61. Implore por mim - Part. II

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Califórnia - Riverside
Novembro de 2017 - 18:18 PM

POV. Elizabeth Avery

A sensação era de afogamento, aquele pano tampava minha boca e meu nariz enquanto a água caía sem parar.
Aos poucos fui perdendo os sentidos, meu corpo foi parando de lutar, eles não iam parar com aquilo e eu já não tinha mais forças pra tentar me soltar.

Tentar ficar viva já estava se tornando cansativo demais pra mim e eu já estava quase desistindo de insistir. Talvez tenha chego a hora de eu finalmente descansar.

Justin estava à poucos metros de mim, mas ele não podia fazer nada, porque estava amarrado e sendo segurado por dois homens.
Mesmo com a água batendo sobre meu rosto, eu ainda podia ouvir seus gritos e ameaças.

Ele fez a escolha dele, escolheu não implorar pela minha vida, então ficar gritando agora não adianta muita coisa. Na verdade só piora, me deixa mais triste, coisa que achei que não fosse possível, mas ouvir o Justin literalmente permitir que me matem, realmente acabou comigo.

"Sinto muito".
Ele sussurrou pra mim.
Mas na verdade eu que sinto muito.
Sinto muito por não ter aproveitado minha vida o suficiente, sinto muito por ter amado tanto uma pessoa que nunca me amou de volta e sinto muito por tudo estar acabando dessa forma, comigo rodeada de homens se divertindo com o meu sofrimento.

Durante toda a minha vida, sempre busquei transmitir coisas boas, mas dificilmente recebi o mesmo de volta.
Com o tempo eu fui me acostumando com isso, mas achei que uma hora isso fosse mudar, porque sei lá, ninguém pode se foder pra sempre né? Pois bem, me enganei!

Sentia uma mão na minha parte íntima e já não sabia oque era pior, a água me sufocando ou ser violentada dessa forma.
Eu já não aguentava mais isso, se eles querem me matar me matem logo, estou cansada de ser ridicularizada assim. Justin já disse que não vai ceder, porque eles não colocam logo um fim nisso?

Estava quase perdendo a consciência quando a água parou de cair e minha cabeça foi jogada pra frente com força, depois disso comecei a jogar toda a água que engoli pra fora.
A cada vez que eu tossia minhas costelas doíam mais, provavelmente estavam quebradas e a sensação era de que elas iriam me perfurar a qualquer momento.

Aquela mão áspera não estava mais entre minhas pernas, mas a sensação de nojo ainda estava presente em mim. Estavam me usando como um brinquedo.

- Liz? - Justin me chama, mas não tenho força e nem vontade para olhá-lo e muito menos responde-lo.

- Tá melhor amor? - Noah levanta minha cabeça, me obrigando a encará-lo.

Até pensei em responde-lo, mas quer saber? Foda-se.
Noah é um merda, esses homens que estão junto com ele são uns merdas também e nada que eu disser vai mudar isso.

- Acho que ela aprendeu a lição. - Pablo ri da minha cara.

- Oque foi amor, o gato comeu sua língua? - Sandoval acaricia meu pescoço e ameaça me enforcar às vezes.
Na real, acho que ele tem fetiche nessas coisas. Torturas, sofrimento... ele é um verdadeiro doente.

Tento me mexer, aquelas mãos nojentas dele sobre mim estavam me enlouquecendo e eu só queria que tudo isso acabasse logo. Ele ameaça descer meu sutiã de vez, então dou um chute no seu saco, com toda a força que ainda me restava.

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