Aileen - Livro 1

Capítulo 7

Aileen

Meu bom Deus, custava ter feito esse homem menos lindo, ou até mesmo feio, com dentes tortos ou mau cheiroso, mas não, claro que não podia, e tudo nele agradava a mim.

E quando tive que ficar trancada naquela caixa de metal com ele achei que fosse ataca-lo, seu descaramento ao dizer que estava pensando em meus lábios, mesmo que meu baton estivesse lá intencionalmente para provoca-lo, ele não deveria me dizer que funcionou, isso me acendeu como fogo atirado em álcool.

O perfume dele estava quase se infiltrado em minha alma porque até arrepios eu senti, era um perfume realmente muito bom.

Como se resiste a isso? Não sei, por isso tentei ocupar minha mente o dia inteiro enquanto explicava toda a dinâmica da empresa, de contratos, depois mostrei os setores e por último sua sala.

Mas por onde passamos deixamos alguma mulher suspirando, apenas para me lembrar do quão atraente Matthew era. Para muitas.

E agora ele estava sem paletó, as mangas da camisa dobradas até os cotovelos, a gravata estava um pouco folgada para que um botão fosse aberto, a perna direita estava relaxadamente em cima do joelho esquerdo, tão másculo e concentrado.

Se aprendi algo sobre ele foi que, quando se trata de trabalho o mesmo é completamente concentrado e responsável, e eu gostei disso bem mais do que deveria, e daquela pose que mais parecia um modelo posando pra alguma revista de negócios, que faria muitas mulheres imaginar perversões.

- Então, todas as pedras são compradas em leilões? - Observo seu rosto de perfil, a luz do fim da tarde dando um ar dourado a sua já bronzeada pele.

- Não todas, somente as que são usadas em modelos exclusivos, as demais são compradas por fornecedores. - Explico e me levanto com um catálogo em mãos. - O ouro e Prata são de apenas um fornecedor cada, mas são da melhor qualidade, como as peças que sempre são compradas pelas suas joalherias, as peças exclusivas são vendidas em nossas joalherias, e algumas feitas por encomenda para vocês, mas como você sabe, não são tantas peças assim, ou também tem as feitas sob encomenda para alguns clientes. As demais peças são vendidas em todas as lojas.

- Não é tão difícil entender a dinâmica, na verdade acho que já estou a par de como tudo acontece. - Ele levanta com alguns papéis na mão. - Como agora estou no lugar de Tyler, é bom saber como tudo acontece na pele, amanhã começarei a acompanhar a produção, ja analisei os desenhos, e as peças exclusivas já foram selecionadas e são muito bonitas, creio que já não precisarei de auxílio para me encontrar nos corredores agora.

- Oh... - Que decepção. - É claro que não, você aprendeu tudo bem rápido, não vejo quem melhor que você para ficar no lugar do seu irmão, é uma grande responsabilidade, mas um negócio muito bom.

- A parte de administração já é familiar, era com isso que eu lidava antes do meu pai decidir se aposentar, ele disse que quer aproveitar alguns anos com minha mãe. - Ele me estende os papéis e aponta em direção a porta. - Já estou indo, nos vemos amanhã?

- Claro.

Devolvi seu sorriso e me levantei para observar o mesmo sair pela porta, em seguida me joguei na cadeira e respirei fundo, é claro que antes de voltar a trabalhar fiquei pensando em suas costas com músculos definidos e ombros largos, sua camisa era um pecado e marcava todos os músculos definidos.

Balancei a cabeça, eu estava virando uma ninfomaníaca ou algo do tipo? Acho que não já que eu não estava de fato praticando o ato que dava prazer, só imaginando, imaginando muito.

Me deixei levar mais uma vez pelo meu trabalho e quase não notei as horas se passando, apenas me dei ao luxo de parar quando Megan me avisou que estava indo embora.

Me arrumei e sai da sala, peguei o elevador e desci até o estacionamento, de longe avistei meu carro e caminhei em direção ao mesmo, devagar procurando as chaves na bolsa.
Porque minha bolsa tinha tanta tralha? As vezes era praticamente impossível encontrar qualquer coisa dentro dela.

De longe vi um casal conversando, era a Susie, e quando cheguei mais perto vi que o homem era Matthew, o dedo da ruiva estava em seu peito e um sorriso sexy em seus lábios.

Na verdade isso não me surpreendeu, ela se jogava em cima de qualquer homem que achasse rico e bonito o bastante, pelo menos tinha a decência de não ir atrás de homens comprometidos, isso era de certa forma admirável.

Olho para meu carro e aperto o botão de alarme, os dois estavam atrás dele, fazendo com que ambos levassem um susto, não pude evitar o sorriso travesso, talvez nem quisesse, passei por ambos me dirigindo a porta do motorista.

Senti o olhar de Matt queimando minhas costas com aquela intensidade absurda, mas não olhei em sua direção, entrei no carro e fui para casa, dirigindo com um pouco mais de raiva do que deveria.

Será que os dois estavam marcando alguma coisa? Pelo que eu sabia dele, provavelmente sim, e no que isso me importava afinal, não tínhamos nada, eu não podia sentir ciúmes, e se era só sexo que fosse, ele provavelmente iria conseguir com ela o que não conseguiu comigo, eles eram solteiros e livres, não era da conta de ninguém.

Susie é linda, e independente, ele bem que poderia terminar apaixonado por ela, tão exótica e educada, de certo ela se apaixonaria por ele, a não ser é claro que ele fosse ruim de cama, ou pra ela não fosse, quais seriam as metas dela?

Suspiro alto enquanto paro em um sinal vermelho, eu tenho que para de pensar nessas coisas, eu não devia mas estava sim terrivelmente incomodada com a possibilidade de vê-lo com outra mulher.

O que era louco e fora da minha naturalidade, eu não sentia isso, não me incomodava, nem mesmo com namorados, eu costumava levar meses para ter algum sentimento profundo como ciúmes, ou incômodos.

A verdade era que provavelmente eu havia gostado demais da atenção de Matt, e não estava feliz em compartilha-la, oh droga.