“Peguei um caminho errado, uma ou duas vezes
Cavei a minha saída, foi um inferno
Decisões ruins, sem problema
Bem-vindo à minha vida tola
Maltratada, deslocada, incompreendida
Senhorita Não, Tá Tudo Bem
Isso não me atrasou
Confundida, sempre se antecipando
Subestimada, olha, ainda estou aqui ”
Fucking Perfect. — PinkDeviant
Sentindo a sua força lhe faltar, ela acabou caindo no chão, o que preocupa Azriel, igualmente ferido tentando ser o mais forte que conseguia. Uma atitude corajosa, mas estúpida. Pois ela conseguia sentir a dor dele de quaisquer forma.
— Você está ferido. Apenas me deixe aqui e vá buscar ajuda. Não foi inteligente usar sua magia para atravessar nós dois... — Deviant o repreende em tom cansado.
A ajudando a levantar, Azriel olhou por todo lado antes de brigar consigo e dizer em tom irritado:
— Odeio a corte diurna.
Sem entender o porquê de tanto ódio, mal deu meia dúzia de passos, trôpegos assim como os do feérico, antes de suas asas pararem de doer.
Um alívio bem vindo, uma vez que não conseguia usá-las e eram pesadas o suficiente para causar dor.
— Quanto temos que andar? — perguntou ao macho que começava a andar mais firme, ao contrário dela.
Havia usado sua habilidade, que descobriu ter menos de uma semana antes de sua morte. Conseguia mexer com sentimentos alheios de forma que aliviava dores e infligia, isso se obtevesse uma conexão emocional com quem era seu alvo. Contudo, não tinha forças para mais nada. Sentia-se dolorida nas asas e uma delas, a que foi acertada pela rainha sequer se mexia. Voltando a doer com mais força.
— Estou chamando Rhys pela conexão psíquica. Não muito, creio eu. — fala Azriel honesto, continuando a andar mais rápido.
Rhys? Ele foi mandado por seu irmão para salvá-la então. Por isso Azriel fez tanta questão de mantê-la em segurança, pensou ao sorrir. Alguém sentiu sua falta e tentou salvá-la. Aquilo era um alívio.
Sentindo sua asa doer mais e mais, ela gemeu de dor, atraindo a atenção dele que parou e se pôs a avaliá-la.
— O que houve com sua asa esquerda? — perguntou ao olhar as costas dela que caiu de joelhos.
Doía como uma queimadura, mas ao contrário de uma queimadura, se espalhava e agora não estava somente onde havia sido acertada pela espada.
— Rhysand pediu a Helion que viesse... Não consegui dizer a ele sobre você. Sua mente estava muito ocupado com outra coisa... Isso parece muito ruim! Não vamos nos mexer para não piorar, tudo bem? — avisa a ela que concorda em silêncio.
A dor já alcançava metade de sua asa quando um homem de pele bronzeada, cabelos escuros e feições feéricas, que deveria ser o Feérico Helion entrou no campo de visão deles. A olhou surpreso parando imediatamente:
— Essa é?
— Sim. Não a toque mais do que o necessário. — Azriel o repreendeu antecipadamente, enquanto usava sua asa direita para cobri-la dos olhos dele.
Se dando conta que deveria estar nua, Deviant voltou seu rosto para o chão, fincando mais sua mão no solo ao uma nova onda de dor a atingir.
— Ela está ferida? — o macho pergunta tentando a ver acima da asa do feérico que se irritou.
Empurrando o Grão feérico que caiu, logo se pondo de pé ao ouvi-la rosnar de dor.
— Sem condições de levá-los agora. Ela pode perder um membro nesse ritmo! Onde o veneno a atingiu? — questiona a ela que incapaz de responder sentiu a dor aumentar novamente.
Como ondas que iam e vinham, cada vez ocupando um espaço maior em sua asa acertada pelo punhal.
— Nos leve a Corte Noturna. Agora! Lá podemos salvar as asas dela. — Azriel transparecendo sua dor e preocupação insistiu.
Usando suas sombras para manter o homem distante.
— Vocês vão a minha ala médica ou o veneno os matará. Não trocarei nela, mas ao menos deixe minhas curandeiras ajudarem a moça! Ela vai perder um pedaço de seu corpo se o veneno espalhar-se mais! — gritou recebendo enfim o aval de Az.
Passando por ele foi até Deviant, que ao tocar na asa dela fez a mulher gemer de dor. Tirando a parte de cima da túnica para cobri-la, enrolando como se fazia a um cobertor.
— Leve-a primeiro. Por favor... — Azriel pediu impedindo o macho de aproximar-se.
Revirando os olhos, enquanto reclamava dos malditos feericos da corte noturna e sua péssima qualidade de auto sacrifício por qualquer um, Helion o tocou e mandou que calasse a boca.
Os fazendo aparecer num lugar claro que deveria ser onde as curandeiras ficavam.
Levando Deviant imediatamente a uma cama onde a deitou e deixou sob o cuidado de mulheres que falavam baixo por algum tempo, engolindo poções e sendo colocada cataplasmas.
— Não há o que ser feito. Teremos que tirar a asa... — uma voz feminina avisa a quem limpava seu ferimento.
— Onde está o antídoto? Apenas a deem! Ela conseguirá se recuperar. — Azriel soando alto chama a atenção das mulheres que se põe a tentar acalmá-lo.
O Feérico estava irredutível na sua ideia que dá-la mais antídotos faria recuperar as asas. O que Deviant já sabia que não aconteceria. Ficou por muito tempo e não havia como desfazer o que foi feito.
— Tire-a de uma vez! Não é ela que me define! Apenas acabe com isso! — gritou acima das vozes, se movendo desconfortável.
Ter seu rosto virado para a parede era péssimo. Queria poder olhar a todos para demonstrar seu ódio naquele momento, mas não era possível. A dor alcançava a base da asa esquerda e mais tempo chegaria ao seu corpo.
— Está acordada? — Azriel questionando preocupado, a faz estender a mão para alcançá-lo.
Sentindo as mãos ásperas dele segurar a sua com muito cuidado e temor. Um gesto reconfortante apesar da dor continua.
— Sim. Apenas tire-as de uma vez... Não quero nenhuma delas. Arranque as duas. — falou chorosa pela nova onda de dor que começava novamente.
Não o adiantava de nada ter uma asa. Não se voava com uma só. Preferia não tê-las.
— Seu irmão irá chegar a qualquer momento. Ele trará uma curandeira... — Azriel informa em tom baixo.
— No momento só quero tirar essas asas, depois darei um soco no Rhys por ter demorado tanto. — fez pouco caso da emoção que a fazia chorar de alegria pela ótima notícia.
Ele veio por ela. Estava chegando para levá-la para casa. Tudo seria como antes. Uma ótima coisa a se pensar apesar de ter custado suas asas.
Obedecendo ao pedido da curandeira, Deviant aceitou de maneira sutil a sugestão de dormir e pouco antes de apagar por completo ouviu vozes sobressaltadas que uma em especial a fez sorrir:
— Onde ela está? Eu quero vê-la imediatamente! — Rhys gritou como o garoto mimado que era.
Como sempre espalhafatoso, pensou consigo antes de dormir.
Notas finais:
Último desafio do dia são oito votos e oito comentários.... Será que vocês conseguem? Assim o próximo capítulo vai estar ótimo! Juro! Muahaha obrigada a todas que leram e comentaram aqui! Amo todas vocês!
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A Rainha Das Sombras
FanfictionA mando de seu Grão Senhor e amigo, Azriel, o espião da corte noturna recebe de bom grado seu papel de fim a infiltrar-se na corte das Rainhas humanas. Já prestes a voltar de mãos vazias, Az conhece a escrava chamada Deviant, que é mais um dos alvos...