupos, uns cobrirão os outros, não podemos perder homens, vamos os cercar com cuidado, não façam barulho, não atirem sem minhas ordens, após todos mortos ou presos, nos encontramos aqui seja com ou sem reféns, vamos, guardem suas motos, vão! Vão! Vão!

Escondo minha moto ao fundo do galpão, confiro se todas as minhas armas e munições estão comigo, espero todos fazerem o mesmo, ordeno que dividam-se em trios repasso todo o plano e saímos a pé.

Nos embrenhamos pelo mato, seguindo em diversas direções fazendo o mínimo de barulho possível, eu gostava da adrenalina, eu gostava da caçada, mas odiava matar pessoas, eu não tinha nada contra eles, eu não os conhecia, não tinha motivos contra cada um deles, apenas contra o clube alheio e suas atitudes e não aos homens.

Mas como Prez, estou aqui, honrando o nome do meu clube, honrando nossa história, honrando nossos negócios, e isso basta para que eu esqueça que são homens sem motivos algum para morrer, eles escolheram estar lá, eles escolheram fazer parte disso.

Eles estavam esperando em uma clareira próximos a estrada, algumas fileiras de árvores não os deixavam a vista, uma boa forma de estarem escondidos e atacarem sem serem vistos por quem passa.

Nos espalhamos pela mata os cercando, em pontos específicos ficaram homens que podiam me ver, assim podem ver o me sinal para o ataque, ligo a lanterna e desligo rapidamente indicando o sinal, todos que estão posicionados respondem com o mesmo sinal, e agora vamos nós.

Todos os pontas dos trios invadem atirando, que os deuses nos protejam, saíram correndo, um de cada trio, o segundo fica a espera para o sinal da segunda leva para invadir, o terceiro fica na retaguarda cobrindo os outros dois, ouvíamos barulhos de tiros, gritos, via muitos dos inimigos caindo, eles não tiveram chance de reagir, alguns levantaram as mãos em rendição ficando no meio da roda de corpos, fiquei apenas observando, meus homens corriam por entre os corpos dos inimigos caídos pelo chão, alguns sangravam com tiros de raspão.

Há sempre aqueles que preferem combate corpo a corpo ou armas brancas, o que era o meu caso.

Vi alguns correndo e parti atrás deles, os barulhos de tiros e gritos continuavam, dei um assovio para que alguns seguissem meu rastro, e assim fizeram, corremos nos embrenhando atrás dos fugitivos, tentavam se esconder atrás de árvores, percebendo isso fiz sinal para pararmos e nos escondermos, começamos a andar lentamente nos escondendo atrás das árvores da mesma forma, o mais silenciosos possível, fomos nos aproximando, peguei duas das minhas facas escondidas em lugares estratégicos, eu adorava essa parte, andava como um caçador atrás de sua caça.

Eu podia sentir o cheiro do medo deles, a angústia deles em não saber onde estou, não saber o que esperar, meu passos eram leves quase inaudíveis, era impossível não sorrir com a adrenalina que se apoderava do meu corpo, avistei o primeiro, ele cuidava apenas um de seus lados, atirava cego tentando acertar qualquer coisa que achasse ser alguém ou alguma coisa, o medo os deixa desesperados e desespero os deixa cegos.

Deslizei entre folhas e plantas até o seu lado desprotegido.

- Ei cara.

Assim que ele olhou para mim, dei um soco que o fez cambalear e largar sua arma, assim que ficou de pé novamente tentou revidar o soco, errando vergonhosamente, acertei outro, e mais outro, vez ou outra ele tentava acertar a mim, mas sem o menor sucesso, tudo passava em câmera lenta enquanto eu lutava e ria loucamente. Quando ele já estava mal de mais cravei as facas de ambos os lados de seu pescoço, finalizando o serviço e o sofrimento dele.

Meus homens continuavam em suas caçadas, olho ao redor e todos em suas próprias lutas, Skill havia ficado encarregado de cuidar dos homens que iriam ser nossos prisioneiros caso houvesse algum sobrevivente, então segui mato adentro atrás de outros.

Eu estava ofegante da luta, mas eu queria continuar, a adrenalina queria me levar, mas um mísero descuido e fui encurralado por vários bastardos de merda, vasculhei ao redor em busca de homens do meu clube, mas todos estavam distantes em suas próprias lutas, praticamente impossível de pedir ajuda, o jeito ia ser resolver isso sozinho, eu podia fazer isso, giro minha faca na minha mão preparando meu espírito e ajustando minha postura para a luta, e que venham esses bastardos, serão derrubados um por um.

Eles formaram um círculo ao meu redor, estavam concentrados, mas eu estava com um sorriso doentio, eu estava sim com toda a certeza achando que ia conseguir, mas a essa altura eu já nem sabia mais se eu estava com minha sanidade realmente intacta, ouso afirmar que não, porque nenhuma pessoa em sã consciência faria isso.

Eu avancei.

Nenhum recuou.

Eu acertei todos os socos que tentei, sei que acertei os golpes de facadas também, mas os socos contrários vinham de todos os lados, não conseguia mais revidar, eu estava perdendo as forças, cai de joelhos, eu sentia muita dor, sangue escorria, mais um chute na costela e cai de bruços, outro chute e viraram meu corpo, minha visão já estava embaçada, não escutava mais nada, nem tiros, nem gritos, nada, vi o vulto de um pé indo em direção ao meu rosto, mas esse chute não chegou, comecei a piscar para desembaçar meus olhos, não estava recebendo mais nenhum golpe, olhei ao redor, estavam quase todos no chão, um vulto de longos cabelos se movimentava acertando a todos.

Minhas forças estavam me deixando, minha visão estava totalmente embaraçada, o vulto veio até mim, seu rosto era apenas um borrão, testou meus sinais vitais, colocou o que parecia ser um capuz, assoviou e saiu correndo para longe, logo um dos meus homens chegou até mim, continuei olhando para onde o vulto se foi, enquanto a escuridão tomava conta de mim.

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