Manhã Seguinte

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BOA NOITE!
Me desculpem a demora, não me matem (EU VOLTEI!)
Tive um bloqueio e escrevi, escrevi, escrevi e tava achando tudo péssimo - vocês mereciam mais. Então fiquei uns dias longe, mas estamos aqui de novo.
Como passaram esses últimos dias? Deu pra levantar do tombo do último capítulo?



Gizelly


Antes de abrir meus olhos eu senti de novo cada sensação da noite anterior. Mesmo sendo só uma memória, meu corpo queria reagir ao cheiro da Rafa. Busquei ela ao meu lado, mas não encontrei, o que me fez abrir os olhos. O relógio já marcava mais de onze horas, talvez ela já tivesse acordado. Fazia tempo que eu não tinha um sono tão pesado assim, que eu não dormia tão bem, que minha noite não tinha sonhos. Talvez porque todos os meus sonhos estivessem sendo realizados no momento. Joguei uma água no rosto, esperava encontrar Rafaella no banheiro, mas ela também não estava lá. Será que ela finalmente tinha vencido as barreiras com as meninas e já estava pela casa? Suas roupas não estavam mais pelo chão.


- Gi. – Bianca foi quem eu vi quando cheguei na cozinha, Mari estava sentada na bancada e me dirigiu um olhar meio preocupado – Você tá bem? Aconteceu alguma coisa na noite passada?

- Aconteceu. – eu não consegui conter o sorriso que se espalhou pelo meu rosto – Mas eu conto pra vocês depois, vocês viram a Rafa?

- Gi, a Rafa foi embora. – senti minha testa franzir automaticamente com a resposta vinda de Mariana, mas meu cérebro ainda não tinha absorvido o olhar complacente da minha amiga – Ela foi faz algumas horas.

- Ela foi...? – refiz o caminho para o quarto de hóspedes buscando o meu celular. Não tinha nenhuma mensagem, nenhum recado, nenhum sinal dela. Bia estava na porta quando eu tirei os olhos da tela – Ela não falou nada quando ela foi?

- Ela me disse pra pedir desculpa pra você. – me sentei na cama, que ainda tinha o cheiro dela, tentando processar aquelas poucas informações. A falta de mensagens e os olhares que as meninas me lançavam me diziam que aquilo era ruim, mas eu ainda não conseguia pensar que algo ruim aconteceria depois de uma noite como a de ontem.



Rafaella


Eu nunca imaginaria que tudo aquilo ia acontecer na noite passada, na casa da Bianca. Mas cada momento com a Gizelly parecia tão único, tão perfeito. O álcool deu voz a um desejo que eu já sentia há algum tempo e estava fugindo. Bom, talvez eu devesse ter fugido mais um pouquinho. A maneira como nossos corpos se encaixavam, como cada toque dela me causava reações únicas, como ninguém nunca tinha acertado assim de primeira todos os pontos certos que me causavam prazer, tudo era muito perfeito. Mas era muito.
O que tudo aquilo que a gente estava vivendo nas últimas semanas significava era muito pra mim. Ela se tornava uma pessoa indispensável na minha vida a cada dia e quanto mais eu me envolvia, mais eu queria me envolver. Minha cabeça fazia planos e eu sentia que todos eram possíveis quando ela estava comigo. Até eu pensar nas outras pessoas da minha vida.
Como os meus pais iriam reagir quanto a isso? Minha mãe brinca muito, porque ela sabe que é mentira. Qual seria a reação dela se fosse verdade? O olhar do meu irmão na reunião que tivemos quando eu sai do reality me voltou à cabeça. Ele não parecia feliz com aquilo. E se realmente não estivesse? E se ele e a Marcella não quisessem um exemplo assim perto das crianças. Gabriel e Sofia eram os projetos de seres humanos mais importantes da minha vida.
Todos esses pensamentos começaram a me invadir quando eu acordei com alguns raios de sol no meu rosto às 7 da manhã. Consegui espantar alguns afundando meu rosto nos cabelos da mulher ao meu lado, o poder calmante que ela tinha em mim era incrível, mas eu tinha medo de compartilhar com ela todas essas inseguranças. Logo a enxurrada de pensamentos voltou e ficou insuportável. Eu não podia colocar minha família em jogo. Não podia. E depois ainda tinha a minha carreira – a pasta azul me veio na cabeça – tudo que eu construí em anos jogado fora.
Me levantei com cuidado e deixei uma Gizelly adormecida na cama. Ela mal se mexeu, mas resmungou um pouco enquanto se ajeitava com os travesseiros. Identifiquei meu nome entre os sussurros e sorri, só para uma lágrima escorrer logo depois. Vesti minha roupa e fui embora o mais rápido que consegui. Chegando em casa avisei para minha equipe que desligaria o celular, só aquele dia. Se algo muito urgente acontecesse, eles tinham meu segundo número para emergências. Tomei um banho e deitei na minha cama me entregando ao choro e ao turbilhão de pensamentos, tentando achar solução onde eu só via problemas. Voltei à minha vida normal no dia seguinte, no meu celular algumas mensagens da Gi que eu achei melhor não responder. Se eu não podia, era melhor não dar moral nenhuma, certo? Não. Provavelmente eu estava lidando com aquilo de uma forma completamente errada, mas eu não fazia ideia do que fazer.


- Bom dia! – atendi à chamada da minha equipe assim que saí do banho, reconhecendo a voz de Giovanna logo.

- Bom dia princesa, recuperada de ontem?

- Não quero falar sobre isso. Como está minha agenda do dia?

- Vem pro escritório passar alguns contratos com a gente e matar a saudade. O que acha? Almoçamos por aqui e de tarde te acompanhamos no photoshoot com alguma revista que eu esqueci o nome, mas a Marcella com certeza vai lembrar.

- Vou sim. – respondi enquanto procurava uma roupa no closet, seria bom passar a manhã com elas depois de ter passado o dia sozinha ontem. Me arrumei rápido e dirigi até lá, encontrando minhas primas conversando quando cheguei – Então é assim que vocês trabalham?

- Que susto Rafaella! – Giovanna pulou na cadeira, iniciando uma crise de risos em Flavina e Marcella. Sentei em uma das cadeiras vazias da mesa e recebi alguns papéis, comecei a mexer logo, enquanto escutava mais sobre os contratos.

- Nesse aqui eles também querem fechar com algumas outras meninas do BBB, tipo a Gizelly e a Gabi... – meu corpo contraiu involuntariamente quando ouvi o nome sair da boca da Flavina e eu não ouvi mais nada depois disso, embora estivesse consciente que ela ainda estava falando. Assinei esse e mais alguns em silêncio.

- Você tá bem? – a voz de Marcella me tirou do modo automático em que eu me encontrava

- Claro.

- Rafa, a gente te conhece desde pequena. – Giovanna tomou os contratos da minha mão e todos os olhos se voltaram pra mim – Desembucha.

- Não é nada, só estou meio confusa com algumas coisas.

- A gente não pode fazer nada pra te ajudar?

- Contar pra vocês é uma das coisas que eu não sei se eu devo fazer.

- É alguma coisa grave?

- Não, é só muito novo e...

- É boy novo? – Giovanna se debruçou na mesa já sorrindo com a possibilidade junto com a Fla, meu celular começou a tocar simultaneamente, o nome de Gizelly apareceu na tela e eu bloqueei.

- Ou é girl? – Marcella soltou a pergunta, olhando brevemente para o meu movimento com o telefone e fazendo meu corpo tensionar, por sorte as outras não perceberam e começaram a rir.

- A Rafaella? – Flavina se levantou, ainda rindo – Por favor, sem chances! Gi, vamos comigo buscar o almoço?

- Sim senhora! A gente liga de lá pra ver o que vocês vão querer. – Giovanna levantou e saiu com ela. Assim que ambas deixaram a sala o olhar de Marcella parou sobre mim, se dividindo entre preocupação e questionamento.

- Rafa...

- Não.

- Sim.

- Não. – o olhar ficou mais firme no meu e meus olhos se encheram de lágrimas automaticamente – Você ainda iria me querer como madrinha do Gabriel se eu gostasse de mulheres?

- Rafaella! – ela riu enquanto secava a lágrima que escorreu no meu rosto – É claro que sim!

- Mar, eu...

- Não me importa quem você ama. Quer dizer, importa sim, importa se você ama o Gabriel e esse amor eu sei que você tem de sobra. Sua confusão é a Gi? – concordei levemente com a cabeça, as lágrimas voltando aos meus olhos – Faz tempo que você não fala dela.

- Eu me aproximei dela de novo desde que as coisas voltaram ao normal e ficou bem difícil de negar o que eu sentia. Então eu parei e a gente se envolveu e agora eu acho que eu me envolvi demais.

- E onde está o problema nisso Rafa?

- Na pasta azul que vocês colocaram na minha mesa alguns meses atrás, na reação que isso pode gerar na mídia e, acima de tudo, na reação que isso pode gerar na nossa família. Eu não quero decepcionar ninguém.



Não esqueçam de votar e deixar um comentário pra autora carente feliz, saudades de vocês. Um xêro <3

Brisa LeveOnde histórias criam vida. Descubra agora