EP 1 - O ACIDENTE

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PONTO DE VISTA DE PETE

Seria muito melhor se eu não gostasse de garotos. Seu tivesse preferido garotas antes, minha vida não estaria tão ruim agora. Esse pensamento ficou se repetindo de novo e de novo na minha cabeça por horas.

Por que? Por que eu não consigo? Porque eu tenho que gostar de garotos? Por que? Seguro um longo suspiro enquanto ando sem esperanças pelo campus da minha universidade. Alguns ônibus passam de tempos em tempos e me oferecem carona, mas eu gentilmente recuso seus serviços.

Eu amo caminhar porque caminhar me faz pensar, e o mais importante, torna mais lento a minha chegada ao estacionamento. O que também significa chegar tarde no meu carro, chegar atrasado em casa e não ter que me sentir culpado enquanto olho para a minha mãe. Ela ficaria tão desapontada se descobrisse que o único filho dela é gay.

- Hei!

Alguém grita, me puxando pelo braço do nada, me derrubando no chão, ao mesmo tempo que um carro passa.

- Droga! Essa é a rua do campus, não uma pista de corrida! Você está tentando correr para o inferno?

Do nada fui jogado para fora dos meus pensamentos direto para o chão. Meu cérebro ainda está tentando processar o que está acontecendo. Tudo o que posso ver é um cara em pé de costas para mim, ele está gritando com o carro que se afastava muito rápido. Acontece que eu quase fui atropelado por um carro.

O que aconteceu? Eu perdi a consciência caminhando pela rua? Foi tudo o que consegui me perguntar enquanto sentia o meu coração batendo muito rápido por causa do terrível acidente. Meus olhos permanecem bem abertos enquanto não consigo nem ficar de pé sozinho. O garoto me ajuda a ficar de pé, mas depois disso ele começou a falar comigo como se eu fosse uma pessoa louca.

- E você, está tentando se matar? Não viu o carro?

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- E você, está tentando se matar? Não viu o carro?

E mais uma vez, eu estava chocado ao ouvir seu tom de voz. Minhas mãos estavam tremendo e tudo o que consegui dizer foi:

- Me desculpe.

Eu não sei porque disse isso, mas no momento em que vi seu rosto eu me senti inexplicavelmente culpado.

- Tudo bem, esquece. E você... hum, você está ferido? Eu não devia ter puxado você tão forte, mas isso é bem melhor do que ser atropelado por aquele maldito carro.

Ele suspira e aponta para meus joelhos. Então eu olho para baixo para seguir a direção que ele está apontando e vi que era realmente para meus joelhos, arranhados e sangrando, provavelmente o resultado do impacto de quando caí. Foi só então que senti eles arderem.

AMOR POR ACASO - A SÉRIE 1TOnde histórias criam vida. Descubra agora