Capítulo 30

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Deviant

Havia acabado de acordar, quando viu que Dua estava mexendo nas suas costas, sob o olhar atento de Azriel.

— Vai precisar ficar de olho nisso por quanto tempo? — o seu parceiro questiona ríspido, sem se dar conta que ela o ouvia.

Virando seu rosto para ele, Deviant sorriu antes de pedir que ele saísse para deixar o curandeiro a vontade.

— Diga a ele que irei explicar tudo quando o Duo for embora. — pedindo ao seu irmão, que também observava a pobre alma, foi atendida pelos dois.

Ficando a sós com a fêmea que parecia estranhamente calada.

— Quantos dias preciso ser avaliada? — perguntou a ela quando enfim sozinhas.

Dando quinze toques em seu ombro, Duo preocupa Deviant que consegue sentir a dor dela.

— Onde dói? — questiona a ela que fica surpresa.

Se colocando de pé, recebe auxílio da mulher que a ajuda a colocar o seu vestido, lutando contra a dor que sentia, enquanto dizia:

— Scars não gostou de ter me intrometido quando cuidava do general bastardo, nada de importante. Disse que queria tê-lo matado de uma vez. Felizmente o senhor Devon chegou antes que ele me ferisse de verdade...

— Ele sabe seu segredo? — Deviant sugerindo curiosa recebe um aceno sutil.

— Ele foi o único que soube até hoje, senhorita... — contou evitando olhá-la nos olhos, mexendo em seu gorro, incomodada.

As dores aumentavam, logo acabaria desmaiando por conta delas. E a irmã de Rhys não conseguia tocá-la para aliviar a dor, uma vez que Dua temia ser tocada, um reflexo do abuso que sofreu nos acampamentos.

— Não quero machucar. Apenas me diga onde dói, por favor! — dizendo suplicante recebe um olhar angustiado da moça.

Constrangida, ela levou sua camisa até a metade do corpo e exibiu pontos recém feitos num corte que estava em toda extensão de sua cintura fina.

— Não conte a ninguém. Se o senhor Devon souber, irá brigar com ele e Scars me retalharia... — pede descendo sua camisa com muita dificuldade.

Incrédula pelo que fez a pequena criatura, Deviant sentiu as sombras se agitarem com a promessa de uma boa briga, o que leva a Rhysand e Azriel a entrarem no quarto, confusos sobre o que acontecia.

— Duo, se afaste. — Rhys ordena a fazendo gesticular com a mão, como quem não ligava.

Indo até ela, Dua massageou um ponto em sua mão até que a raiva dela passasse. Sorrindo por fim ao vê-la mais calma.

— O que houve? — Azriel pergunta a ela que apenas se nega a responder.

A olhando séria, Duo repetiu o sinal negativo pegando sua bolsa e saindo, não sem antes deixar o que parecia suplementos para cuidados com os sifoes.

— O  que ela disse? — Rhysand pergunta ao só restarem os três.

Explicando quem era Duo, porque ela era assim e toda a história de sua mãe e ela com o povo feérico de onde a menina teve origem, Deviant viu as expressões de surpresa dos dois machos, até que  pediu que chamassem Cassian para o pedir uma coisa.

— Porque a  Cassian? Sabe que como parceiros o que pedir eu farei, não sabe? — perguntou Azriel inconsolável.

Provavelmente com ciúmes, o que ela achou fofo.

— Eu sei, querido! É que só ele pode fazer o que eu preciso agora! Mais tarde você me fará algo que só você pode me fazer...

— Senhores, eu ainda estou aqui. Podem fingir que não fazem sexo? Ainda sou seu irmão que corria atrás de você quando era um bebê e saia nua do banho. — Rhys os interrompe incomodado.

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