— Já chegou a galinha depenada! — Off gritou correndo pela casa para apagar as luzes. Nos escondemos atrás dos móveis e esperamos Gun abrir a porta, ele o fez e nós levantamos gritando surpresa e jogando confete na cabeça dele. O baixinho parecia feliz ao ver todo mundo reunido ali.
— Feliz aniversário meu inseto favorito.— Falei o abraçando e lhe entregando seu presente, Gun agradeceu e foi falar com as outras pessoas.
Drake e Khaotung grudaram em mim a partir daquele momento dizendo que não sairiam pelas próximas horas, ou até eles encontrarem um rabo de saia para ir atrás. Ficamos sentados no canto da sala tomando cerveja de garrafa e conversando sobre coisas aleatórias, mais pessoas chegavam aos poucos incluindo algumas pessoas da One.
— Hum.— Drake deixou a garrafa em cima da mesinha e olhou pra mim.— Cadê o seu namorado?
— M-meu namorado? Digo, que namorado, você ficou louco? — Fechei o rosto e cruzei os braços me punindo mentalmente por quase fraquejar os dois riram de mim.— Não vejo a graça.
— Ele fraquejou como se estivesse mesmo namorando.— Khaotung disse se aproveitando mais da situação, eu apenas mostrei o dedo do meio para ele.— Mas aí, eu não vejo o Bright desde que ele chegou do parque hoje a tarde, ele não vai ficar pra festa?
— Por quê estão olhando pra mim como se eu soubesse de algo? O Bright só mora aqui, eu não tenho que ficar sabendo pra onde ele vai, assim como eu também não pergunto pra onde vocês vão.— Reclamei já irritado com todo aquele papo de namorado e paradeiro. Peguei minha garrafa e dei outro gole.
— Não tá mais aqui quem falou.— Tung ergueu as duas mãos em rendimento.
Eles pararam de comentar sobre aquilo e começaram a falar sobre nossa viagem de fim de ano para a praia. Pra falar a verdade eu não estou nem um pouco afim de ficar horas dentro de um trem, mas se for com esses patetas eu toparia ir até para o inferno. Ok, não é pra tanto. Comecei a gargalhar das palhaçadas do Tung até ver Saint passando pela porta da minha casa, seus olhos rodaram o ambiente e pararam em mim, meu corpo entrou em estado de choque naquele momento, meus olhos se encheram de lágrima e eu sentia que iria desabar a qualquer momento.
— Win? Calma.— Drake segurou minha mão e eu assenti disfarçadamente.
— Essa não o filha da puta tá vindo pra cá, vira o rosto pro quintal e canta Ariana Grande.— Khaotung disse virando o rosto para outra direção e eu apenas continuei encarando o rapaz alto e esbelto.
Ele parou em minha frente e estendeu a mão para mim. Isso só me fez lembrar de todas as vezes que ele estendia o braço para mim e dizia "não vai me dar um abraço", mas dessa vez ele não disse, infelizmente.
— Win, quanto tempo! — Saint disse sorridente e eu me esforcei para sorrir também.
— QUEM? AH OI OFF! Licença galera, o Off tá precisando de mim pra tirar uma foto.— Drake disse e saiu correndo. Tung foi junto com ele sobrando apenas eu e meu ex-namorado.
— Como vai Saint? — Falei apertando sua mão. Ela continuava fria como sempre, lembro-me que ele costumava me chamar de fire eu o chamava de ice por sua temperatura corporal sempre ser fria e a minha o oposto. Éramos um ótimo casal.
— Melhor agora, obrigado por perguntar.— Respondeu formal ainda me encarando de cima a baixo.— A gente pode conversar? Não nos falamos desde o incidente.
— Incidente? Aquilo não foi um incidente, você fez o que queria fazer e não se arrepende disso, não tem problema, não tem nada o que explicar você seguiu a sua vida e eu segui a minha.— Falei tentando manter a calma e permanecer sereno, eu vou chorar.
— Você nunca escuta o que as pessoas querem dizer e esse é o seu pior defeito, Metawin.
— Não me chame assim.— Grunhi. Sem perceber me sinto desconfortável quando alguém além de Bright me chama pelo nome completo.— Eu já disse que você não precisa se desculpar, mas por favor, não trate como se fosse um incidente o que você fez, foi desumano Saint, e isso me causou problemas de insegurança reais.— O deixei sozinho naquele cômodo e subi as escadas indo para o meu quarto. Eu aguentei demais.
O barulho lá embaixo era perceptível tanto pela música quanto pela quantidade de pessoas conversando. Minhas lágrimas desciam e eu não conseguia controlar, doía saber que alguém o qual eu tanto amei me tratou como se eu fosse um lixo descartável, as lágrimas se transformaram em gritos de desespero, eu estava na mesma situação de meses atrás, triste, chorando e gritando como se estivesse em meio a um tormento. Meu psicológico nunca fora dos melhores e depois de passar por uma desilusão amorosa é óbvio que ele iria se deteriorar mais ainda. Escutei batidas na porta e levantei a cabeça ofegante, meu peito subia e descia eu estava cansado de chorar e de gritar, minha cabeça doía e eu só desejava sumir daquela casa.
— Metawin, abre a porta. Eu sei que você está aí dentro. Preciso ver você.— Era Bright, eu não quero ve-lo, pelo menos não naquele estado. Será que ele também pararia de me amar se visse além do meu lado positivo e feliz? Tenho minhas dúvidas. Eu nada respondi, apenas puxei o lençol até em cima e continuei a desfrutar da minha doce melancolia.
Bright parou de insistir para que eu abrisse, mas quando menos esperei ele apareceu com o molho de chaves em mãos. Olhei para o mesmo parado na porta, ele estava tão lindo, como sempre, os cabelos negros estavam repartidos e a camisa social aberta até o segundo botão lhe deixava mais charmoso do que ele já é. Às vezes ele me parece inalcançável.
— Seus olhinhos...— Ele se sobressaltou e correu até minha cama segurando meu rosto.— Por quê você estava chorando?
— Não é nada demais.
— Metawin, você molhou seu travesseiro e seu rosto está vermelho, uma pessoa que chorou por "nada demais" não ficaria desse jeito.— O outro retrucou afagando meus cabelos.— Além do mais, eu ouvi você gritando, o que houve?
— O Jirakit convidou meu ex-namorado para festa.— Respondi olhando para o teto.— Ele tentou se retratar comigo por um erro do passado e disse que tudo não passou de um incidente. Eu sei que as pessoas não me levam a sério, mas nunca imaginei que chegasse a esse ponto.— Respiro fundo impedindo meus olhos de ejetar água novamente.— Lembra que eu disse que não consigo olhar nos seus olhos por ser inseguro? — Ele assente.— No dia em que terminei com Saint, eu havia preparado uma surpresa linda pra ele, então fui buscá-lo em casa, Saint estava aos beijos com outro rapaz na porta de casa, ele estava olhando para mim enquanto beijava outra pessoa, eu ficava me perguntando toda hora por quê ele me olhava daquele jeito, eu não queria admitir para mim mesmo que ele estava querendo me magoar, mas ele estava...A partir desse dia, eu nunca mais consegui encarar ninguém, a não ser que eu sinta raiva.
— Win, seja lá quem for esse Saint, ele é asqueroso e não merece o amor que você doou para ele durante o tempo em que estiveram juntos. E eu entendo que você não consiga olhar pra mim mesmo que queira e vou respeitar isso, porque eu amo você, genuinamente falando, sem pressão alguma, não importa quanto tempo leve, eu vou curar o seu coração, meu amor. Mas por favor, não se puna mentalmente, porque isso só faz mal a você e vai fazer mal a mim também.— Bright disse segurando meu rosto e olhando em meus olhos.
Às vezes eu não entendo porque ele diz essas coisas bonitas pra mim, eu não me sinto merecedor de metade das coisas que Bright faz por mim. Mas amo quando ele insiste em cuidar de mim, eu me sinto bem, me sinto amado.
O moreno sorriu para mim e puxou o lençol se deitando ao meu lado, tomei a liberdade de me aconchegar mais perto dele, encostei minha cabeça em seu peito e fechei os olhos escutando a batida leve de seu coração que por algum motivo estava aumentando gradativamente. Temos alguém animado por aqui?
— Bright....
— Hm?
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addicted to you 💌 brightwin
FanfictionOnde Metawin é viciado em novelas bl e Bright Vachirawit é seu ator favorito, ele nutre sentimentos reais pelo rapaz mesmo nunca tendo o visto pessoalmente, acostumado com seu amor platônico ele não imaginava que ao ir em uma convenção poderia encon...