Ivy (Parte 1)

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Ivy


Eu não fazia ideia do que esperar ao sair da casa, mas eu com certeza não esperava nada daquilo. Vendo os breves vídeos passados na entrevista com a Ana Clara percebi que tudo que eu achei que eu tinha escondido e só a Rafaella tinha sacado, estava estampado na minha cara. Meu estômago deu um nó quando ela me perguntou sobre o que era aquela conversa. O que eu podia falar que não desse (mais) na cara que eu e a Kalimann estávamos a fim da mesma pessoa? E que essa pessoa era uma advogada desbocada que estava ali com a gente? Tentei falar o menos possível, mas por 3 meses deu pra ver que esse não é o meu forte. Depois deixei o assunto pra lá, eu só queria acabar aquelas entrevistas e ver meu filho. O resto eu podia resolver depois.
Terminei a Rede BBB, me encontrei com um assessor da Globo que me acompanharia no dia seguinte e ele me passou todos os compromissos que eu teria antes de poder voltar para minha casinha em Minas Gerais. Respirei fundo e tentei controlar a ansiedade. Tudo bem, em alguns minutos estaríamos no hotel e eu iria ver meu filhote, minha mãe e meu namorado. Eu conseguiria passar por mais um dia nessa loucura com eles do lado. E mais quantos tivessem que vir. Chegando lá encontrei meu pequeno no corredor, minhas lágrimas já caíram por ali mesmo.


- Meu Lulu! – abracei ele forte e me deixei cair no chão com meu menino, que também chorava e sorria para mim – A mamãe tava morrendo de saudade filho, muita mesmo.

- Eu também mamãe. – ele me deu um beijo estalado na bochecha enquanto levantávamos – Não quero mais você em casa nenhuma sem ser a nossa.

- Prometo! – eu ri, apertando ele mais um pouco, mas meu sorriso diminuiu consideravelmente quando encarei o olhar sério que minha mãe me lançava e analisei o espaço, sentindo falta de alguém – Mãe?

- Entra Ivy, você precisa descansar. – ela abriu a porta do quarto e entramos, Luiz foi logo se entreter com seus brinquedos – Amanhã seu dia é cheio.

- O que aconteceu que eu não ganho nem um abraço? E eu achei que meu namorado viria.

- Seu namorado? – ela sorriu em um tom de deboche atípico e eu fiquei ainda mais confusa. Aquela distância e comportamento não eram nada normais dela.

- Sim, o Fernando.

- Ivy, você acha mesmo que ainda tem um namorado depois de toda a graça que você fez com aquela mulher nesse programa?

- Mãe, eu e a Gi somos amigas.

- Nem você consegue se convencer disso filha. Você mente muito mal. – ela respirou fundo e desviou o olhar – Mas poderia ter pelo menos tentado lá dentro, não ficar naquele grude, aquela sem vergonhice. O que passou pela sua cabeça dar em cima de mulher em rede nacional?

- Não passou nada, mãe, nada. Foi só o momento, a Gi ela é uma mulher...

- Pelo amor de Deus Ivy, não continua essa frase, eu não quero saber. Aliás, eu queria não saber de nada, mas você expôs para o Brasil inteiro.

- Mãe...

- Vai dormir, amanhã o seu dia é cheio. – ela caminhou para o quarto anexo e eu me juntei ao Miguel na cama, me afundando no cheirinho gostoso do meu filho pra tentar esquecer aqueles momentos.


Nos dias que se seguiram minha mãe não mencionou mais nada sobre Gizelly. Eu descobri que realmente Fernando havia simplesmente apagado nossas fotos e parado de me seguir e, assistindo todos os meus vídeos com a Gi, eu conseguia entende-lo. O que eu mal conseguia entender é como eu consegui me segurar lá dentro que eu não meti um beijo naquela boca. Porque meu deus, eu queria, eu queria muito. Lembrei: ela era hétero. Mas será que era mesmo? Vendo todas as brincadeiras, o tanto de moral que ela me dava, o carinho, eu começava a ficar em dúvida. Ela foi a primeira pessoa que me ligou, mas eu não atendi, por ainda estar na tensão dos primeiros dias. Mandei uma mensagem e criei um grupo com ela, Marcela e Dani. 

Brisa LeveOnde histórias criam vida. Descubra agora