Capítulo 3

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Aileen

  Eu tinha prometido a mim mesma que nunca mais me deitaria na minha cama antes de sair a noite, mas falhei em minha promessa miseravelmente, e acabei dormindo quando cheguei do trabalho, e como consequência me atrasei para o jantar, eu deveria botar fogo na minha cama porque ela sempre parecia me hipnotizar, e eu como uma patinha caia na armadilha daquela cama traiçoeira.

  Entrei direto, aquela era minha casa afinal, deixei meu sobretudo no hall e me olhei no grande espelho da parede, meus cabelos longos estavam lisos e jogados para traz, o vento havia jogado algumas mechas desordenadas para frente então ajustei rapidamente, um vestido preto e bastante justo que chegava abaixo do meu joelho e tinha um decote redondo, deixando meus seios bonitos e elegantes, sem muita maquiagem apenas olhos delineados e um baton claro, nada chamativo demais para um jantar informal, eram amigos dos meus pais eu gostava de estar bem vestida.

  Sigo para a sala de visitas onde ouvi vozes, me arrependendo da minha entrada sorrateira, porque assim que entrei todos os olhares se focaram em mim, é claro, eram apenas cinco pessoas, senti o rubor em minhas bochechas que ficaram quentes instantânemente, não porque me olharam e sim porque sabia que estava muito atrasada.

- Desculpem o atraso, eu tive um imprevisto. - Falo rápido quebrando o silêncio.

- Está tudo bem querida? - Mamãe levantou e veio ao meu encontro.

- Sim mãe, não foi nada demais. - Dou um beijo em sua bochecha fazendo ela abrir um radiante sorriso.

- Estávamos a sua espera querida, venha. - Meu pai estende sua mão me levando até seus convidados.

- Você está cada vez mais linda Aileen. - Retribuo o abraço de Anna Callow, sempre tão carinhosa.

- Seu pai estava nos contando o quanto você se destaca na empresa. - O senhor Callow coloca a mão nos ombros da esposa me direcionando um sorriso.

- Não faço nada demais, apenas meu trabalho senhor Callow, papai gosta de exagerar. - Retribuo seu sorriso.

  Meu olhar é direcionado para o homem atrás de ambos, eu conhecia aqueles olhos, me lembrava da primeira vez em que os vi, Matthew Callow estava muito diferente, e as fotos em revistas ou redes sociais não faziam jus a verdadeira beleza daquele homem, seu porte atlético, ombros largos, o cabelo loiro escuro penteado de forma moderna, à sombra de uma barba crescendo, um belo queixo quadrado, e seus olhos hipnóticos.

O homem era irritantemente bonito, e Deus me ajudasse, porque também era extremamente gostoso, Matthew no entanto não era musculoso ao extremo, pessoalmente seu porte parecia com o de um nadador olímpico, músculos magros e nós ligares certos.

- Lembra do meu filho caçula Aileen? - Saio dos meus devaneios e admiração com a voz do seu pai, tirando minha atenção temporariamente do homem.

- Sim, é claro. - Estendo minha mão para ele. - Como vai Matthew?

- Muito bem, obrigado. - Um arrepio passou por todo meu corpo ao ouvir sua voz grave e masculina. - Aileen.

  Antes que possamos falar outras coisas um dos empregados nos avisa que o jantar está pronto, todos seguimos para a sala de jantar, apenas nós seis, Scarlet estava na faculdade, provavelmente com a cara enfiada em algum livro de medicina ou em um copo de tequila com as amigas, e ninguém pode julga-la.

Loren, bem, ela era um caso a parte, fazia quatro anos que tinha se casado e desde então mau a víamos, nós nem sabíamos o motivo, mas ela se afastou da família de uma forma um tanto dolorosa para nós que sentíamos sua falta.

  Durante o jantar eu fui constantemente bombardeada pelas perguntas relacionadas a novos parceiros, contratos e sócios, não era incomum já que eu lidava com grande parte burocrática sobre tudo relacionado a isso, o que eu gostava, não só a minha opinião importava naquela mesa mas também a das outras duas mulheres, o que não era o caso em um mundo comandado por homens, mas me senti orgulhosa dos homens naquela mesa serem tão democráticos e se importarem com a opinião de todos os presentes.

  Mas Matthew quase não falou, ele parecia inclinado a descobrir algo relacionado a mim, sua atenção era constantemente direcionada a mim, não era a primeira vez que acontecia, mas pela primeira vez eu me sentia confortável com a atenção, me sentia triunfante, e devolvi com muito gosto seus olhares, eu queria que ele me visse, queria vê-lo se interessar.

   Mas para minha surpresa aquilo aconteceu de forma um tanto quanto rápida, eu não era assim, não queria chamar a atenção de homens que não conhecia, será que aquela beleza avassaladora estava contribuindo? Talvez, mas a questão era que eu não podia negar que meu corpo estava satisfeito em ter sua atenção para mim, Matthew era, de muitas formas, "meu tipo".

   Dirigi algumas perguntas a ele, o que pareceu incentivar os outros a fazer o mesmo, sua voz era... Veja bem, talvez para outras pessoas não fosse mas para mim, era extremamente sexy, me causando alguns arrepios de prazer.

   Bebi alguns goles de vinho e respirei fundo para me controlar, o que diabo estava acontecendo comigo, eu não era assim, desse jeito iria acabar empurrando o homem para a sala mais próxima e escura, e iria arrancar a roupa dele, apenas para ver do que ele era capaz, ou ele poderia arrancar a minha, para saber do que eu sou capaz não é?

   Deus do céu, eu com certeza não estava em meu juízo perfeito, então olhei para a taça de vinho, sim, ela era a culpada da minha perversão, por isso deixei ela de lado e me concentrei na água, era refrescante e me deixaria lúcida, me concentrei nisso, e não sobremesa a minha frente.

Mas dez minutos depois eu tive a prova de que o vinho não tinha culpa nenhuma em meus pensamentos, eu só tinha que agir normalmente e aquela noite acabaria bem, sem incidentes de pessoas nuas por aí, sem vergonha, ou na pior das hipóteses... Ser tudo coisa da minha imaginação e o pobre coitado só estivesse agindo normalidade.

Aileen - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora