Capítulo 12

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“Sou encrenca
Sim, encrenca agora
Sou encrenca, pessoal
Eu perturbo a minha cidade
Sou encrenca
Sim, encrenca agora
Sou encrenca, pessoal”
Trouble — Pink

Deviant

Observando perplexa o mesmo feérico louco que a ignorou de madrugada e afastou. Agora cheio de mimos e cuidados, a criada olhou para ele, que a limpava do sangue e não dizia nada mais, perdido em pensamentos, enquanto tentava lembrar do porquê ter passado tão mal.

Sua mente era um borrão no que dizia respeito a seu mal estar.

— Como pode ter tanta certeza que não tem familiares? — Azriel a questiona finalmente após muito pensar.

— Meu irmão com toda certeza teria me salvo caso estivesse vivo. — afirmando sem pensar duas vezes, recebe um olhar surpreso dele.

Rhys parecia ser muito amoroso na memória que teve ao dormir próxima ao fogão. Ele jamais teria a dado aquelas mulheres e condenado a uma vida miserável como aquela. Nao poderia ser.

— Você se lembra dele? — o feérico perguntou em tom curioso.

Temendo que dizer muito pudesse comprometer a si mesma ou a sua família que não sabia onde estaria, Deviant prefiriu fazer aquilo que já havia se decidido fazer. Levar todas suas lembranças e segredos para a cova. Junto de cinco malditas Rainhas que deveriam ir para o pior lugar possível quando ela as matasse uma por uma.

— Não, mas algo me diz que um familiar jamais deixaria outro desamparado, não é? — desvia o foco da conversa, antes de uma voz feminina gritar no quarto atraindo a atenção dos dois.

— Vou me livrar dela. Espere aqui. — pedindo suave, Azriel acaricia a bochecha da criada que apenas concorda.

Incapaz de raciocinar com aquele toque que a deixou enérgica. Como poderia um feérico a deixar tão encantada? Seria algum tipo de dom deles?

O vendo sair, escuta conversas baixas, esperando em silêncio por algum tempo até que a porta se abre e Azriel apenas põe sua cabeça para fora dizendo que ela poderia voltar ao quarto.

— A governanta achou que eu tivesse a matado. — conta a Deviant que ri.

— Parecia uma cena de horror aqui... O que você disse? Concordou? — questionando curiosa recebe um olhar avaliativo dele.

— Disse que assim que acabasse com você iria atrás dela se não deixasse o chão limpo, mandasse comida decente e me preparasse um banho.

Ciente que não iria mais haver visitas inesperadas, a criada riu o máximo que conseguiu, recebendo um sorriso sincero do feérico que a mandou ir para cama descansar.

A ameaça dele surtiu efeito, uma vez que o chão estava brilhante e já conseguia imaginar a mulher berrando ordens para priorizar o atendimento de tudo do bom e do melhor para o visitante.

— Vou ver se deixaram comida. Quero que você coma e vá dormir. Parece abatida... —Azriel observa com genuína preocupação.

Apesar dos seus pedidos acabou cedendo a pressão dele, que a convenceu a comer um pouco e descansar, ficando naquele ciclo tedioso, por vezes abraçando o Feérico que começou a não se incomodar em dividir cama com ela, por não a achar uma ameaça, por duas semanas já transcorridas.

Não saindo do quarto para nada, só recebendo notícias de Azriel uma vez e outra, já que estava tentando a todo custo achar uma carta e um caderno de um Rei de nome Hybern.

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