Nosso Mundo - Em Revisão

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Alícia🍒

Fazia duas semanas que eu tinha voltado pra casa.

Eu tava perdida, minha vida parecia não ter mais rumo.

Depois que perdi o Jean, perdi a vontade de tudo, até de viver.

Eu já tinha comprado quase tudo pra ele, exceto o carrinho.

Vou te que doar tudo, saber que vou precisar me desfazer de tudo, dói meu coração.

Queria tanto ver o rostinho dele, pegar ele no colo e apertar.

Não é como se uma parte de mim foi junto, é como se todas as partes foram com ele.

Eu to perdida, sem chão.

Essa com certeza é a pior coisa do mundo.

Aquele sentimento de ódio, misturado com tristeza, é o que tinha no meu coração.

Eu queria saber quem foi a pessoa que fez isso.

Como um ser humano consegue ser tão ruim assim? Imagina, se fosse o filho que está na barriga da mulher dele.

Escutei batidas na porta e não respondi.

Não quero falar com ninguém, preciso de um tempo pra mim, pensar, e tentar ter um equilíbrio.

Lis: Filha, vem jantar por favor. Abre então, só quero ver você. - respirei fundo.

Alícia: não tô afim agora mãe. - escutei um suspiro e barulho de passos.

Eu precisava sair dessa casa, ir pra um lugar que me acalma.

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Me sentei na areia e tirei o capuz da cabeça.

Fiquei observando o mar e escutando o barulho que ele fazia.

Não tinha ninguém na praia, tava deserta, e ainda era três horas da tarde.

Dois minutos depois apareceu uma família, um casal e o seu filho que aparentava ter cinco anos.

Eles corriam atrás da criança, e as vezes a criança corria atrás deles.

A angústia me tomava, dor no peito, meus batimentos acelerados e o excesso de pensamentos negativos.

Fechei os olhos tentando pensar em uma coisa boa.

Comecei a lembrar de quando o Sant me trouxe aqui, e eu falei que era pra fingir que a gente não se conhecia.

Lembrei da vez que eu vim com a Tati, e nós fizemos guerrinha de água, e as duas levaram caixote.

Eu precisava afastar um pouco os meus pensamentos negativos. Não podia ficar desse jeito pra sempre.

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