Capítulo 28

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Deviant

Logo que chegou ao acampamento, viu um grupo de guerreiros passarem por ela, Rhys e Azriel, os olhando curiosos.

O que foi ignorado pela mulher que se sentiu feliz por ver algo que reconhecia.

— Ali eu ganhei você numa luta, lembra-se? — disse ao irmão que riu.

Dizendo que havia a deixado ganhar, não sido derrotado, recebe um olhar minucioso de Azriel, que tentava entender alguma coisa.

— Naquela arena atrás você caiu no meu golpe de fingir que estava ferida... Será que ainda tem as marcas dos socos que deu quando viu que foi feito de idiota? — apontando na direção mais a esquerda, ouve alguém rir.

Uma risada desconhecida, que deixou Azriel alerta, tomando a frente de Deviant. Ao contrário de Rhysand que apenas respirou fundo.

—  Cassian... — parece dar algum aviso ao homem que saiu apressado da barraca onde estava, sorrindo divertido.

Tentando olhar por cima do ombro de Azriel, que até mesmo abriu suas asas para mantê-lo distante, ficando tenso.

— O que houve? — pergunta aos dois na sua frente, seu irmão e parceiro, que pareciam tensos demais.

— Só alguém que provavelmente vai fazer algo estúpido... Cassian, não! — Rhysand conta, antes de se  mover para frente dela.

Por impulso, segurou a cintura de Azriel que pareceu relaxar com seu toque, a dando abertura para que pudesse olhar no redor e ver todo acampamento se aproximando.

— Qual o problema, Az? Não deveríamos estar acostumados a dividir tudo? Só quero ver irmãzinha do Rhysand... Ver se é bonita como ele insiste. — pediu a voz do outro guerreiro, soando divertida.

Usando as sombras para se mover, o que aprendeu vendo Azriel fazer, parou ao lado do seu irmão que estava entre seu parceiro e o guerreiro sorridente.

—  Olá, você. Meu nome é Cassian, sou o mais forte por aqui! Meu Deus, Rhys... Ela é mais impressionante que você! Esses olhos são de tirar o fôlego! —  saúda Deviant que acaba sorrindo de volta para o macho feérico.

Notando que Rhysand continuava tenso, estendeu sua mão para ele que a apertou e continuou a avaliá-lo.

— Se eu estivesse com você jamais teria perdido suas lindas asas, querida... Ainda dá tempo de passar na minha barraca e escolher um guerreiro realmente forte. — confidenciou a ela que não teve tempo de repreender o estranho.

Azriel só foi pra cima dele e deu início a uma briga feia com socos, chutes, destruição e tudo que machos ilyrianos faziam irritados.

— Azriel! Para! — pediu fazendo menção de ir até onde eles lutavam, sendo assistidos por todo acampamento. — Rhys me solta! Vai lá e faz alguma coisa! — grita com seu irmão que olha a briga e faz uma careta.

A arrastando para longe do caos, onde deixou aos cuidados de Duo.

Um curandeiro que ficava responsável pelas fêmeas ilyrianas, desde que Cassian começou a treiná-las. E que Deviant sabia bem de qual povo vinha, só pelos seus olhos bicolores.

— Vou lá encerrar as boas vindas do Cassian ao Azriel... Não queremos meu general cabeçudo morto, não é? — perguntou ao homem de costas que continuou a limpar suas mãos silencioso.

Preocupado em ficar bem limpo para o procedimento que faria nela.

— Já deveria ter ido! Não entendo porque demora tanto! — repreende ao irmão mais velho que ri.

— Azriel estava realmente precisando relaxar... Não se preocupe, já já volto com os dois idiotas quebrados, mas respirando. Ao menos um deles é certo que voltará.

Desaparecendo nas sombras, Rhysand a deixou a sós com o curandeiro que enfim se virou para Deviant sério.

— Onde quer que eu ponha os sifoes? — perguntou com sua voz baixa, rouca e se não já desconfiasse do porquê um tanto feminina.

Anos atrás, haviam curandeiras que possuíam olhos mágicos. Estas feéricas, apesar de classe simples e não Grã feéricas, eram capazes de salvar a vida de qualquer um graças aos olhos abençoados que possuíam.

— Nas costas. Toda minha coluna se possível. — solicita avaliando a figura a sua frente.

No começo poucas, mas conforme o povo feérico crescia  cada vez mais, pois a cada gestação sua a média era de dois a três bebês, as curandeiras cresceram e prosperaram mais rápido que qualquer outros, até que o Grão Senhor anterior, temendo que elas se dessem conta do quão grandes elas eram relação aos números dos ilyrianos na época, ordenou que fossem extintas.

— Preciso que se deite. — gesticulou para o lugar onde havia uma cama de ferro limpa ao extremo.

Começando uma caça que as levou a fugir para outras cortes e lá viverem, até que começaram a apenas sumir sem rastros. Isso até um dia que sua mãe salvou uma de ser atacada e viraram grandes amigas. Onde a mulher, de nome Dua explicou sua história e informou sobre seu povo fugitivo, que vivia errante, em apenas um por lugar, longe um dos outros para que não fossem localizados.

Tendo como únicas características os olhos bicolores, cabelos cor de cenoura e pele alva como se fosse um espírito, além do tamanho do corpo pequeno, com certo ar de fragilidade.

— Quantas de vocês ainda há? — Deviant pergunta com seu coração apertado.

Escondidas de seu pai, ela e sua mãe viviam a resgatar e levar em segurança outras Dua, mulheres curandeiras que eram perseguidas na Corte Noturna, as escondendo em acampamentos ilyrianos até que pudessem as mover para corte diurna.

— Só eu. Sou o único que sobrou... Quando deixaram a minha mãe no acampamento, sem supervisão, ela não durou muito. — explicando em tom baixo se põe a tocar onde iria pôr as pedras.

Sentindo as palavras doerem nela, Deviant deixou as lágrimas de frustração caírem, uma vez que aquele projeto secreto de sua mãe e ela acabou se desfazendo devido ao medo que sentia em contar a Rhysand o que tanto fazia andando por aí com a mãe deles. Pois naquela época ele a cada dia ficava mais próximo do pai e muito mal as via, sempre entre uma guerra e outra.

— Não vai doer. — avisou baixo a fazendo rir.

— Eu sei que não, mas eu sinto muito Dua... — diz a fêmea que para o que fazia.

Contando em tudo que sua mãe e ela costumavam ajudar outras como ela, continuou a chorar, ainda chateada com o fato de ter sido tudo em vão. Se ao menos tivessem confiado mais no seu irmão e deixado ele a par da situação. Mesmo após mortas a ajuda poderia continuar e as Dua ficariam muito bem.

Aquela curandeira teria um futuro melhor, sua mãe estaria viva e bem.

— Por que se passa por garoto? — perguntou a curandeira que fazia a colocação da primeira pedra.

Parecendo hesitar, ela por final disse que sua mãe para salvá-la optou por dizer que era um menino, de forma que Duo se tornou uma forma de proteção que ela teve mesmo depois que sua mãe havia partido.

Dua era o nome que todas recebiam ao nascer, mas algumas ao fugirem assumiam novos nomes, pois acreditavam que aquele nome hereditário era uma sentença de morte. Algo triste e cruel que seu pai sentenciou a elas, as fazendo negar até mesmo sua própria raiz.

Encerrando a conversa ao Rhysand entrar carregando com Azriel o guerreiro Cassian, com um monte de machucados que não parava de reclamar.

Notas Finais:
Depois desse tem o especial de 2k de visualizações! Mas se baterem o desafio de 9 votos e 9 comentários tem capítulo novo. ❤️ Além do especial de 2k.

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