থ►Capítulo 1◄থ

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No começo de tudo....

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Detesto quando a pessoa fica com a cara emburrada, detesto mais ainda quando essa pessoa é o meu namorado

- Põe aquele CD que a gente gosta, tô afim de ouvir uma musiquinha pra alegrar - digo de um jeito contagiante, mas ele me ignorou completamente e continuou dirigindo.

Ok...

- Gui, e aquele seu amigo, o Jonas? Terminou o namoro mesmo? - tento mais uma vez...

As vezes admiro a pessoa boa e paciente que sou....

- Por quê? Tá querendo ficar com ele? - respondeu, entre dentes.

- Hã? O quê? Eu ficar com ele? - não acreditei no absurdo que ouvi - tô só querendo conversar.... - me encosto na porta do carro, deixando minha cabeça encostada no vidro da janela - quanto mau humor... - retruco baixinho.

Eu só posso ter jogado um caminhão de pedras na cruz... Porque minha vida não anda nada bem.

- Você que é vadia.

Isso mesmo, fui chamada de vadia, v-a-d-i-a, em alto e bom som.
Sabia o quanto é depreciativo ouvir isso de alguém que você gosta? Dói no fundo da alma. Eu já não era tão apaixonada pelo Guilherme como no começo, mas ouvir isso da boca dele doeu, tive vontade de sumir... Até então fiquei sem reação, afinal, como responder a um tipo de ofensa dessas? Ainda mais quando ela vem do seu próprio namorado? Eu não fiz nada para ser chamada assim! Por isso fui pelo caminho mais fácil, o da conversa.

Então eu pergunto:

- Vadia? Por que vadia? - viro o rosto para ele que até então mantinha o olhar fixo na rua.

- Não se faça de boba, Elly - foi áspero.

- Olha, eu realmente não sei do que você está falando - viro o rosto para a rua - se quiser conversar como um adulto, estou aqui.

- É pra eu falar mesmo o que você fez? - me viro novamente em sua direção.

- Por favor - digo em um tom de deboche.

- Você aí com o seu vestidinho, quando saímos do restaurante passou um homem do seu lado e disse "que morena gostosa " Ridículo! Olha pro seu vestido - ele dá uma breve olhada em mim. Sinceramente não vi nenhum problema em meu vestido, ele tinha estampas de macaquinhos em uma vibe bem infantil, era rente ao meu corpo e batia um pouco acima dos joelhos - senti nojo quando ele disse isso!

Ah, tá de brincadeira.

- Nojo dele, né? - dou essa chance para ele não ser um estúpido.

Mas ele não aproveita, é claro.

- Não, nojo de você.

- Para o carro - fui imediata.

- O quê? - pergunta confuso.

- Para o carro que eu vou descer - digo seriamente.

- Para de palhaçada, não precisa disso - diz simplesmente sem parar o carro.

- Estou falando sério, agora, Guilherme. Eu vou descer você parando ou não. Escolha.

- Deixa de drama, você tá perdoada - Ah, não.

- EU NÃO QUERO A PORCARIA DO SEU PERDÃO, EU QUERO DESCER DESSE CARRO NOJENTO, AGORA!

Ele foi forçado a encostar o carro em meio aos meus gritos. Peguei minha bolsa e desci sem lhe dirigir um único olhar. Não havia mais nenhum motivo para aguentar o peso que essa relação me trazia. Meu copo não estava cheio, estava transbordando. Eu não mereço isso! Eu mereço mais, por mais que eu possa me sentir mal no começo, não vou me submeter mais a isso.

Grandes Doses De Loucura(𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮í𝐝𝐨 ✓)Onde histórias criam vida. Descubra agora