Prólogo

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No começo tudo eram trevas. Não estava de olhos abertos, ou talvez o lugar apenas fosse escuro demais para que enxergasse, mas tudo que pensava era que precisava de mais tempo.

Havia tanto a viver para acabar na escuridão, que mesmo quando a luz a achou não conseguiu segui-la e optou por voltar e ficar por lá. Apenas existindo, num estado de semi consciência que não era vida, tampouco a morte.

Entretanto, quando sentiu aquele poder a cobrir, não pensou duas vezes antes de mergulhar nele, uma vez que o parecia tão familiar, apesar do tempo que não sabia quanto havia passado.

Não havia ninguém, contudo a voz lhe disse de uma maneira quase que gentil:

— Pobre criança... Todo esse tempo permaneceu assim. Não viva,  tampouco morta, apenas ali, presente e assistindo a tudo em sua volta...

O tom que a causava temor, mas também demonstrava poder, fez a escuridão se mover num momento pequeno, como se algo andasse por ela e a mexesse enquanto caminhava.

— Quem é você? — interrompeu a voz, encontrando a sua, com clara dúvida em seu tom.

— Alguém que quer dá-la um presente.

Poderia ter perguntado algo, mas optou por apenas fazer silêncio a espera que as luzes se ascendessem e seu benfeitor deixasse de ser um sussurro suave como a brisa na noite. Infelizmente não o aconteceu, pois a voz continuou sendo um som, nada com rosto ou forma, apesar do poder que estremecia a ela do seu interior até os ossos.

— Eu só quero viver — ela disse sentindo suas forças se eesvairem por um segundo.

— Tire daqueles que não mereçam forças para se reerguer e lutar. Você será minha espada e escudo...

— Se eu for poderei viver? — perguntando depressa recebe um sim mínimo em resposta.

E então aceitou de bom grado sua missão e tudo aquilo que a voz a deu após. Suas bênçãos, a força, a graça e o espírito guerreiro que a ajudaria nos momentos mais difíceis.

E sentindo uma dor repentina, se forçou a abrir os olhos, que se deu conta estarem fechados, dando de cara com um lugar sujo, escuro, de péssimo cheiro e coberto pelo que chamava-se de grades.

— Ora, ora, ora. Finalmente acordou... — a voz feminina disse em tom debochado antes da porta se abrir.

E ao invés de respondê-la, a mulher apenas fitou a senhora que entrou em seu campo de visão, pensando como saberia quem seriam aqueles que a voz havia pedido por ajuda para caçar.

“Não é ela” — a voz dentro de si respondeu a dúvida implícita no olhar da mais jovem.

Que sem dizer uma palavra foi arrastada para longe das grades, onde atravessou todo lugar escuro nua e por final foi jogada num chão de mármore onde outras cinco mulheres a olhavam com desprezo e desdém.

Além de um multidão de pessoas, com roupas bonitas e arrumadas, abriam caminho para ela e a senhora que a arrastava, sem compaixão alguma pela nudez e humilhação que a jovem sofria.

Vendo nas mulheres marcas escuras, no pescoço, olho, boca, acima do decote, nos pulsos, um em cada, sentiu seu corpo ficar alerta, só então ao observar seu estado concluindo que já sabia quais eram os seus objetivos, todavia não era o momento certo para acabar com eles.

— A ponham no trabalho antes que a execute. — a mais enrugada falando firme faz os guardas a arrastarem agora para a saída do salão grande, limpo e iluminado.

Onde antes de fecharem as portas escutou música e conversas voltarem a ressoar pelo lugar, sendo caladas pela enorme porta de madeira sendo fechada ao passar por ela.

Nota finail:

Essa fanfic foi criada com base na teoria feita pela Erika no Twitter. Você pode conferir a teoria aqui nesse link:
https://twitter.com/azrielegant/status/1262198203463733249?s=19

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