Capítulo 2

5.8K 575 139
                                    

Nota da autora:
MUITO OBRIGADA A TODOS PELOS VOTOS E COMENTÁRIOS! VOU RESPONDER TODO MUNDO, VIU? MUAHAHA DEIXA EU TERMINAR O CAPÍTULO QUE ESTOU A ESCREVER. ❤️

Corria apressada ao lado de sua mãe, enquanto lutava para não transparecer seu nervosismo pelo dia que teria.

— Pai! — chama o homem que vinha na direção contrária acompanhado de outros iguais a ele.

De pele escura como a dela, feições fortes e olhar imponente, o homem distribuía ordens, alheio a moça, até que encurtou a distância entre eles e o segurou pelo  pulso.

Recebendo um olhar furioso do homem e dos outros que o seguiam.

— Pai! Gostaria de saber se há alguma forma de não ir a reunião hoje...

— Criança insolente! Como ousa atrapalhar-me em meu dever para obter liberação de cumprir os seus? — a repreendendo em tom firme recebe um olhar constrangido de quem acompanhava a moça.

Não lembrava-se naquele momento o porquê, mas em verdade odiava com todas suas forças aquele lugar. Era cruel, vil e tudo que fazia seu estômago embrulhar-se. Ainda sim, em nome das boas intenções entre as duas partes da corte era de extrema relevância que a família estivesse presente naquela reunião em particular. Uma que ele queria a todo custo que a pobre moça estivesse.

O que forçava a menina com sua mãe a descerem e lidarem com aqueles animais que se diziam seus servos. Ainda que em verdade eles apenas fossem monstros que ninguém realmente quisesse lidar.

— Me feri durante um treino e...

— Poupe-me de suas desculpas. Já lhe disse várias vezes que não quero vê-la treinando! Você não é uma guerreira! Seu papel no futuro será dar continuidade ao laços entre as cortes. — o Grão Senhor a repreendeu como se fosse uma criança na frente de todos.

Abaixando sua cabeça, ela segurou com força seu vestido, sentindo aquelas palavras a machucarem tão fundo, que precisou inspirar duas vezes para controlar a explosão de temperamento que a subia por vezes em sua garganta.

— Eu almejo ser mais que uma moeda de troca, meu pai. Deixe-me provar meu valor! Posso lutar quantas guerras quiser em seu nome! Sou tão boa quanto qualquer outro guerreiro! — tentou em vão trazê-lo a razão.

Aquela era uma briga onde sempre sairia perdendo. Seu pai era mais velho, poderoso e dono dela enquanto estivesse sob seu teto. Todavia desistir sem lutar não era uma atitude honrada de um iliriano e não seria ela a  quebrar os protocolos aquela vez.

— Você não pode! Enquanto estiver em minha corte irá se comportar! A deixei brincar nos acampamentos, mas já chega! Assim que for apta, irá casar, ser uma boa companheira e se fazer útil uma vez em sua vida...

Sentindo seus olhos arderem, evitou de piscar e fechou suas mãos em punhos, contendo toda sua raiva ao dizer:

— Não espere com o sangue que corre em minhas veias, eu apenas aceitar ser reduzida a uma máquina de procriação! Já lhe adianto que me recuso! — confronta o senhor que depressa ergue sua mão, fazendo a filha manter sua postura firme.

Poderia lidar com aquilo. Queria brigar com ele, lutar de alguma forma, deixar transparecer seu verdadeiro espírito apesar das muitas amarras que tinha. Ser submissa não era uma escolha, era falta dela. E se recusava a abrir mão do pouco de independência que lhe restava.

— Consegui terminar o treinamento mais cedo e poderei comparecer a reunião de hoje, pai... Está tudo bem? — questionando aos dois entra no cômodo com seu ar sério de sempre.

A Rainha Das Sombras Onde histórias criam vida. Descubra agora