Eu não tinha nada para quebrar no quarto, então resolvi desabafar. Procurei o número de Renata nos contatos e liguei; não dei chance nem de ela me dizer "alô".- A idiota da sua irmã estava com uma piranha aqui quando eu cheguei - anunciei irritada. - Ela estava com os peitos pra fora.
- Fica calma - disse Renata, me tranquilizando. Na verdade eu nem sei como ela estava me ouvindo com tanto barulho.
- Onde você está? Numa estação de trem?
- Na escola, amiga, eu ainda tô trabalhando - respondeu com uma risada. - Quer que eu passe aí mais tarde?
- Vai me ajudar a esconder o corpo? Senão, nem precisa vir.
- A gente a enterra no jardim do prédio, que tal?
- Perfeito.
Desliguei, já me sentindo melhor, melhor e faminta. Aproveitei que o celular estava na minha mão e usei para pedir comida. Sim, a essa hora. Não eram nem cinco da tarde ainda.
- Boa tarde, vocês já estão entregando? - perguntei para o senhor que atendeu na pizzaria.
- Já sim, querida, qual o seu pedido?
- Eu quero uma pizza metade quatro queijos e metade calabresa - respondi, esperando que ele anotasse. - Ah, e uma Coca dois litros.
- Mais alguma coisa?
- Fala pro entregador que se ele deixar a pizza na porta do meu quarto, ele ganha cinquenta reais.
- Pode deixar - respondeu o homem, rindo.
Liguei na portaria e autorizei a subida do motoboy. Chovia e eu estava com preguiça demais para descer e ter que buscar minha pizza lá embaixo. Eu duvidava que ele fosse deixar de ganhar cinquentinha por preguiça, eu não deixaria, pelo menos. Por cinquentinha eu era capaz até de tirar a roupa. Meia hora depois comecei a ouvir vozes exaltadas por cima do barulho da televisão. Abaixei o volume e, não contente, abri minha porta para ver o que era.
- Você não vai até o quarto dela - Sofia estava dizendo irritada.
- Mas a moça pediu que fosse entregue na porta do quarto - tentou se explicar o rapaz.
- Eu já disse que...
Eu a interrompi colocando a cabeça para fora da porta:
- Deixa o garoto passar com a droga da minha pizza, Sofia! - berrei.
Não vi o que aconteceu na porta, mas o garoto trazendo a pizza logo apareceu no meu campo de visão. Eu paguei minha conta, e como prometido, dei-lhe a nota de cinquenta reais. Antes que eu pudesse dar a primeira mordida, Sofia apareceu irritada.
- Você faz isso quando está sozinha? - perguntou, passando a mão pelos cabelos e apoiando a outra no batente da minha porta.
- Comer pizza? - perguntei, fingindo inocência. Ela revirou os olhos.
- Não, deixar que os entregadores entrem em casa e venham até seu quarto - explicou impaciente.
- Não interessa. - Aquilo ali pulsando no pescoço dela era uma veia? - Quer um pedaço? Ah, não, você já comeu, né? - disparei, referindo-me à garota dos peitões. Sem que ela pudesse responder, levantei e fechei a porta na cara dela. Ouvi Sofia dizer um palavrão, e depois bater sua porta com força.
Comi minha pizza e não saí mais do quarto.
Renata chegou quando já passava das 7h da noite e eu já estava entediada havia muito tempo.
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The Girl With Red Hair
RomansaLaura Buitrago é uma linda advogada bem-sucedida. Desde que assistiu a uma cerimônia de casamento pela primeira vez, ainda criança, seu sonho é apenas um: percorrer o tapete vermelho da igreja, vestida de noiva. Porém, contrariando todas as suas exp...