Rafaella
Em meio a beijos no pescoço e cafunés senti a respiração de Gizelly acalmar e se estabelecer em um ritmo constante. O braço dela estava firme em minha cintura e aquele jeito confiante que ela me abraçava até dormindo me dava uma segurança que às vezes eu não conseguia nem encontrar em mim mesma. Deitada ali agora eu não conseguia entender porque demorei tanto tempo pra compartilhar com ela os meus medos, minhas dores. Ela era meu porto seguro, minha casa longe de casa. E com ela ali tudo fazia sentido agora, parecia que estava tudo finalmente se encaixando na minha vida. Com essa sensação a coisa mais óbvia me veio à cabeça. Daria trabalho organizar tudo tão rápido e no meio da noite, mas tinha que ter algum jeito.
Explorei na internet cada canto de São Paulo até descobrir que tipos de lojas estavam abertas, para tentar pensar no tipo de surpresa que eu poderia fazer pra Gi na manhã seguinte. Da última vez que estivemos juntas eu a deixei sem notícias e dei início à semanas horríveis para nós duas, então agora eu não queria só acordar ali, eu queria mostrar pra ela quer era ali que eu queria acordar sempre. Acabei decidindo por coisas mais simples e precisei de uma padaria e uma floricultura para atender aos meus pedidos.
Por sorte acordar antes dela não era um problema, levantar era. Com cuidado sai do conforto dos seus braços e fui pra cozinha. Arrumei um café da manhã e tentei fazer caber em uma bandeja, mas não deu. Por sorte eu tinha uma mesinha no quarto então coloquei o principal na bandeja e o restante por lá. Ela nem se mexeu na cama enquanto eu arrumava tudo. Quando os girassóis chegaram eu fiz o café. Coloquei a garrafa na mesa e me sentei na cama com o buquê e a bandeja de café da manhã, esperando que ela acordasse naturalmente com a minha movimentação nada discreta. Minutos depois ela se virou na cama ainda de olhos fechados, assisti seu braço buscar meu corpo ao lado e seu rosto franzindo ao não encontrar. Me aproximei, passando a mão levemente pelo seu rosto.
- Eu tô aqui, meu amor. – ela sorriu e abriu os olhos, eu sorri também – Bom dia.
- Bom dia Rafa, tá com cheiro de café... – ela se sentou na cama devagar, identificando a bandeja primeiro e depois concentrando o olhar em mim. Seus olhos brilhavam do jeito mais puro que eu já tinha visto – Rafa.
- Titchela. – eu arrastei o apelido um pouco e deixei um beijo na sua testa, antes de entregar as flores – Ontem eu te disse tudo já sobre como eu me sinto, mas ontem foi um dia intenso. E hoje eu queria que fosse leve igual tá meu coração depois de dormir e acordar do seu lado. Depois d'ocê ficar.
- Rafa, foi você quem...
- Eu sei, fui eu quem foi. É por isso que eu quis te acordar assim hoje, pra te falar que eu me sinto segura com você de meu lado e que, como os girassóis olham sempre pro sol, estar ao seu lado me faz olhar sempre para o lado bom de todas as coisas. Eu não vou mais deixar meu medo me afastar de algo tão lindo como isso e como o seu sorriso. – dei um beijo rápido em seus lábios e me afastei.
- Não, não, volta aqui. – com uma mão na minha nuca ela me puxou de volta pra perto, aprofundando o beijo e sorrindo no final – Você não fala um milhão de coisas bonitas assim e sai correndo.
- Eu não vou pra lugar nenhum. – dei mais um beijo nela trouxe a bandeja com o café da manhã mais pra perto – Agora eu tenho certeza que a senhorita quer comer.
- Com certeza! Rafaella do céu, você comprou a padaria inteira.
- Eu não sabia o que você gostava mais.
- Comida Rafa, eu gosto de comida. – ela riu enquanto decidia entre um croissant e um pão de queijo. Me levantei pra pegar algumas coisas na mesinha e apreciei a cena nada delicada de Gizelly experimentando várias opções do nosso café. Seria clichê demais falar que ela era linda comendo?
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Brisa Leve
FanfictionEla sabia que entrar no Big Brother Brasil 20 mudaria sua vida, mas não espera que mudasse tanto do que ela achava que era. Saindo da casa com vários pensamentos novos fazendo um furacão em sua cabeça Gizelly precisa agora colocá-los no lugar, ao m...