Congratulations daddy

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Sofia me deixou com Renata e nem se dignou a me dar um beijo antes de se trancar no quarto. Minhas irmãs estavam na sala jogando videogame, mas ela poderia ter se despedido de mim no corredor se quisesse, ou até no meio da sala, que nenhuma delas teria reparado. Pensei em ir até lá e perguntar o que mais incomodava, porque ela já havia chegado à casa dos pais sem paciência, mas Renata me aconselhou a deixá-la se acalmar em paz, antes que sobrasse para mim. Fomos para o meu quarto.

- Você vai fazer a ligação? - perguntou Renata, já deitada na minha cama enquanto eu trancava a porta.

- Não restou muito de mim para aguentar outra porrada hoje - respondi, indo até a janela e olhando para a lua. Estava cheia.

- Meu pai foi um idiota. Sei que ele só está preocupado com minha irmã, mas ele não tinha o direito de ter falado com você daquela maneira.

- Prefiro esquecer esse assunto, entendo as razões dele, pode ficar tranquila - eu disse, virando-me só para responder e voltando a contemplar o céu.

- Acaba logo com isso, você vai se sentir muito melhor depois que todos souberem - tranquilizou-me, fazendo uma careta -, incluindo sua família.

- Você acha? - perguntei em dúvida.

- Com certeza, um peso vai sair de cima das suas costas - confirmou, encostando-se na cabeceira da cama.

- Acho que vou convidar meus pais para passar o fim de semana aqui e aproveito para contar a todos de uma vez só.

- É uma ótima ideia, agora pega - disse ao me estender meu celular.

Sentei na beirada da cama e fiquei olhando para o aparelho. Alguém tinha apagado meus contatos, mas eu não precisava deles. O que minha família nem sonhava, é que eu sabia o número de cor de todos eles. Digitei o número de Ryan e esperei a ligação se completar.

- Está chamando - comentei movendo os lábios para Renata.

- Coloca no viva-voz - devolveu ela da mesma maneira, e fiz o que me pediu.

- Laura? - atendeu ele depois do quarto toque. Fiquei muda. - É você?

- Sim - respondi depois de alguns segundos. - Podemos conversar?

- Não é um bom momento.

Ele deveria estar com ela, mas que se danasse, meu assunto era mais importante.

- Eu estou grávida. - Ele não respondeu, mas eu podia ouvir sua respiração. - Estou entrando no quarto mês.

- Espera um minuto - pediu, e pude ouvir barulhos do outro lado e uma porta se fechando. - Eu escutei direito?

- Parece que sim, eu vou ter um filho. - Fiz uma pausa. - Um filho seu, Ryan.

- Mas como isso é possível? - perguntou, incrédulo. Mais um que não tinha uma ficha que caía rápido.

- Quer que eu explique como aconteceu? - perguntei, irônica.

- Não seja tão cruel. - Agora eu era cruel? - Só estou processando a informação, eu não sei o que fazer.

- Nada, eu não quero que você faça nada - respondi ríspida. - Só achei que você deveria saber.

- É claro que eu tinha que saber, eu...

- Adeus, Ryan. - Meu tom foi indiferente. - Era só isso que tínhamos para conversar.

- Laura, espera.

Encerrei a ligação.

- Amiga, acho que vocês deveriam ter discutido outros detalhes - disse Renata.

The Girl With Red HairOnde histórias criam vida. Descubra agora