Rage

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Sofia saiu de cima de mim e se deitou ao meu lado, me puxando para junto de seu peito. Virei para poder olhá-la e sorri.

- Você sabe o quanto é linda? - perguntou, brincando com uma mecha do meu cabelo. - Minha princesa.

- Acho que estou mais para Rei Leão agora - ri, passando a mão sobre meu cabelo embaraçado. - E você sabe o quanto é perfeita?

- Estou longe de ser perfeita - respondeu, mudando de expressão -, mas eu tentaria ser por você.

- Você já é, basta notar quantas mulheres você tem ao seus pés. - Fiquei um pouco emburrada. - Se você gritar "pula", meia dúzia vai perguntar: "de onde?"

- Você está enganada, principalmente no hospital - falou séria. - Na verdade depois que a levei no almoço beneficente, nenhuma delas me incomoda mais - comentou, pensativa, e eu sabia bem por quê. - Nunca mais achei um bilhete na minha mesa e ninguém mais me convidou para sair, o que é bom, mas eu sinto falta dos chocolates.

Dei um soco leve em seu braço e ela riu.

- Eu disse para algumas meninas que você era hétero - contei, não resisti. Pensei que ela ficaria brava, mas sua gargalhada foi tão alta que levei um susto.

- Você disse o quê? - perguntou enxugando uma lágrima que tinha escapado de seus olhos de tanto rir.

- Um bando de vadias me cercou no banheiro e uma delas me perguntou se eu era sua namorada - eu disse séria. - Aí expliquei que era sua acompanhante e que você era hétero.

- Perfeito - Mais risos. - Então eu não imaginei coisas quando achei que um dos enfermeiros estava olhando para minha bunda.

- Você está brava? - perguntei sorrindo.

- Não. - Ela ficou séria mais uma vez. - Mas vou ficar se ele não passar logo para o segundo passo do flerte e começar a me comprar alguns chocolates.

Eu ri, mas acabei me lembrando de uma coisa.

- Quem era a garota dos peitos de fora? - perguntei me levantando e me sentando para poder olhá-la melhor.

- Uma velha conhecida.

- Que você conhece muito bem por sinal - resmunguei, fechando a cara.

- A garota saiu daqui soltando fogo pelas ventas, você não percebeu? - Confirmei com a cabeça. - O porteiro estava acostumado a deixá-la subir direto, então quando ela apareceu na porta, eu fiquei sem reação. Ela já chegou indo direto para meu quarto e foi tirando a roupa antes que eu conseguisse dizer alguma coisa.

- Aí você não resistiu...

Ela riu.

- Não, amor, eu pedi que ela fosse embora.

- Jura? - duvidei. Pessoas apaixonadas se tornavam patéticas, não?

- Não houve mais ninguém desde o dia em que você me deixou trancada para o lado de fora - confirmou. - Desde a primeira vez em que a vi, eu sabia que queria você.

- Por que eu? - Eu não tinha nenhuma qualidade que pudesse fazer essa deusa se jogar aos meus pés dessa forma.

- Porque você é especial - encerrou o assunto com mais um beijo e me puxou novamente para me deitar junto de seu corpo. Aconcheguei-me e coloquei a cabeça no travesseiro. - Até sua avó já sabia.

- Era sobre isso então que peguei vocês conversando na cozinha?

- Era, ela queria saber quando eu contaria - respondeu sorrindo.

The Girl With Red HairOnde histórias criam vida. Descubra agora