Capítulo 8

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Matthew

   Me encostei na cadeira enquanto olhava mais uma vez para os papéis a minha frente, as letras dançavam e eu não me concentrava em nada além da mulher sentada do outro lado da mesa a alguns minutos.

Estávamos em uma reunião com mais quinze pessoas, tudo estava indo bem até eu começar a imaginar como seria deita-la naquela mesa de vidro, tirar aquela blusa de seda vermelha e aquela saia justa que se juntava a suas pernas bonitas como se fosse parte do seu corpo.

  Levantei os olhos e comecei a encara-la, ela pareceu sentir meu olhar e me encarou de volta, não desviei e ela também não, dei um sorriso de lado, ela queria brincar de quem desvia primeiro, outra vez, e como das outras, ela desviou o olhar para outra coisa.

Os últimos onze dias tinham sido assim, nas ocasiões em que estávamos no mesmo ambiente um sempre encarava o outro, até ela fugir do meu olhar, conversávamos sobre as empresas, coisas banais ou almoçamos com nossos pais, mas nunca ficamos realmente sozinhos, o que me frustrava pois eu tinha que ter a certeza de que nada aconteceria entre nós, eu nem mesmo procurei outra mulher, não me lembro a última vez em que fiquei tanto tempo sem sexo, mas eu simplesmente não me interessava por outra.

Alguns minutos depois a reunião acabou, todos se dispersaram ou saíram da sala, continuei ali pensando e olhando para ela que conversava com a criadora da nova propaganda das jóias.

- O que acha filho? - Olho para meu pai que estava em pé ao meu lado.

- Desculpe pai, estava distraído. - Me levanto e recolho os papéis.

- O baile beneficente, para arrecadar fundos para orfanatos e instituições de caridade. - Ele olha para William que se junta a nós dois. - Podemos dar uma boa doação, e sua mãe dará uma de suas jóias de família para o leilão.

- É uma ótima causa, não é querida?
- Olho para Aileen que se aproximou ao lado do pai, e espero por sua resposta.

- Sim, uma causa maravilhosa, pensei que podíamos doar uma das peças exclusivas.

- Excelente idéia. - A atenção de William se focou em mim em seguida. - O que acha Matt?

- Sim, com certeza é uma ótima ideia. - Falo olhando em seus olhos. - E é muito honrado da parte da mamãe doar uma das joias da família também, se bem conheço ela vai ser uma das mais valiosas, ela tem um coração maravilhoso e ama ajudar crianças.

- Você tem razão filho, e também é muito bonito da sua parte querer doar uma das joias exclusivas Aileen, eu estou de acordo com sua ideia, muitas pessoas precisam de ajuda, e nós temos muitos meios de ajuda-las.

Logo outras pessoas se juntam e a conversa mudou de rumo, me deixando preso ali em uma conversa infinita, Aileen foi esperta em sair antes de começar, sorri comigo mesmo quando o pai dela precisou lhe entregar alguns papéis e eu claro me ofereci para levá-los.

Caminhei lentamente pelo corredor que levava até sua sala parando a frente da sua secretária, olhei a loira nos olhos e quando o fiz ela podia facilmente ser comparada com um tomate, será que ela ficava assim com qualquer olhar? Como ela trabalhava de secretária sem morrer de vergonha?

- Oi, Megan? - Pergunto já que não tenho certeza.

- Sim senhor, em que posso ajuda-lo?

- Vim trazer esses papéis para Aileen, ela está aí?

- Sim senhor...

- Ótimo. - Entro na sala sem dar a ela tempo para que ligue e avise que estou la.

Á primeira visão que tenho é de Aileen sentada em sua cadeira, olhando fixamente para alguns papéis, lentamente ela levanta a cabeça e seus olhos se encontram com os meus, ela piscou confusa.

A segunda coisa é um homem sentado a sua frente e de costas para mim, assim que fecho a porta ele se vira e olha em minha direção e posso analisa-lo verdadeiramente.

Ele é loiro, provavelmente tem minha idade ou pode ser um pouco mais velho, usava um terno sofisticado e seus olhos castanhos me analisaram minunciosamente como se estivessem me estudando, como se fossem acostumados a isso.

Eu já havia entrado e eles já estavam me olhando  então era tarde demais para voltar como se nada tivesse acontecido.

- Senhor Callow, algum problema? - Só  me toco de que ainda estou parado na porta quando Aileen se pronuncia.

- Não. - Assumo minha melhor expressão de desdém. - Só vim para deixar esses papéis, seu pai mandou, são de extrema importância, me desculpe eu não sabia que estava ocupada.

- Oh... Você não atrapalhou. - Ela levanta-se e vem até mim pegando os contratos. - Obrigada. Esse é Mason White, Mason este é Matthew Callow.

- Muito prazer Sr. Callow, pode me chamar de Mason. - O homem levanta-se e estende a mão a qual cumprimento.

- O prazer é meu, pode me chamar de Matt.

Ele olha de mim para Aileen que da dá de ombros e depois volta a me olhar com um sorriso nos lábios antes de voltar a falar.

- Bom, creio que seja minha deixa. - Ele da um beijo na bochecha de Aileen e anda em direção a porta. - Espero sua resposta Aile, se descobrir algo não deixe de me avisar ou então vá até minha casa.

- Tudo bem Mason, não fique bêbado sem mim.

- Eu nunca faria isso, mas não posso prometer nada em nome da Cassandra, a sua amiga não obedece ninguém. - Novamente o homem sorri e pisca para ela antes de sair - Até a noite querida. Sr. Callow, foi um prazer.

Observo o sorriso que ela da ao homem, aquilo me causa algum tipo de incômodo, não que seja da minha conta o assunto dos dois mas não posso evitar o sentimento, será que era por causa dele que ela me evitava?

Eu pensei que ela não tivesse ninguém, e mesmo que não tivessem se assumido eu sei que isso seria motivo mais que suficiente para ela não sair com outros caras, parecia algo que fazia parte da personalidade dela, e eu feito um idiota não percebi, e novamente como um imbecil antes de pensar direito volto a abrir a porra da boca.
 

Aileen - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora