Sant🎱
Olhei meu celular pra ver a hora que era cinco e quarenta.
Sant: pô mina vou vazar cara, cinco hora já, quase seis. - ela fez careta.
Fiquei o dia inteiro com a Alícia, a mina era legalzinha pô, não é cheia das frescuras e topo tudo que eu falei.
A gente foi na praia ficamos umas horinhas lá até um playba que ela ficou na França aparecer, ela quis vazar na hora.
Nós comemos pizza, batata-frita e um bagulho que ela fez lá da França, nem sei o nome mas o negócio é bom demais.
Ela até ficou falou mal de umas meninas pra mim.
Alícia: minha mãe chegou. - olhei pra porta.
Sant: vou pular a janela pô. - ela deu risada.
A mãe dela apareceu ali e encarou bois dois depois deu um sorriso, achei que a coroa ia me matar.
- quem é ele Alícia? Namoradinho?
Alícia: mãe! Por favor, é só um amigo.
- prazer Lis. - estendeu a mão e eu peguei.
Sant: satisfação, Sant.
Lis: seu nome verdadeiro?
Sant: não, é apelido. - ela assentiu. - bom, falou aí Alícia, tenho que ir mermo, tchau.
Lis: fica mais, não precisa se apressar, quero conhecer o namorado da minha filha.
Alícia: Poxa mãe. - dei risada coçando a cabeça.
Lis: vou só tirar esse salto e já volto. - saiu dali.
Alícia: desculpa pela minha mãe.
Sant: tu tem quantos anos mina? Namoral.
Alícia: dezessete, faço dezoito mês que vem.
Sant: Pô, pedófila em. - ela deu risada.
Alícia: minha mãe provavelmente vai fazer um interrogatório, então se prepare. - assenti coçando a cabeça.
Sant: foda em.
Alícia🍒
O Sant já tinha ido embora e minha mãe não parava de me encher o saco.
Lis: Vocês fizeram? Perdeu a virgindade? - assenti. - usaram camisinha né? Como foi? Ele foi fofo, gentil, legal?
Alícia: usei. Foi bom, gostoso. Ele foi legal.
Lis: aí minha menina perdeu a virgindade. - bateu palmas e depois me abraçou.
Alícia: mãe, por favor.
Lis: eu só tô feliz, o cara é legal e lindo. Você dizia que caras muitos taduados não fazia seu tipo, agora, perdeu a virgindade com um.
Alícia: as coisas mudam dona Lis, passado é passado. - ela deu risada.
Lis: como eu não pude ficar o dia inteiro com você a gente podia sair pra algum lugar ou ficar a noite toda comendo besteiras e conversando.
Alícia: mas a senhora não tá de dieta?
Lis: que dieta linda? - dei risada e ela fez cara de deboche.
Alícia: vou banhar e já volto. - sai da sala indo para o quarto.
Tomei meu banho e fiz mais outras coisas, peguei um edredom e voltei para sala.
Alícia: cheirinho bom. - fui até a cozinha.
Lis: o tempo que você ficou no banho deu pra mim fazer brigadeiro e fritar alguns pastéis.
Alícia: vou escolher o filme.
voltei para sala ligando a TV e colocando na Netflix, coloquei uma razão para viver e pausei.
Minha mãe voltou para sala com os pastéis, refrigerante e dois copos, colocou em cima da mesinha que tinha ali e eu despausei o filme.
Assistimos dois filmes e depois ficamos conversando.
Lis: Filha, eu preciso te contar, algo muito sério. - falou derepente e eu olhei pra ela sem entender. - É um assunto delicado, peço que escute tudo primeiro antes de falar ou gritar, primeiramente quero te pedir desculpas por fazer isso, foi tudo pelo seu bem. O seu pai, ele não era caminhoneiro, e eu não conheci ele em uma balada e sim em um baile de favela. Nós começamos a se envolver e ficamos num sexo casual até minhas férias acabarem e eu ir voltar pra França, fiquei passando mal por dois meses, sua vó me levou ao médico e nesse momento eu descobri que estava grávida. Voltei para o Brasil com sete meses de gestação e fui a procura pelo seu pai, procurei ele e o mesmo disse que ia assumir, fiquei morando com ele até você nascer. Ele registrou e deu total assistência até os seus seis meses. Com seus seis meses de idade eu voltei para França, sem falar com o seu pai, eu tinha fugido dele.
Alicia: mãe... Meu pai tá vivo? - falei segurando o choro.
Lis: O seu pai é um traficante muito procurado, mão queria meter você em confusão, e muito menos queria que tirassem você de mim, se eu continuasse no rio eles ia descobri sobre você e te sequestrasse ou fazer pior, eu fiz tudo isso pra te proteger Alícia, eu só queria o seu bem.
Alícia: Quem é o meu pai?
Lis: Alícia, e...
Alícia: quem é o meu pai?
Lis: ele é dono de manguinhos, Alemão o seu vulgo.
Senti uma tontura e coloquei a mão na cabeça.
Tava sendo foda raciocinar que o meu pai estava vivo e minha mãe me escondeu isso por dezessete anos da minha vida.
Alícia: Por que você fez isso?
Lis: eu queria o seu bem.
Alicia: Mãe você viu, todas as notas noites que eu chorei só porque não tinha um pai, as crises de ansiedades que eu tinhas, as apresentações na escola e meu pai não estava presente pra me ver e me gravar, e eu ficava chorando na salinha não querendo me apresentar, as vezes que eu chegava da escola chorando porque eu não tinha pai e todas as minhas amigas tinham, e todas elas ficavam me zuando, eu me cortei e quase me matei com quinze anos de idade porque eu sofria bullying na escola, e era porque eu não tinha pai. - me levantei do sofá. - Mãe você vive falando que quer apenas minha felicidade, mas não pensou nisso antes de fugir e nunca mas permitir que eu visse o meu pai.
Lis: Alicia, por favor, sente-se aqui, vamos conversar direito.
Alícia: eu não quero conversar agora, eu só quero ficar sozinha e raciocinar tudo que está acontecendo.
Fui para o meu quarto e troquei de roupa colocando uma calça e um moletom.
Peguei meu celular e meu fone em cima da cama e sai dali.
Abri a porta de casa e escutei minha mãe me chamando, apenas sai daquela casa batendo a porta.
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Nosso Mundo - Em Revisão
RomanceTeus olhos famintos me chamam, me chamam Me levam embora sem eu perceber E quando eu te sinto eu vejo Que eu só me acho encontrando você