As garotas não gostavam de mim e eu não sei o porquê.
Cheguei na sala em silêncio como sempre e me sentei no meu lugar.
Nessa escola tinha aula de francês e inglês, nessas duas matérias eu tenho certeza que irei passar.
Uma menina sentou na minha frente e percebi que ela não conhecia ninguém, tentei puxar assunto, ficar sozinha é muito ruim.
Alícia: Oi, é nova aqui? - ela se virou me encarando e fazendo uma careta.
- nem vem falar do meu cabelo e da minha cor, se for pra ficar me gastando é melhor ficar quietinha, se não vai ser ruim pro teu lado. - se virou novamente.
Alícia: me desculpa, eu não queria fazer essas coisas com você. Queria só conversar.
- Desculpa ae mina. - me olhou. - essas patricinhas daqui são tudo chatas, adora falar do meu cabelo, minha cor, ficar me zuando porquê moro me uma favela, mó chata elas. - fiz cara de confusa.
Alícia: me desculpa, mas o que significa, mó, mina, favela,gastado, teu? - ela riu e eu a encarei sem entender.
- Você é de onde?
Alícia: sou da França, estou no Brasil a dois meses. - dei um sorriso. - prazer Alícia Angelle Vidal. - estendi a mão e ela segurou ela me comprimento.
- não precisa falar o nome todo, sou Tatiana, mas pode me chamar de Tati.
Alícia: ok, Tati. - soltei uma risada.
Tati: Bom vou te falar os significados daqueles gírias. - ela me falou daquelas e de mais algumas.
As aulas tinham terminado e eu estava esperando meu motorista, fora da escola.
Tati: Passa teu número aí, nós marca um rolê. - olhei confusa pra ela que deu risada - rolê é sair, ir em uma festa, balada.
Alícia: Ah sim. - gargalhei. - onde fica a sua casa?
Tati: Na favela, Manguinhos, meu pai é dono de lá. - balancei a cabeça. - tô indo, tchau.
Alícia: Adeus. - acenei e ela balançou a cabeça saindo dali.
Achei que ia demorar mais tempo para arrumar uma amiga, gostei demais dela.
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Tatiana Vidal Santiago, 16 anos.
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