The Feelings

34. Nova versão

Califórnia - Los Angeles
Junho de 2017 - 14:00 PM

POV. Elizabeth Avery

Toda dor que antes eu sentia desapareceu, assim como meu ar. Era como se meus pulmões tivessem se esvaziado, meu cérebro congelou, tudo congelou.

Minha ficha tinha caído, durante todo esse tempo eu não fui atrás dele, por acreditar que ele estava bem, mais mesmo assim, eu devia ter ido, ele sofreu um acidente assim como eu, como eu me permiti ser tão egoísta assim?

Todo mundo sabia da morte dele, já faz quase duas semanas que meu amigo morreu e eu só fui saber agora.
Eu tentei ligar pra ele hoje, na esperança de ouvir sua voz brincalhona, eu estava esperançosa dele me atender pra eu pedir para ele vir me ver, me abraçar, me fazer companhia como sempre fazia. Eu passei o dia criando expectativas impossíveis de acontecerem porque ele está morto.

Cameron está morto.

Eu nunca mais vou poder ter sua companhia nas minhas tardes mais agitadas e também nas mais calmas. Ele estava sempre comigo, ele era meu companheiro e agora estou sozinha.

Não sei por quanto tempo fiquei sem respirar, mais só voltei a realidade quando Justin me pegou no colo e saiu comigo às pressas.
Ele correu comigo pela casa, chegando na garagem em pouco tempo, ele tentou me colocar no banco o mais rápido possível mais bufou ao falhar.

Eu conseguia ver tudo, mais não tinha reação pra nada, meu corpo não mexia, eu apenas era movida pelos movimentos de Justin.
Ele parecia estar nervoso, ainda não sei porque mais também não fiz questão de perguntar, apenas deixei a moleza me consumir por completo, encostei a cabeça no vidro do carro e apaguei.

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- Senhorita Avery? - Eu conhecia aquela voz.

- Sim.

- Que bom que acordou. - Abri os olhos e dei de cara com o meu médico.

Então era esse o desespero do Justin, ele queria me trazer ao médico. Passei meus olhos por todo o local, eu estava em um quarto diferente do que fiquei antes, havia algumas flores decorando o local, minha roupa foi substituída por uma camisola de hospital e novamente eu estava ligada a esses aparelhos barulhentos.

- Por enquanto ninguém chegou para a visita, mais acredito que logo alguém esteja aqui. - O doutor checou meus batimentos e depois começou a anotar as informações na sua prancheta.

- Que dia é hoje? - Perguntei assim que notei que meu braço não estava mais engessado.

- Doze de julho.

- Doze? Mais ontem era dia seis. - Aconteceu oque eu imaginava, fiquei desacordada por mais dias.

- A senhorita passou alguns dias medicada, para melhorar a recuperação.

- Fiquei desacordada por seis dias! Eu podia ter me recuperado normalmente!

- Você chegou aqui passando mal, alguns de seus pontos abriram, complicando mais ainda a cicatrização, então achamos melhor deixar você repousar mais.

- Coma induzido não é repouso.

- Certamente, mais foi o melhor para você naquele momento.