Brisa Leve

Rotina

Bom dia lindezas, ontem nem um oi eu consegui dar, mas não ia deixar de postar o capítulo do dia, o que acharam? E me falem, como que cês tão nessa quarentena, lidando com essa loucura toda?
Escrever tem me ajudado muito, mas meu trabalho resolveu voltar presencial a partir de hoje e eu tô em PÂNICO, sou noiada demais com doença e não tava saindo de casa pra nada, agora não vai ter jeito. Me desejem sorte.
Espero que todos estejam bem e se cuidando!

Gizelly

Quando eu pensava na rotina que havia estabelecido com a Rafa eu me sentia bem e minhas amigas sempre me enchiam o saco por isso. Todo dia eu acordava com um vídeo de bom dia dos meus olhos verdes e meu sorriso favorito. Sempre que possível a gente se via, fosse pra reunir com as meninas ou fosse só pra tomar uma cerveja e ver um filme ou falar sobre a vida. Eu estava focando mais em advogar e nos meus projetos humanitários – equilibrando isso com as vantagens e desvantagens de ser uma pessoa pública - e ela acompanhava tudo de pertinho, assim como eu acompanhava a carreira dela sempre em ascensão, o que também ajudava os projetos maravilhosos para os quais ela se dedicava. Cada conquista dela brilhava meus olhos como se fosse minha e eu sentia que era recíproco. Eu sentia que eu podia falar de tudo com aquela mulher, desde os meus medos e inseguranças até os meus planos mais ousados e ela escutava com toda a atenção do mundo.

Mas era isso. Só isso, ou tudo isso. Era difícil de dizer. Marcela dizia que eu estava namorando sem beijar, que eu estava perdendo as melhores partes. E sim, eu morria de vontade de ter seus lábios junto aos meus, de finalmente descobrir o gosto daquela mulher tão misteriosa, mas que se abria pra mim em cada conversa, cada confissão da madrugada. Mas eu também amo o relacionamento que a gente tem construído, o jeito que ela faz sentir que eu posso ser eu mesma e que ela me ama assim – de que jeito? Eu ainda não sei. Ainda existem muitas dúvidas, mas também muito medo de estragar o que é fato, o que eu tenho nas mãos.

- Oi deusa. – atendi meu celular assim que saÍ de mais uma manhã inteira no fórum.

- Uma hora você vai me convencer disso aÍ e eu vou ficar insuportável. – Rafaella riu do outro da linha e eu sorri, ela nunca seria insuportável.

- Já era pra estar convencida né dona Rafaella, mas eu prometo te suportar de qualquer forma.

- Você não vale nada Titchela.

- Valho muito sim senhora, tá? Que absurdo.

- Vale mesmo. Aliás, onde a senhorita tá? Ainda tá no fórum?

- Saindo. Tenho uma entrevista hoje lá do outro lado da cidade, só vou caçar alguma coisa pra comer aqui e...

- Me espera aí, vou te buscar e te levo lá.

- Não precisa Rafa, eu peço um carro aqui.

- Meu dia tá livre hoje, tô com tudo planejado já. Me espera, tá?

E claro que eu esperaria. Me sentei em um dos bancos no lado de fora do prédio checando meu celular para já me livrar de algumas tarefas rotineiras. Até pensei em passar em um restaurante que tinha ali perto pra comprar um almoço, mas não deu tempo. Em menos de dez minutos o carro que eu já conhecia muito bem estacionava na frente do fórum. Seus olhos verdes sorriram pra mim quando eu entrei e eu nunca conseguia impedir o sorriso que eu abria em retribuição.