থ►Capítulo 27◄থ

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Agora eu entendi, não é as algemas que te prendem... É você mesmo.

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- E você tá melhor? - perguntei o olhando.

- Estou sim, acho que aquela canja ajudou bastante - disse me fazendo sorrir.

- Fico feliz em ouvir isso.

Faz pouco tempo que estamos caminhando juntos pelo jardim do hospício.

- É a primeira vez que te vejo de saia - comentou ele.

Eu usava uma saia de seda branca rodada, junto com uma blusa preta e lindas sapatilhas nos pés.

- Bem, raramente eu uso - toquei de leve em minha saia - ela estava esquecida no fundo do meu guarda roupa.

- Fico feliz que tenha a tirado de lá - disse ele pondo as duas mãos atrás das costas e olhando pro lado contrário - ficou bonita em você.

Tá aí uma coisa que eu venho notando agora, antes, bem no começo da nossa relação, Josh me elogiava de um modo tão natural, como se ele só estivesse dizendo a verdade e basta.

Porém, agora parece que algo mudou, toda vez que ele me elogia, normalmente não olha em meu rosto, como se estivesse até tímido, talvez eu esteja paranóica... Ou não.

- Muito obrigada - agradeci sorridente - Saiba que seu elogio vale de muito para mim - disse e no mesmo instante ele me observou.

- Sério? - pareceu duvidoso, só que havia também um brilho diferente em seu olhar

- Sim, normalmente você só diz a verdade - rir baixinho - então sua palavra vale muito.

- Ahh - assentiu com calma, pondo as mãos no bolso de sua calça - entendi.

- Me conte um sonho - pedi.

- Sonho?

- Sim, um sonho - concordei com a cabeça.

Ele ficou bastante tempo parecendo pensar, só que acabou dizendo:

- Não tenho um.

Pareceu até meio envergonhado ao dizer, acabei suspirando e lhe dando um sorriso amigável.

- Tem certeza? - o olhei.

- Se eu já tive, acho que morreram - deu de ombros.

- Sonhos não morrem! - falei com seriedade, me negando a crer naquilo.

- Não? - parou de andar e me olhou.

- Não - neguei - apenas adormecem, implorando no mais profundo da gente para um dia serem acordados, un? - o olhei esperançosa.

Ele sorriu e voltou a andar, olhando para frente.

- Prometo que se um dia ele acordar, eu lhe digo - suspirei dando um leve sorriso e o acompanhei - e você? Qual seu sonho?

- Ah, eu tenho vários - falei alegre pondo as mãos na frente do corpo - um deles é viajar de barco.

- Viajar de barco? - ele me olhou - bem original, de onde surgiu isso?

- Quando eu era pequena - abaixei meu tom de voz - meu avô prometeu que um dia iríamos viajar de barco, ele iria comprar um, só que... - abaixei o olhar e senti uma mão no meu ombro.

- Sinto muito, Any - disse-me, já sabendo do que eu iria dizer.

Levantei meu olhar para ele.

- Tudo bem - sorri, com um pouco de águas nos olhos - eu vou fazer isso por nós dois.

Grandes Doses De Loucura(𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮í𝐝𝐨 ✓)Onde histórias criam vida. Descubra agora