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— Você é um miserável.— Mike disse apontando para mim com a mão que segurava um copo de whisky.— E não digo isso porque está parecendo um corpo em decomposição e sim pelo que fez com o Win.

Teoricamente falando, ele terminaria comigo de qualquer jeito, então apenas adiantei o processo. Seria doloroso demais ter que ouvir ele dizer que ama o Saint e por isso precisa me deixar.

— Você é o amigo que pedi para Deus quando estava no útero.— Ironizei me levantando e me servindo com um pouco de whisky também, mas Mike o retirou de minha mão em um piscar de olhos.— Quer me devolver?

— Não, não quero. Você não vai beber nem mais um gole deste veneno, que é muito bom, mas não está te fazendo bem.— E dito isso ele vira os dois copos de vez na boca, não fazendo nenhuma careta depois, cacheiro nato.

Revirei os olhos e me deitei no sofá puxando o cobertor até meu pescoço novamente. Ele não entenderia, nunca passou por algo parecido, porque nunca namorou sério com alguém, mas nada me tira da mente que se eu não tivesse chegando naquela noite e atrapalhado, ele e o Win estariam juntos nesse momento, o que por um lado seria bom, mas por outro eu estaria perdendo a chance de conhecer a pessoa mais maravilhosa que já vi.

— Se faz tanta questão assim por quê não vai você atrás dele? Tenho certeza que ele adoraria jantar com você de novo.— Digo fechando os olhos e me ajeitando no sofá.

— Deixa de ser um mané.— Ele dá um tapa em minha cabeça.— Não pego namorados de amigos, só de ex's.— Mike diz com um sorriso malicioso e eu bufo. Pateta.— Olha, você tirou conclusões precipitadas dos sentimentos de outra pessoa.

— Não precisava de justificativa, eles se olhavam como se estivessem em um relacionamento. O Win nunca olhou para mim daquele jeito.— Falo cruzando os braços.— Eu não levaria aquela relação sozinho, por isso terminei, pelo bem da minha saúde mental.

— Ah pelo bem da sua saúde mental, essa foi boa.— Ele riu e negou com a cabeça.— Fez certo em pensar na sua "saúde mental", mas, você me disse que ama o Win, pensou na saúde mental dele também?

Não, eu não pensei. Porque sou um estúpido insensível e egoísta pra caralho.

— Você diz que o ama mas termina sem o ouvir. O manda embora quando na verdade quer que ele fique, age como se o seu mundo fosse o Win e do nada quer fingir que ele nunca fez parte da sua vida.— O moreno retruca.— Acho que você tem borderline.

— Eu não tenho isso aí.— Respondo ignorando suas bobagens.— E eu amo o Win, o suficiente para entender que ele deve estar nos braços de quem o ama e de quem ele ama também.

— Na moral Bright, ou você se faz de tapado ou você é.— Chinnarat passa a mão nos cabelos e se ajoelha em minha frente.— O Win não ama a porra do Saint, ele ama você e isso é claro, se fosse menos egocêntrico teria escutado o que ele tinha pra dizer e não o mandado embora juro que se eu fosse ele teria te socado até seu nariz entortar. Mas, se você prefere fazer o macaco cego e fingir que não está errado quando na verdade estar por supor algo que nem faz sentido, então ok.— Ele se levanta e enche o copo com mais whisky. Então olha o relógio e faz uma careta.— Preciso ir, tenho gravação, até mais gracinha.

— Vai levar o meu copo?

— Quando deixar de ser um babaca e ir falar com o seu namorado eu devolvo.— Diz com a maior simplicidade do mundo. Então pega a garrafa inteira e abre a porta.— Vou levar isso aqui também só por precaução.

addicted to you 💌 brightwinOnde histórias criam vida. Descubra agora