FUGA

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CAPÍTULO 29

Furiosa caminho até a recepção para saída, dou sinal para o primeiro táxi que passa. Parecia que eu iria explodir de tanta raiva. 

Choro descontroladamente.

' como Átila pode fazer uma coisa dessa, Meu Deus! como eu fui burra nunca deveria ter aceitado aquela proposta' eu pensava.

Você está bem moça precisa de ajuda?. Um senhor De cabelos e bigode grisalhos pergunta. Tinha esquecido completamente do motorista . Respiro fundo.

Estou sim! Tento sorrir.

Dia difícil?. Ele pergunta. Faço que sim com a cabeça.

Para onde vamos?. Dei o endereço de casa. 

Mas eu não queria ir para casa,  fiquei olhando a cidade pensando. No que fazer, como eu iria esconder isso de minha mãe, eu não conseguia olhar em seus olhos. Passamos em frente a paróquia de padre Olegário. Desci do táxi, e entrei.

Sentei no último banco  observei as pessoas rezarem.

 Eu me sentia indigna de estar alí, estava impura. Me sentia como uma prostituta. Porque foi isso o que fiz, eu vendi meu corpo por sexo. 

Eu queria ir ao confessionário, mas eu não tinha coragem, tinha certeza que o padre iria reconhecer minha voz. Ele me batizou quando criança, minha mãe me levava todos os dias na missa, eu cresci alí.

Esperei todos saírem, e quando não tinha mais ninguém. Fui até a imagem de nossa senhora, ascendi uma vela. Eu queria rezar mas não conseguia, sentia um bolo na garganta eu só chorava, chorava e chorava. 

Fiquei um tempo alí, e depois que as lágrimas cessaram. Rezei o terço e pedi misericórdia, quando na verdade deveria pedir perdão.

Mas eu sabia que só poderia pedir perdão se realmente eu tivesse me arrependido.

Sai da paróquia e fui caminhando para casa, já estava anoitecendo. 

Escuto o celular vibrar, onze ligações não atendida de Átila. Jogo o celular na bolsa e continuo caminhando, pensando. No porque eu não estava arrependida.

 Cheguei a conclusão, de que eu não estava arrependida, por que na verdade eu tinha gostado. E só não queria admitir isso, eu desejei Átila desde o primeiro momento em que eu o ví. 

Sexo foi  a experiência mais incrível que senti em minha vida, foi completamente diferente do que eu esperava, eu tentava esconder de mim mesma está verdade.

Ainda sim só de pensar em ir trabalhar e ter que olhar para ele, fazia meus olhos encherem de lágrimas. 

Ele não conhecia meus motivos, e entendeu tudo errado.

Escuto o alerta de mensagem, pego o celular e vejo uma mensagem de Salete. Perguntando se Átila tinha falado comigo.

 Se eu aceitasse teria uma breve oportunidade de escapar. Escapar de Átila e do olhar de minha mãe.

Liguei para Salete e durante o caminho para casa, combinei tudo.

Cheguei em casa minha mãe não estava, tinha deixado um bilhete em cima da mesinha, avisando que  foi ao mercado. 

Comprei uma passagem para o Rio só de ida, arrumei minha mala. Tomei um banho e me tranquei no quarto, deixei um bilhete para minha mãe falando que estava cansada e não queria ser incomodada.

FUGA

2:45 o celular despertou, fiz questão de comprar a passagem para o primeiro ônibus.   Me sentia uma ladra saindo de casa no escuro sem fazer nem um barulho.

4:13 o ônibus saiu da rodoviária. A maioria das pessoas no ônibus dormia, eu não conseguia. Fiquei olhando a paisagem quando mais longe eu ficava. Menos culpada eu me sentia, decidi que enquanto eu estivesse no rio não iria pensar  no assunto. Eu precisava de um tempo 

Acordei com o celular vibrando era minha mãe, eu ainda estava no ônibus. Mas ela não sabia, 

Atendi, e expliquei para ela que tinha surgido uma emergência da empresa e que tive que vir.

Ela me deu uma bronca por não avisar, depois de muitos sermões para medida de precaução desliguei o telefone.

9:48 cheguei na rodoviária, fui direto para o hotel peguei a chave do meu quarto, subi e arrumei minhas coisas. Da janela do hotel, vejo o  mar de longe.

Eu não gostava de praia, mais  ainda estava muito agitada uma caminhada talvez me faria bem. Marquei de encontrar Salete às 12:30, eu ainda tinha tempo. O dia estava lindo, uma brisa gostosa batia no meu rosto. 

Durante o caminho, passei por uma igreja, a missa da manhã tinha acabado de acabar. Idosas lotavam a calçada. Olhei pra dentro da igreja e vi a imagem de nosso Cristo. Meu coração se agita, tomei coragem e entrei. 

Não poderia me confessar com padre Olegário, mas ali eu era só mais uma estranha pecadora, comum. Entrei na paróquia o confessionário estava vazio.

Perdoe-me padre porquê eu pequei. Contei tudo absolutamente tudo, desde o começo, contei até como eu me sentia. Conversamos por horas, o padre me orientou. Eu já sabia de quase tudo o que ele falou, e depois ele me mandou rezar. Pedi perdão, e voltei para o caminho da praia. Sentei na areia, e durante um tempo não pensei em absolutamente nada. 

Até que resolvi entrar na água, tinha pouca gente na praia. Primeiro molhei os pés, minha tia sempre dizia que um banho de mar lavava a alma. Fui me molhando devagar para me acostumar com a temperatura da água até que me joguei. Mergulhei, mergulhei, sai da água me sentindo bem.

Voltei para o hotel e fui me arrumar para encontrar Salete.

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