Última Noite

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Bom dia, quase tarde, na fazendinha - mas capítulo começando com meu amor. Obrigada pelos votos e comentários amores, cada um é um carinhozinho aqui no coração da taurina carente na quarentena <3
Vocês são demais. Qualquer crítica, sugestão, fiquem à vontade pra mandar aí ou no twt. 
Tá mais curtim hoje pq eu acordei tarde, mas espero que gostem :)



Rafaella


Parecia que eu nunca tinha trabalhado com as redes sociais antes, tudo estava tão novo e tão confuso que eu fiquei perdidinha nos primeiros dias. As novas pessoas que me acompanhavam eram bem diferentes das antigas também, era impossível não notar. Graças a Deus eu tinha uma equipe enorme para analisar todos os números e assuntos potenciais para mim enquanto me agarrava com Sofia e Gabriel no sofá, matando toda a saudade que eu tinha acumulado dos meus pequenos durantes aqueles três meses de confinamento.
A parte boa de trabalhar com a família é que eu tinha tudo que eu precisava sempre comigo, a parte ruim é que, enquanto Tato analisava meu novo público eu não conseguia evitar pensar nas perguntas que eventualmente ele iria me fazer. Se o fluxo normal de mensagens e menções que eu conseguia acompanhar eram algum indicativo, o maior assunto nas redes era sobre Girafa. E eu não conseguia parar de acompanhar todas as teorias doidas que o pessoal criava – algumas nem tão doidas assim. Mas eu ainda não sabia o que eu queria responder se ele me perguntasse sobre aquilo.
Falava a verdade? Fingia que não? Se eu falasse a verdade, qual era o próximo passo a partir dali? Eu deveria falar com a minha mãe primeiro, e talvez com a Gizelly. Ao menos saber se tinha um fundamento pra eu gastar tanto tempo do meu dia pensando nisso, porque eu nem sei se tinha alguma chance dela sentir algo também. Faria diferença se ela sentisse? A gente faria o que? Agiria sobre isso? Eu queria conseguir parar de colocar interrogações em tudo quanto é frase que eu elaborava. Custava o universo me mandar uma respostinha? Minha mãe estalou os dedos em frente ao meu rosto e eu percebi que tive todo esse devaneio enquanto a encarava.


- Que isso Rafaela?

- Nada mãe, tava pensando.

- Pensando em algo bem sério né, pode falar, o que é?

- Nada, nada não.

- Rafa. – ela sorriu pra mim, se aproximando mais – Faz dias que você fica beirando parece que quer falar algo, fala logo.

- Nada não mãe, nada não. Tô com saudade só, não pode ficar perto mais?

- Menina, eu te conheço desde o útero. – ela riu, mas me abraçou – Você não me engana não. Mas quando quiser falar, a mãe tá aqui viu?



Ivy


Enquanto atualizamos a Marcela sobre tudo que tinha acontecido até ali e o clima voltava ao normal as coisas iam se ajeitando em um lugar para o qual eu meio que já sabia que elas iriam há alguns dias. Gizelly conversava animadamente com Marcela sobre alguns planos que elas tinham e o Luiz brincava com o Jack no chão e ali eu tive o tempo que eu precisava pra pensar na decisão que eu estava adiando. Tudo era muito bom ali, muito confortável e descontraído, mas não tinha nada de vida real. Como encaixar o meu dia a dia em Vitória ou levar o dela pra BH? Será que a gente ao menos queria? Não tinha nem pergunta. As noites eram ótimas, mas de dia éramos amigas. Eu precisava voltar para Minas, para o meu trabalho, minha família. Depois de algumas horas ainda ali Marcela foi dormir no quarto que o Miguel estava ocupando – ele ficou mais do que empolgado em dormir na sala com o Jack Bacon. Fui para o quarto com a Gi e esperei ela vir para a cama.


- Gi, eu preciso voltar. – soltei em um tom mais baixo, quase torcendo para ela não escutar, mas ela me olhou, não tão surpresa. Ainda assim com uma sobrancelha erguida.

- Por causa da Má ou da Rafa? – não consegui evitar uma risada.

- Eu sabia que a influencer mexia contigo! – ela enfiou uma almofada no meu rosto e eu parei de rir aos poucos – Por nenhuma das duas, idiota.

- Então o que aconteceu?

- Não aconteceu nada. Eu só quero dar meu melhor pro Miguel e...

- O melhor não sou eu, né?

- Você é incrível Drª. – suspirei e sentei no colo dela, colocando cada perna de um lado do seu corpo e dando um beijo rápido – Eu não poderia pedir nada melhor do que isso pra mim. Só que minha vida, não sou só eu. Minha vida é o Lulu. Minha família não fala comigo desde que eu vim pra cá, eles sabem porque foi, eles assistiram tudo. O pai do Luiz quer voltar, quer deixar a família completa de novo e... eu quero que ele cresça com todo mundo bem, não nesse clima tenso onde ele só tem a mim. - ela me direcionou um olhar machucado - E você, claro meu bebezinho, mas a família dele está um caos.

- Se você voltar, vai esquecer tudo que aconteceu aqui? - abri um sorriso quase involuntário com a pergunta tão insegura.

- Eu nunca poderia esquecer tudo que aconteceu aqui. - segurei seu rosto com as duas mãos e a beijei - Eu sou apaixonada por você Gizelly Bicalho, é uma atração assim, sem condições nenhuma. E eu espero que você continue na minha vida. Mas minha prioridade é o Luiz Miguel.

- Nunca discutiria com isso. – ela sorriu levemente pra mim e me deu um beijo no pescoço.

- Sem contar que você tem uma graaaaande lista de pretendentes, vai ficar bem sem mim. – levei um tapa no braço – Filha da puta!

- Deixa de ser sem vergonha Ivy.

- Uai, geralmente cê não me pede isso na cama não! – assisti ela ficar vermelha e capturei seus lábios nos meus. Uma última noite não ia fazer mal, né?

Brisa LeveOnde histórias criam vida. Descubra agora