Diferença

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Terça-feira

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Terça-feira.

Liguei para ele de manhãzinha para ver se poderia me encontrar no shopping a partir das 14:30 da tarde e ele aceitou dizendo iria tentar comparecer o mais rápido que conseguisse.

Após 3 anos de término, confesso que senti medo ao cogitar possuir um sentimento adormecido por ele após o que acontecesse naquele dia. Minha mãe precisava passar em uma padaria perto dali e pedi uma carona até o meu temido destino, vesti um vestido jeans solto, uma rasteirinha branca, óculos de sol, chequei tudo o que precisaria na bolsa e caminhei até o carro. Será que ao vê-lo surgiriam aquelas borboletas no meu estomago no qual ele tinha o dom de provocar? Será que seria estranho por não conversarmos pessoalmente há tanto tempo?

Cheguei por volta das 14:45, passei pelas belas lojas recheadas de sapatos, bolsas e roupas que apenas uma madame poderia usufruir, me acomodei em uma das mesas da praça de alimentação e por ali fiquei. Remexi nas minhas redes sociais entediada durante uma hora, esperando por ele e quando finalmente chegou me mandou uma foto minha sentada de costas para ele.

Quando me virei na cadeira e o vi eu não acreditei. Blusa escura, bermuda caqui, tênis preto, um cabelo invejável e um brinco prateado na orelha esquerda deixando-o incrivelmente mais gostoso do que costumava ser.

O tesão estava acumulado em cada poro do meu corpo simplesmente por vê-lo. Se acomodou na cadeira ao lado da minha e começou a puxar conversa, logo percebi as nossas diferenças. Ao ficar apenas concordando e me mantendo assertiva para não deixa-lo sem graça comecei a viajar sobre como somos diferentes.

Antes de duas pessoas terem um relacionamento é bom que as ideias, as visões de vida, e principalmente as personalidades delas também se casem, caso contrário, será difícil manter algo sólido a longo prazo.

Nicolas Arantes sempre teve uma forte opinião sobre o mundo ao seu redor, gosta de ler sobre o comportamento humano, é extremamente ambicioso, quer a todo custo envolver as pessoas com o seu ponto de vista e vê a formação superior apenas pelo retorno financeiro ou status profissional que obteria futuramente, nunca ligou para as "baboseiras que dizem na escola" como ele mesmo diz. Conversamos sobre rotina, trabalho, faculdade, família e até sobre o melhor tipo de bebida.

"Chato" e "enfadonho" seriam palavras insignificantes perto do desanimo que estava sentindo, tentei levantar um pouco daquela mesa pra pedir um cappuccino duplo para me dar ânimo, andamos um pouco e logo depois ele optou por um milk-shake. Subimos a escada rolante e ele me guiou até outra mesa com a vista panorâmica da cidade, conversamos mais um pouco e logo deu a minha hora. Estava inquieta, e como consequência acabei criando uma barreira invisível entre nós que não permitia que ele se aproximasse, por fim já não olhava em seus olhos.

Depois de muito papo jogado fora, algo estava estranho e ele me perguntou se estava nervosa e eu simplesmente me virei e disse que só tinha ido o encontrar para beija-lo. Após a minha vergonhosa confissão não vi mais nada, minha boca foi tomada por seus lábios deliciosos e carnudos. Deus, como eu ansiava por isso, logo suas mãos foram parar na minha nuca e em meus cabelos, na procura insaciável por seu corpo me joguei contra ele, mantendo a pressão firme de contato entre nosso fervente e delicioso beijo. Ao nos afastarmos, ele se aproximou do meu pescoço perfumado e gemeu por talvez se lembrar da casa em que morava quando nós namorávamos, a mesma em que rolava os amassos de dois adolescentes apaixonados.

Me levantei, pedi um uber e ele me acompanhou até o carro e nos despedimos com um beijinho rápido. Durante o caminho de volta para casa, satisfeita porém extremamente frustrada, comecei a pensar sobre as inúmeras alternativas para o dia ter sido diferente, caminharíamos pelo estacionamento interno, sentaríamos em seu carro para criar um bom clima com conversas legais e agradáveis e depois entraríamos para pedir um lanche e voltar para o carro mas nada disso aconteceu.

Não tem freio que segure a ilusão de uma pobre garota insegura que acabou de concluir 2 anos de cursinho enclausurada dentro de um quarto, sem nenhuma rede social. Totalmente sequelada das ideias.

Foi um beijo, mas apenas isso.

Foi bom para os dois?

Foi bom para os dois?

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-Nicolas Arantes.

                                                                                    - Ariadne Zimmerman

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                         - Ariadne Zimmerman

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