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Acordei bem cedo na manhã seguinte, contra a minha vontade, é claro, faltavam exatas 2 horas para que eu realmente precisasse levantar e estar pronto pro trabalho, mas pelos gritos, a terceira guerra mundial havia acabado de começar e o palco é a sala de jantar da minha casa. Visto meu roupão e calço os chinelos descendo as escadas correndo, Gun estava em cima da mesa com um prato na mão, Off estava no chão tentando lhe convencer de não jogar o prato em sua cara e Khaotung, bem, o Tung estava no canto da sala observando tudo com um cacho de uvas na mão.

— Posso saber que merda é essa? — Perguntei irritado, Off arregalou os olhos e se escondeu atrás de mim.

— O maluco quer jogar os pratos em mim. Eu só desejei bom dia.— O mais alto disse praticamente gaguejando e Gun ameaçou jogar o prato.

— Atthaphan, desce da minha mesa.— Falei autoritário e ele levantou o rosto cruzando os braços, fingindo que não estava me escutando.— Agora! Seu inseto.

Ele murmurou algumas coisas inaudiveis e desceu da mesa colocando o prato no lugar que estava anteriormente e respirou fundo se sentando na cadeira perto da janela. Off saiu das minhas costas e sentou na cadeira mais longe do outro, Khaotung riu e se juntou a eles.

— Vou voltar a dormir. Se eu ouvir mais alguma palavra saindo da boca de vocês dois, vou expulsar os dois daqui.— Avisei e me arrastei de volta para o meu quarto. Me joguei na cama e fechei os olhos, minutos depois meu celular vibrou, era meu despertador.

Eu podia jurar que tinha mais duas horas até precisar levantar para o trabalho. Ou será que eram apenas 2 minutos? Que seja, vamo a labuta.

Quando descobri que tinha sido contratado para o núcleo de estagiários da One foi o dia mais feliz da minha vida. Imagine você trabalhar na mesma emissora que a pessoa que você mais admira no mundo trabalha também, mas meu objetivo principal nem era ser da mesma empresa que Bright e sim realizar meu sonho, eu queria ser o melhor que poderia ser na época e continuo sendo até os dias de hoje. Pelo menos é o que meu superior vive dizendo, quando entrei na One achei que P'Zhun tinha uma queda por mim, porque ele não desgrudava de mim nem por um segundo, mas depois, fui me acostumando com a presença dele e acabei por notar que aquilo era apenas gentileza de sua parte.

— Win agiliza aí. O Off vai dar uma carona pra gente.— Khaotung bateu na porta do meu quarto (lê-se socou).

Nem terminei de abotoar minha camisa e peguei apenas minha bolsa. Ao chegar na sala tivemos o dilema com Gun que insistia em ir de Taxi apenas para não ter que dividir o carro com Off, seja lá qual for o problema dos dois, deve ter sido algo muito sério.

— Não tem problema. Não vou ficar magoado com vocês se forem com o Off no carro 0km dele e me deixarem ir sozinho de Taxi e andar pela cidade fria até chegar no prédio da One. Tá tudo bem.— Ele sempre apelava para a ironia quando estava irritado. Off permanecia parado no canto da sala girando a chave nos dedos.

— Khaotung, pode ir com o Off. Eu vou com o Gun e a gente se encontra na One.— Falei passando os braços pelos ombros do menor que fez uma careta para Off no mesmo momento.— Vamos maelng!

Andar pela cidade com Gun é meu passatempo favorito, mas andar de Taxi com o Gun é melhor ainda, porque o garoto consegue comentar da vida de cada pessoa que o carro ultrapassa, só em uma parada no sinal ele falou mal do cabelo de dois caras e disse que a bolsa de couro de uma mulher era mais falsa que os peitos dela. Ele é meio ácido de vez em quando, mas é engraçado.

— Ah Win, obrigado por ter vindo comigo.— Ele disse ao entrarmos no prédio.

— Tenho certeza que se fosse eu no seu lugar faria o mesmo por mim, então tudo bem.— Respondi sorrindo simples e Gun retribuiu.

Nos despedimos já que trabalhávamos em departamentos completamente diferentes, Gun era roteirista e também é responsável pela maioria das minhas lágrimas pelas cenas que ele escreve para os bl's. Sim, meu melhor amigo me odeia.

— P'Win, está ocupado? Deixaram isso pra você lá na portaria e me pediram pra entregar.— Chuenchai disse deixando uma cesta de café da manhã em minha mesa. Franzi o cenho listando em minha cabeça as pessoas que poderiam ter me enviado e não cheguei a ninguém em específico.

Já é privilégio demais para mim receber "bom dia" de alguém além dos rapazes com quem eu moro e agora essa cesta de café da manhã aparece. Posso parecer pessimista demais mas ninguém em sã consciência gastaria dinheiro comigo, até porque eu nem tenho muitos amigos, meu círculo social de resume em Drake, Khaotung, Gun e Jirakit. Provavelmente foi alguma brincadeirinha sem graça deles.

Peguei o cartão que acompanhava a cesta e o abri lendo as letras cursivas e bem delicadas.

Me contaram que você não é muito fã de comer, mesmo assim, espero que aceite essa cesta de bom grado, obrigado por tudo.

Fique bem, B.

— B-bright...

addicted to you 💌 brightwinOnde histórias criam vida. Descubra agora