§ Desconfiança §

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- NINGUÉM VAI ENTRAR NO COFRE! – Odin descia as escadarias furioso, fora informado pelos guardas que um membro do Conselho queria averiguar algumas coisas e o rei não ficou satisfeito com a notícia.

- Mas Odin e se os pergaminhos faltantes estiverem aí? – Vorwing tentou argumentar.

- Pois irão continuar onde estão! – Odin já estava na frente da porta e o olhava com raiva – O cofre é selado e protegido, não iria conseguir entrar de qualquer maneira...

- Por que tanta preocupação? – Vorwing deu uns passos em direção a ele – Eu já acobertei muita coisa Odin... Pelos outros teríamos uma votação independente do pergaminho de Bör, mas precisa ser uma decisão unânime e eu nunca concordei...

- Eu nunca pedi sua ajuda...

- Mas foi conveniente para você! – Vorwing estava confiante – Questões políticas envolvem mais do que ser ovacionado pelo seu povo, achei que soubesse disso!

- Eu sei, não preciso de aula sobre política nessa altura do campeonato! – Odin firmou a mão na gungnir – Vou repetir, caso você não tenha entendido, ninguém vai entrar no cofre, por mais que o conselho decida, Asgard é meu reino e eu faço as regras aqui...

- Por enquanto... – Vorwing virou as costas e saiu colocando as mãos para trás enquanto subia as escadas – Nos veremos mais tarde alteza!

Odin não respondeu, apenas deu alguns passos ao redor de si mesmo. Vorwing sempre foi um aliado, sempre esteve do seu lado em decisões, então o que ele queria no cofre? Não conseguiu acreditar que estava somente procurando por pergaminhos perdidos.

Vorwing subia as escadas sorrindo, Loki pode ter indicado o caminho para onde os documentos estavam, mas o que ele encontrou ali foi uma oportunidade. Odin esconde algo no cofre, ele conseguiu sentir pelo desespero do rei por não deixa-lo entrar, ora, se não tivesse o que esconder porque a impaciência? Talvez ser aliado de Odin tenha lhe dado algumas vantagens ao longo do tempo, faria um pedido de desculpas qualquer, cheio de sentimentalismo barato, afagaria o ego do rei e a aproximação seria imediata. Talvez sentar no trono de Asgard não seja um plano assim tão ruim, sorriu ainda mais.

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- Frigga espere!

Sigyn apressou o passo, viu a rainha sair da casa de Eivor em silêncio, provavelmente voltaria ao palácio, ou iria arejar a mente em outro lugar. Frigga a ouviu e esperou, não conseguiu se virar e ela já estava em sua frente.

- Eu... Queria que me desculpasse! – Sigyn segurava nas mãos dela e não viu a expressão de dúvida no rosto de Frigga – Eu não queria magoar você quando disse que não queria que fosse real... Ser sua filha...

- Não se preocupe, está tudo bem... Mesmo... – Frigga apertou as mãos e se olharam por um momento – Eu entendo a confusão, vim conversar com Eivor hoje sobre isso, mas ele estava relutante em falar...

- Deve ter sido difícil para ele também, relembrar do que houve... – Sigyn falava devagar – Todo mundo sofreu nessa história toda... Só queria que soubesse que em nada muda meu apreço por você e como sou grata pela forma com que me acolheu...

Frigga sentiu o coração aquecer, Sigyn não fazia ideia de como ela era importante, mesmo descobrindo não ser sua filha, ali ela teve certeza que o sentimento não mudou em nada.

- Eu já disse que você faz parte da família... – Frigga a envolveu em um abraço aconchegante – Seja como for isso não vai mudar!

Sigyn sorriu, sentia que tudo era verdadeiro e de fato era recíproco, amava Frigga e se sentiria sem chão se a magoasse, não se perdoaria se saíssem sem conversar, pelo menos por mais uma vez sobre o que aconteceu na casa de Eivor, ouviram passos que se aproximavam, mas não se soltaram.

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