Brisa Leve

Liberdade

Bom dia amores! Sei que tá todo mundo ansioso (eu também tô, particularmente) pra Girafa começar a ter mais...ação. A partir daqui elas começam a interagir mais e tô pensando em logo acabar com essa quarentena - pelo menos na nossa ficção pra gente ver o que rola quando elas se verem, o que acham?

Gizelly

Eu achei que a mudança de cidade seria muito mais estranha do que realmente foi. Com certeza o fato de não estar saindo de dentro de casa estava ajudando nesse sentido, porque eu ainda não entendia a dimensão do tamanho do universo que São Paulo era em comparação com Vitória, que sempre fora meu lar. Mas o universo ali dentro do apartamento já era completamente meu. Meu quarto, meu canto, minhas coisas já estavam pelo apartamento. Aos poucos estávamos redecorando o lugar e decidindo como seriam as coisas. Mas não eram só os novos quadros na parede ou a divisão das contas que me traziam essa sensação.
Acordar em São Paulo era acordar me sentindo livre. Eu saí do programa uma Gizelly completamente diferente e, agora em um lugar também diferente, não me sinto mais presa na pessoa que eu era antes. Claro que ainda acredito em muito do que eu acreditava antes e trouxe comigo muitas convicções, tudo que me aconteceu me formou. Mas mudar me fazia bem, eu precisava me libertar de algumas amarras que ainda me prendiam. Tentando seguir essa minha própria proposta, aceitei fazer uma live com a Clara (também ex-BBB). Eu já tinha uma certa noção do que surgiria durante aquela conversa, mas me livrei dos medos e fui – acabei revelando mais do que queria, talvez. Ou não, depende do quanto o pessoal ia entender daquilo tudo.
Acordei com dor de cabeça. Depois da live minha reunião tinha ido até muito tarde, então não deu pra acompanhar muito a repercussão, embora eu conseguisse imaginar a loucura que teria virado o twitter e o coração das minhas girafinhas queridas. Se elas tiravam teorias até do onde não tinha, imagina agora que tudo era real – pelo menos dentro de mim. Ri um pouco pensando nisso e peguei o celular para dar uma olhada antes de levantar. Já era hora do almoço mesmo, eu podia enrolar mais um pouco. Enquanto eu ria das reações na minha timeline uma notificação do whatsapp desceu chamando minha atenção:

Rafa Kalimann: Gi, a gente precisa conversar.

O suor frio brotou no meu rosto instantaneamente e minhas mãos começaram a tremer. Eu não tinha dado tanta bandeira assim na live ontem, tinha? Ok, claro que eu tinha. Para uma advogada com cursos de oratória o tanto que eu gaguejei com as perguntas mais diretas da Clara dizia muito. E eu não neguei nada sobre a Rafaella. Ela devia ter assistido. A gente sempre conversava e sempre falava de Girafa como amizade e loucura das fãs, se ela percebeu que pra mim tinha algo mais podia dar muito ruim pra mim. Se aqueles olhares não eram nada mesmo como ela sempre dizia publicamente, talvez ela fosse cortar nosso contato agora. E eu não estou pronta pra isso. Mas não dava pra ficar evitando muito né? Melhor encarar de uma vez. Deslizei na barra de notificações quando saí do transe e entrei na conversa dela

Eu: Posso te ligar?

Rafa: Em 20min.

Ela nunca tinha me respondido tão seca assim. Foram os 20 minutos mais arrastados da minha vida e quando eles finalmente passaram, eu não sabia se perguntava de novo ou esperava ela falar algo, por sorte logo meu celular começou a vibrar com uma chamada de vídeo dela que eu atendi em segundos. O desespero estava tão claro no meu rosto que chegava a me dar vergonha, mas eu não conseguia nem pensar em tentar disfarçar, eu só queria pedir desculpas e tentar esclarecer as coisas para que a gente ficasse bem.