Vamos

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Rafaella


Depois de mais um tempo conversando com meu pai, o que deixou meu coração muito mais leve, mandei uma mensagem pedindo desculpas pra Gi por aparecer sem avisar e, apesar de só ter recebido resposta no dia seguinte, fui surpreendida com uma resposta nada grossa. Ela até chegou a falar que a gente poderia conversar melhor em algum outro momento, mas também não rendeu mais nenhum assunto. Mesmo por mensagem, dava pra sentir que ela estava na defensiva. E eu estava perdida sobre quais seriam meus próximos passos.
Eu não conseguia dar a mínima atenção para os meus próprios compromissos, porque tinha rodado pelo instagram alimentando paranoias que não devia. Como prestar atenção em um texto que ainda não fazia sentido na minha cabeça quando eu sabia que a sexta estava sendo "muito bem aproveitada" lá na casa da Bianca, como os stories da Thaylise deixaram bem claro? A Gi também já tinha postado fotos na piscina com a Mari (e ela estava maravilhosa, por sinal). Então eu sabia que elas estavam juntas. Eu queria estar lá, não aqui sentada nesse sofá com um monte de papel em mãos.
E sim, eu sabia que eu não devia estar procurando essas coisas, mas eu estava. Larguei mão completamente das coisas quando vi um stories da Thaylise com a Gizelly no instagram da Bianca – eu podia terminar o expediente de sexta mais cedo. Peguei meu carro e decidi ir pra casa da Manu. Eu não sei se era o sertanejo tocando alto ou a saudade dela que doía, mas as lágrimas desceram sem dó enquanto eu dirigia pelas ruas de São Paulo. Chegando lá, soltei tudo de uma vez só, mostrando as fotos e deixando descer as últimas lágrimas.


- Não tem nada demais aqui Rafa. – ela olhou pela terceira vez o boomerang postado na conta da Bia, onde Gizelly e a Thaylise brincavam na piscina.

- Mas elas tão juntas.

- Essa é a menina que estava na casa da Titchela no dia que você foi lá? – concordei – Tá, entendi. E você vai fazer o que sobre isso?

- Nada ué, eu não posso fazer nada, deixa elas.

- Não Rafa, não com elas. Sobre você e a Gi.

- Eu não sei Manu, eu fui lá e ela não quis falar comigo. Você podia chamar ela pra tomar vinho aqui e aí eu venho e...

- Você não aprendeu nada com o reencontro do BBB né amiga? – ela me olhou com uma cara de decepcionada e me interrompeu antes que eu começasse a próxima fala – A minha abordagem não está funcionando com você Rafaella Kalimann então eu vou acionar reforços, a gente precisa da Thelma Regina.


A partir dai Manu se recusou a continuar a conversa enquanto Thelma não chegava. Navegamos por alguns canais de televisão e redes sociais já que meus tópicos de conversa se encontravam um pouco restritos a uma certa capixaba. Concordamos que o vinho podia ser liberado e escolhemos quais seriam nossos companheiros da noite. Thelminha também trouxe um e nos juntamos na sala nos atualizando dos assuntos da vida enquanto tomávamos a primeira garrafa.


- Tá bem, agora qual era a emergência? – Thelma posicionou a taça no chão assumindo uma posição de seriedade.

- Ela. – Manu apontou pra mim e ficou em silêncio, bebendo seu vinho. Percebi que eu ia ter que explicar e todas as explicações pareceram erradas na minha cabeça, então falei o primeiro problema.

- A Gizelly tá com outra pessoa. 

- Não é bem assim.

- Ok, não é. – eu sorri com a correção de Manu e me sentei direito no sofá – Eu deixei meu medo todo ir me afastando dela e eu não fiz isso de um jeito legal.

Brisa LeveOnde histórias criam vida. Descubra agora