Capítulo 25 / memórias

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Midoriya's pov

Acordei quando um calor terrível tomou conta do quarto inteiro, e quando movi minhas mãos na tentativa de encontrar a pessoa na qual abracei antes de dormir, Todoroki, recuei rapidamente ao senti-lo.

Ele estava quente, todo esse calor que abafava o quarto vinha dele, do corpo dele. Tentei acordá-lo sacudindo-o pelo ombro, sem resultados. E apenas quando percebi, me dei conta daquelas marcas estranhas que agora estavam no pescoço dele, fiquei preocupado. Mais do que já estava em relação à elas.

É estranho, porque elas estavam nas costas e agora tomam conta do pescoço dele. Estão se espalhando; e ele está ficando cada vez mais quente conforme eu tento acordá-lo. É perigoso pra mim mesmo, posso me queimar se não tomar cuidado.

Eu não gosto, nunca gostei dessas marcas desde que ele alegou estar tudo bem sobre elas. Ele não as leva a sério.

Até ele se levantar derrepente, em um salto, assustado e ofegante. Chamei pelo nome dele e atrai a atenção dele até mim, e sem me importar com o que acontecesse comigo, eu o abracei, forte.

Ele tremia.

- O que eu... fiz? - Todoroki murmurou baixinho, tentando regular a própria respiração. A primeira coisa que ele fez foi olhar para meus braços, que agora tinham algumas queimaduras devido ao calor ao abraçá-lo.

A expressão dele mudou no mesmo instante, no outro ele se levantou e se afastou de mim.

- Eu machuquei você - ele fala.

- Isso... não é... nada - expliquei.

- Como não? eu machuquei você - ele repetiu, indicando meus braços. - Eu não sei o que está acontecendo, então, não se aproxime de mim por enquanto, por favor...

- Você não sabe? - me levantei da cama, indo até ele - Porque eu sei, Shouto. E por parte isso é culpa sua.

O ar abafado do quarto estava se dissipando, da mesma forma que o espaço entre ele e eu.

- Eu estou bem - afirmei, - mas agora o que me preocupa são essas marcas que se espalharam desde suas costas até o seu pescoço, e você não faz nada em relação à elas.

- Não é - ele se calou subitamente, - Não tem nada a ver. Estou bem.

- Eu quero vê-las, por favor - falo e dou espaço pra ele tirar a camisa. - E também tem um espelho logo ali, veja.

Ele não disse nada e simplesmente tirou a camisa, indo até o espelho.

- Que merda... - ele diz em um sussurro. - Eu ter perdido o controle não deveria ter nada a ver com isso.

- Então o que são essas marcas?

- Não sei - ele responde quase na mesma hora, suspirei.

Agora eu estava impaciente, porque claramente só vai piorar e ninguém sabe o que é isso.

- Não tem o que eu possa fazer! - ele me olha.

- Então vamos até alguém que saiba o que é! - retruquei, me aproximando dele. - Se você não me prometer que vai procurar saber o que pode ser isso, eu mesmo vou.

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