Capítulo 2

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Matthew

  Checo minha roupa no espelho do quarto, eu me sentia cansado, mas estava com fome e sendo uma pequena reunião com amigos, eu não via um motivo real para não comparecer, era sempre bom estar bem afeiçoado ao estilo de conversa que meu pai costumava ter com seus parceiros de negócios e sócios.

  Meu avô tinha um pequeno negócio de joalherias, contendo duas no total, seu forte sempre foram os vinhedos e sua propriedade na Itália, meu pai transformou duas em dez, se associou a um grande empresário do ramo e hoje temos lojas espalhadas por quase todo o mundo.

Willian Immers apostou no nosso negócio e com muito trabalho e esforço meu pai transformou um pequeno negócio em um negócio milionário, os Immers eram nossos sócios de negócios e parceiros comerciais.

Mas meu pai não bom com todos os negócios, não com os vinhos, e essa era a verdadeira paixão do meu avô, um outro negócio que rendeu muito dinheiro, mas meu pai não parecia entender nada de vinho, apenas a parte de ingerir a bebida, e claro ninguém ficou surpreso quando meu  avô decidiu deixar todo negócio de vinhos para meu primo Noah que era como um filho para ele.

Noah entendia mais daquela terra e de todo aquele negócio do que o próprio dono, então nada mais justo, e ele cuidava daquela parte do trabalho melhor do que ninguém.

-Querido, está pronto? - Olho para a porta encontrando minha mãe de pé.

- Eu tenho mesmo que ir a esse jantar? Acabamos de chegar de Nova Iorque. - Levanto uma sobrancelha e faço cara de coitado, quem sabe ela não tem pena de mim?

- Sim querido nós temos, seu irmão não veio, seria uma falta de respeito não irmos todos, você sabe como seu pai e William são amigos. - Ela entrou e colocou as mãos em meu blaser enquanto me olhava nos olhos.

- Sim eu sei, você tem razão, além do mais eu posso sair depois. - Vejo uma sombra de desgosto passar por seus olhos azuis. - Não faça essa cara mamãe, não vou sair correndo no meio do jantar.

- Querido, você tem quase trinta anos, não acha que está na hora de parar de procurar apenas diversão? - Não posso dizer que não estou cansado de ouvir isso, talvez desde os meus não sei, dezoito?

- Estamos prontos? - Meu pai coloca sua cabeça loira para dentro do quarto me salvando do discurso sobre casamento da minha mãe.

- Claro, vamos ou iremos nos atrasar.

  Falo enquanto me dirijo para fora do quarto, eu sabia que minha mãe não queria me forçar a casar ou qualquer coisa do tipo, mas eu via como ela olhava para Tyler, meu irmão mais velho, com sua esposa grávida e que ela queria aquilo para nós dois.

Mas eu não me via daquela forma, não ainda, talvez depois dos trinta,  mas agora eu só queria duas coisas, trabalhar durante o dia e curtir durante a noite.

  Eu não era nenhum tipo de irresponsável, mas adorava mulheres, tinha uma vida sexual bastante ativa e não iria abrir mão disso tão cedo, não queria nada sério e todas estavam bem cientes disso, nenhuma daquelas mulheres era a certa, não para passar a vida toda, eu não queria menos do que meus pais tinham, companheirismo, fidelidade, amor e paixão, por vezes peguei os dois em algum canto da casa de coxixo ou aos beijos.

Quando fiquei velho o suficiente pra entender o que aquilo significava corria de perto deles como o diabo foge da cruz, Deus me livre de presenciar algo a mais que um beijo entre meus pais.

  Minha vinda a Londres era bem específica, trabalho. Nada além disso me faria vir a essa cidade, era fria, úmida, e chovia a maior parte do ano, qual a beleza em algo tão cinza? Bom, o que eu podia encontrar aqui existia em qualquer lugar do planeta, por isso sempre era Tyler quem acompanhava nossos pais.

  Talvez eu devesse vir no verão.
Fazia quase nove anos desde a minha última vinda, eu era um jovem que não costumava levar muitas coisas a serio. Mas agora com mais responsabilidade meu pai achou que estava na hora de se aposentar, deixando Tyler no comando, e eu vou ajuda-lo, meu trabalho vai ser basicamente lidar com nossos parceiros, o que inclui vindas frequentes a Londres, e aqui estou eu para botar a mão na massa.

  Entramos no carro e o motorista nos levou a nosso destino, era afastado do centro, levava alguns bons minutos para chegar, meia hora ou mais depois, estávamos entrando na propriedade.

  Olho para a grande mansão que se estende a nossa frente depois que passamos pelos portões, eu já tinha estado ali, mas não lembrava o quão grande e majestosa era, o que me lembrava de seus moradores.

  Eu já tinha conhecido a família Immers, e tinha contato frequente com Willian e Cristina, já que como meu pai costumava vir a Londres, Willian costumava ir a Nova Iorque, mas suas três filhas não viajavam com ambos a trabalho, fazendo com que nós nunca nos víssemos.

  Fiz uma careta ao lembrar de outras filhas de amigos do meu pai, ou eram ricas mimadas a procura de mais dinheiro ou mudas, nunca gostei de como elas me encaram, parecem prestes a me atacar, algumas até tentam, mas sou um amante de mulheres comuns, essas não sairão em capas de revistas como minha suposta "namorada" dando a entender que tínhamos algo para me pressionar a realmente ter algo com elas.

   Não, eu gostava do simples e descomplicado, de pessoas reais e não meninas que aprenderam a vida toda a como fingir ser o que não eram pra mostrar suas garras depois, já tive minha cota de teatro na vida e não queria mais daquilo.

  Assim que descemos do carro, William e Cristina sairam para nós recepcionar como bons anfitriões, eu só esperava não perder minha noite toda ali.

Aileen - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora