Aileen - Livro 1

Capítulo 27

Matthew

Eu nunca imaginei que aquelas palavras fossem sair da minha boca tão cedo, mas algo me puxava para aquela mulher de um modo que eu não sabia explicar.

Quem eu queria enganar? Eu fui aquele dia a mansão atrás dela, como um cachorrinho que vai atrás de sua dona, eu queria ao menos notícias suas, e o que encontrei foi muito melhor.

Mas Aileen era muito mais surpreendente do que imaginei, e que alegria poderia ser maior naquele momento que saber que ela sentia o mesmo por mim?

- Então faça isso direito Matt. - Ela levatou-se e deu um passo para traz me olhando.

- Quer namorar comigo?

- Nós nem parecemos adultos sabia? Parecemos dois jovenzinhos. - Ela me corta com um selinho e sorri.

- Não complique tudo mulher, quero vir atrás de você sem motivo aparente, quero beijar você onde eu quiser, se isso quer dizer voltar no tempo, quero ser adolescente de novo.

- Sim Matt, eu aceito.

Sorrio e beijo seus lábios apaixonadamente, tirando o fôlego de ambos, mas antes que possamos prosseguir com qualquer coisa, Cristal bate na porta quase a derrubando e dizendo que os homens chegaram.

Conheci seu primo e avô, os quais foram muito gentis, o seu tio embora educado parecia muito desconfiado, diferente de Willian, Timothy parecia menos tolerante a relacionamentos modernos, ou homens estranhos perto da sua filha e sobrinhas.

Os homens eram mais reservados e silenciosos do que as mulheres, mas nada que um assunto em comum não resolvesse. Rapidamente eu estava no meio de todas aquelas pessoas e me sentia muito bem, como se estivesse no meio da minha própria família.

Passei o restante da tarde trancado no escritório com o pai dela, não menti sobre resolver assuntos de trabalho, mas é claro que com um sorriso idiota nos lábios. Eu não estava atrás de um romance, mas algo em Aileen me fazia cativo e feliz, eu estava alegre, sentia uma felicidade que me deixava como uma criança em um parque.

- Matthew? - Levanto o olhar prestando atenção em Noah jogado no sofá assistindo alguma merda. - Você transou?

- Isso é da sua conta? - Sento ereto e coloco os pés no tapete.

- É, se estou falando e você fica com essa cara de quem comeu chocolate escondido.

- Qual é a cara de quem come chocolate escondido?

- Não muda muda de assunto filho da puta.

- Pedi Aile em namoro. - Sorrio com a lembrança. - E ela aceitou.

- Você tem ideia do quanto isso soa louco? - Ele mexe no controle como se eu nem estivesse ali. - Você gosta dela, não ficou com outra mulher depois que a conheceu, não é muito cedo para estar apaixonado?

- Tem um tempo certo para se apaixonar? Pelo que eu sei, você não é nenhum gênio nessa arte meu caro primo Noah. - Desdenho com um gesto de mão.

- Você tem razão, mas você parece um idiota, o último homem que vi assim foi seu irmão, e agora está casado. - Olho para sua falsa cara de tristeza. Babaca. - Estou perdendo meus soldados.

- Um dia meu caro, você vai parecer um idiota, e nesse dia vou te encher até conseguir tirar esse sorriso sacana do seu rosto de filho da puta.

- Assim me sinto magoado. - Ele coloca a mão no coração de forma dramática. - Duvido muito que uma mulher consiga me deixar de quatro, mas não acho impossível não sou um imbecil.

- Você é sim, só que é um imbecil inteligente.

Era agradável ter Noah por perto, ele era como um irmão, por ser mais velho sempre me defendeu, assim como Tyler, por isso sempre fez parte da minha vida mesmo longe.

Noah era filho da minha tia Estefânia, que morreu quando o mesmo ainda era um menino, ninguém sabe quem é o pai dele e nunca se precisou, o filho da puta fugiu assim que soube da gravidez da minha tia, isso era tudo que ela contou a meus avós.

Pelo que eu sabia minha tia era perdidamente apaixonada e amou o pai de Noah até o dia da sua morte, meus avós ficaram arrasados, eu era muito novo, não me lembro de muita coisa apenas de como todos choravam e do sentimento de tristeza.

Meus avós criaram Noah como se fosse um filho, mas eles moravam na Itália, o que fez Noah adquirir o hábito de sempre estar entre dois países, quando meu avô paterno morreu, a oito anos, eu achei que ele ficaria devastado, mas não, no fim era ele quem estava lá dando força a todos nós.

Sempre admirei essa qualidade em Noah, de ser uma rocha, de sempre ajudar todos, de sempre tentar fazer todos rirem, mas no fundo mesmo que ele não demonstrasse eu sabia que ele tinha seus demônios, eu só esperava que ele encontrasse alguém com quem se abrir, deixar a armadura cair.

- Um dia meu irmão você vai se apaixonar perdidamente, de uma forma bem mais forte, e esse será seu castigo por achar que nunca acontecerá com você.

- Está confessando que está apaixonado Matt?

- Não preciso confessar algo que é óbvio. - Suspiro e me jogo no sofá - Só não estou tentando lutar contra a maré, eu sei que ela me conquistou, não preciso lutar contra isso.

- Espero que sua praga não me toque. - Ele faz um barulho esganiçado - Isso é tão piegas... Se apaixonar, não está no meu sangue, prefiro comer meu chocolate a céu aberto, sabe como é, entrar na loja e escolher o que te atrai mais.

- Essa sua comparação é a mais escrota que já vi.

- Pra mim é uma ótima comparação, e mais, só estou dizendo que não tenho planos pra isso, nunca desejei uma mulher, isso vem acompanhado de relacionamentos complicados, filhos e muito, muito estresse. - Noah faz o sinal da cruz e levanta-se - Estou saindo, para meu quarto, não vou arriscar de sair essa noite, Deus me livre dessa sua praga pegar de verdade e eu acabar esbarrando com a mulher da minha vida no elevador.

- Você é um idiota.

- Um idiota gostoso, e sua inveja por nunca chegar aos meus pés não me atinge.