Capítulo 15

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“E eu não vou entortar, não vou quebrar
Não, eu não tenho medo de fazer o que for preciso
Eu nunca irei entortar, nunca irei quebrar

Porque eu sou uma guerreira, eu luto pela minha vida
Como um soldado durante a noite
E eu não vou desistir, eu vou sobreviver, eu sou uma guerreira
E eu sou mais forte, é por isso que estou viva
Eu vou conquistar, dia após dia”
Warrior — Avril Lavigne

Azriel

Incrédulo pela primeira vez ter sido nocauteado, o Feérico ainda levou alguns segundos para processar a informação que estava preso a uma corrente que lhe queimava toda a sua pele. Pois provavelmente ser nocauteado consistia em desmaiar e ele não acordou até aquele momento.

Metros a sua frente, Deviant gritava e se debatia, falando coisas incoerentes, pingando suor, enquanto era observada pelas duas Rainhas restantes no castelo, rodeadas de guardas, na antisala que dava na sala dos tronos.

— É realmente uma sorte nossa que este animal tenha nos ajudado a capturá-lo, feérico imundo. — a rainha a esquerda disse em tom divertido, antes de chutar Deviant no rosto.

— Se não fosse os gritos dela jamais teríamos descoberto seu disfarce, sendo assim, não esqueça de agradecê-la antes que a maldita morra de uma vez. — a outra rainha acrescentou cuspindo na irmã de Rhys que se contorcia no chão.

Gesto que o enfureceu, levando Azriel a deixar de lado sua forma parcialmente feérica, abrindo suas asas para tentar quebrar as correntes que o prendiam as colunas do lugar.

— Ela precisa de ajuda! Por que não a salvam? — perguntou as mulheres tentando escapar das correntes.

Sentindo conforme as correntes o cortavam, veneno queimá-lo, o Feérico ignorou a sua dor e focou na sua figura feminina, que se contorcia e passava agonia e tormento através de seu laço frágil.

— Está tão fraca que não há mais o que ser drenado do castelo! A proteção rompeu sozinha, dado o estado desse animal inútil! — uma rainha contou a ele que tentou atacá-la, ao ver a mulher chutar novamente Deviant que começou a gritar e rasgar pedaços de sua roupa.

Ainda lutando com as correntes, Azriel avaliou os homens armados com flechas de Freixo, um número grande, que provavelmente o mataria, mas não importava, mesmo que não pudesse usar suas sombras faria algo.

Se as defesas caíram, poderiam usar magia, certo?

Precisava tentar salvar Deviant de qualquer forma. Por ela, por ele e por Rhys. Jamais se perdoaria se a irmã de seu Grão Senhor morresse por seu descuido, foi o que pensou a princípio.

Isso até sentir o laço fraco entre eles ficar mais forte, a medida que Deviant sentia mais dores e no ápice de seu desespero força suas mãos no chão, colocando-se de joelhos com dificuldade. Rosnando para afastar as rainhas humanas de perto.

— Vocês se esquecem de uma coisa importante. — começa a falar para dar tempo a sua parceira de passar por seja lá o que estava acontecendo dentro dela.

A magia só ficava mais e mais forte e estava prestes a romper a pele humana, criada por encantos de Hybern. Um processo doloroso e que estava o doendo só de olhar e sentir uma parte. O deixando em constante agonia.

— Suas últimas palavras? — uma rainha comentou em tom soberbo.

Rindo com ironia, Azriel pendeu sua cabeça na direção de Deviant, segundos antes dela assumir sua forma por completo.

Da aparência humana se desfez dando lugar a asas proporcionais, que lembravam as do irmão Rhys, membranosas, como as de um morcego. Também eram lisas e manchadas com uma pitada de iridescência. Além dos olhos lilás terem salpicos claros, como um monte de estrelas num céu lilás. Juntamente das feições feéricas, que pensou ver no quarto semanas atrás, assim como as orelhas pontuadas que sobressaiam seus cabelos negros, que caiam sobre seu rosto.

— Acharam que havia mesmo acabado senhoras? — ela questiona em tom doce, apesar de um tanto diabólico pelo sarcasmo na última palavra.

— Acreditem, não é só a mim que deveriam terem preso... — explicou antes de usar suas sombras para cegar os soldados por alguns segundos.

Sua magia corria livremente e sua parceira estava cega pela fúria ilyriana, que quando um guerreiro atingia tal ponto se tornava uma máquina de combate, sendo assim Azriel forçou mais as correntes, para quebrá-las, enquanto Deviant, usando sua manipulação de sombras imobilizou as duas Rainhas.

— Não se preocupe, quando isto acabar ainda farei questão de levar a primeira Rainha para que vocês não se sintam só. — a feérica disse em tom rouco, antes de usar uma mão para arrancar o coração da rainha que prendeu em sua escuridão.

O devorando sem pressa, caminhou com graça, arrastando as asas no chão, até a última rainha restante, a quem arrancou os olhos dizendo sorridente:

— Por que grita tão alto? Achei que não suportasse me olhar!

Em resposta ao que ela fez, as asas de Deviant assumiram um tom negro, até que parecessem meramente fumaça, assim como os cabelos da fêmea. Que parecia uma encarnação da noite.

Vendo que ela lidava bem com a situação, Azriel, usou as sombras para livrá-lo das correntes, invocando sua reveladora da verdade e se pôs a matar os guardas reais. Sempre evitando olhar para o que sua parceira fazia, a fim de dá-la alguma privacidade em sua vingança pessoal.

Ao terminar com os guardas, sentindo o veneno em seus cortes deixá-lo tonto, o espião voltou sua atenção a Deviant, que assim como ele se arrastava em sua direção.

— Você está sentindo dor. — ela constata o fato tristemente.

Limpando o sangue que sujava os lábios dela com seu polegar, o feérico fez pouco caso de seus cortes, a avaliando pelos olhos minucioso.

— Você precisa descansar.

Se olhando por alguns segundos, os dois acabaram voltando a atenção para as portas que eram esmurradas por reforços, antes dele a tocar e trazer para as sombras junto de si.

— Pegou a carta? — Deviant perguntou em tom preocupado.

Graças a sua memória excepcional, havia lido tudo e já sabia de cor o que precisava ser feito, logo, mesmo que não recuperasse o papel, já tinha o conteúdo na sua cabeça.

— Não temos mais tempo de pegar o caderno... — começa a dizer antes dela se virar e mostrar algo em suas mãos.

— Perdi aqui pelas sombras quando o roubei e a dor começou. — a irmã de Rhysand explica divertida.

Sorrindo para a mulher, ou melhor, feérica, não conseguiu evitar o orgulho por tudo que ela havia feito.

Matou quatro Rainhas humanas, quebrou o feitiço que a subjulgava e o nocauteou um grande gesto na opinião do espião. Que só sentia-se mais feliz com as vitórias de Deviant naquele dia.

— Está pronta? — perguntou ela que o olha pensativa.

Estreitando as sobrancelhas e franzindo seu rosto confusa com a pergunta.

— Onde iremos? Precisamos matar a primeira rainha...

— Sim, mas antes. Há alguém que precisa reencontrá-la. — Azriel explicou antes de usar toda sua força para atravessar o mais perto que podia da corte noturna.

— Quem? Você conhece minha família? Descobriu sobre minha identidade? Onde é que vamos? — Deviant pergunta animada.

— Para casa, querida... Para casa.

Notas finais:
MANO DO CÉU! VOCÊS SÃO DO CRLH! BATERAM A META. É VAMOS DE MAIS UMA META? SETE VOTOS E SETE COMENTÁRIOS E ATUALIZO NO MESMO INSTANTE! ESPERO QUE BATAM A META, DE VERDADE...

A Rainha Das Sombras Onde histórias criam vida. Descubra agora