Capítulo 25

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Matthew

   Eu esperei por exatos três dias, até quase enlouquecer pela falta de respostas de Aileen, o porquê do sumisso podia ter várias respostas, e pensando bem o assunto sobre Tereza tinha acabado muito melhor do que eu imaginei, no começo achei que estava sendo ignorado, mas William também não deu sinal de vida na empresa, então concluí que o problema era familiar.

Depois de três dias decidi que iria vê-la, fui até seu apartamento mas o porteiro disse que não havia ninguém lá. Eu tinha vários assuntos com o pai dela relacionados ao trabalho, então decidi ir até a mansão, já que não conseguia falar com ela pelo menos resolveria os problemas da empresa com seu pai.

Quase imediatamente depois que toquei a campainha uma empregada abriu a porta, ela me deixou no Hall e alguns minutos depois voltou e me levou até a sala de visitas, quando entrei senti imediatamente vontade de dar meia volta e sair correndo dali antes que me vissem.

- Matt querido. - Cristina veio a meu encontro e me deu um abraço. - William não está, mas não demorará a voltar, sente-se e tome chá conosco.

- Claro. - Todas me olharam com curiosidade enquanto me sentava em uma poltrona. - Obrigado.

- Então você é o namorado da Aileen? Ela tem muito bom gosto, olha esses olhos. - Sorri enquanto levava a xícara a boca. - E esses músculos.

- Cristal, não seja indecente. - Uma mulher mais velha de incríveis olhos castanhos repreende, será que todas as mulheres daquela família tinham olhos tão expressivos? - Desculpe minha filha querido.

- Não se preocupe senhora, não me incomodou. - Só me deixou sem graça feito um idiota, o que diabos eu tinha?

- Ora, não me chame de senhora, sou Marta tia da Aile, essa é Cristal minha filha... - Fala indicando a mais nova de olhos azuis, incríveis olhos azuis.

- Eu sou Odete, sou a vovó. - Olho para a senhora de cabelos grisalhos e olhar gentil. - Não preste atenção em Cristal, ela ladra mas não morde.

- Vovó tem razão. - Scarlet estava sentada ao lado da madrasta e parecia estar se divertindo bastante. - Veio atrás da Aile?

- Não, vim falar com seu pai, assuntos de trabalho.

- Que pena, ela iria gostar de te ver.- Ela sorri sapeca.

- Quem não iria? - Cristal leva um tapa no braço da avó - Aí, vovó eu só estou brincando.

- Na minha época você levaria uma surra garota. - Ela revira os olhos e faz uma cara inocente para a avó.

- Vovó, sei muito bem que na sua época as mulheres eram só falsas puritanas, prefiro muito mais as mulheres de hoje. - Cristal come um biscoito e sorri. - Somos muito mais independentes.

- Vocês não tem muita vergonha. - A senhora retruca a neta. - Mas me diga Matthew, vocês estão se cuidando?

- Perdão?

Estava tão entretido nelas que nem prestei atenção, enquanto avó e neta discutiam as outras três apenas as olhava como se aquilo fosse ficar bastante interessante, eu deduzi que aquilo acontecia muito já que Cristal não parecia ter filtro na língua, mas parecia se divertir com aquilo.

- Perguntei se você e Aileen estão usando camisinha querido, pelo que eu sei vocês fazem sexo igual a coelhos.

Eu juro que tentei conter, mas a porra do chá acabou espirrando um pouco pra fora da minha boca quando me engasguei, Cristina correu com um lenço para me ajudar enquanto as outras riam. De onde aquela senhora tinha saído? Avós não deviam ser doces e meigas? Eu nunca fiquei tão constrangido, Deus do céu, todas elas sabiam daquilo?

- O que eu falei? - Cristal se levanta caminhando para fora da sala. - Falsa puritana.

- Sogra você não deveria se preocupar com a intimidade alheia. - Marta tenta repreender mas sorri mesmo assim. - Isso não é coisa de se dizer assim.

- Só quero que eles se cuidem, não há nada de errado.

- Há formas mais sutis de se dizer isso sogra. - Cristina voltou a sentar-se como se nada tivesse acontecido.

Eu não sei se aquilo era estranho por minha mãe ser a única mulher em casa ou simplesmente porque aquelas mulheres pareciam não se importar em falar, mas quando aqueles pares de olhos se voltaram para minha direção com interesse eu vi que estavam curiosas com minha resposta.

Imediatamente senti meu rosto esquentar e minha gravata apertar minha garganta, eu poderia facilmente morrer de vergonha ali. Pensei que se fosse Noah estaria sorrindo travesso, mas eu não conseguia pensar nelas imaginando o que eu fazia com Aileen no quarto, elas eram a família dela.

Derrepente passos apressados se aproximaram, olho na mesma direção  em que elas mesmas olharam, os passos se aproximam e ficam mais pesados a medida em que se aproximam, Aileen entrou na sala e olhou primeiro para mim e depois fuzilou as mulheres com o olhar.

- Que vergonha, vocês assustaram ele, o coitado está cheio de chá. - Quando alguma delas tenta falar ela as corta. - Não tentem se desculpar, se não fosse Cristal eu nem saberia que ele está aqui, eu sei quais são suas intenções. - Ela levanta o dedo e aponta para as quatro.

Antes que eu tenha alguma reação ela me puxa pelo braço me tirando dali, eu a segui sem nenhima resistência, caminhamos com ela a minha frente quase me arrastando pra longe das outras mulheres.

Depois de alguns corredores que nos afastavam mais e mais das demais pessoas entramos em uma sala, com um sofá, espelhos por todos os lados e chão de madeira. É aqui que ela me mata? Bom, se ela me desse a opção eu tinha ideias muito mais interessantes para uma sala cheia de espelhos, que não incluiam tortura ou morte.

Esperei por um sermão sobre eu não  ter motivos para estar ali, mas pelo seu rosto abatido e olhar cansado era possível ver que algo de muito errado estava acontecendo, e não tinha nada a ver comigo.

Aileen - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora