Tinta

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CAPÍTULO 31

Os últimos dias foram ótimos, Salete é tão alto-astral. Trabalhar com ela era muito bom, nos dávamos bem. A não ser pela a obra da sala ao lado, trabalhar o dia todo com barulho de obra, e martelo no meu ouvido era um desafio de concentração. Não tinha espaço para pensar em casa ou Atila.

Liguei para minha mãe, contei que estava tudo bem, Átila não tinha me mandado nem uma mensagem, nem ligado.

Estranho e começo a pensar que deve estar com muita raiva, e já deve estar pensando em me demitir.

Já tinha se passado muitos dias desde a noite no hotel, mas a culpa me consumia como desde o primeiro dia.  

Todas as noites antes de dormir eu era assombrada por meus próprios pensamentos, memorias flashbacks, passavam por minha mente.

A forma que me olhava, me devorando com os olhos, a sua barba roçando em minha orelha. Um calafrio percorria meu corpo e eu erubescia toda vez que lembrava.

Eu sentia que de certa forma o meu corpo estava ligado ao dele, e sentia uma espécie de abstinência.

Apesar de eu estar com raiva, o meu coração se agitava só de pensar em reencontrá-lo . Eu ficava imaginando que talvez isso tudo era loucura demais e que talvez eu devesse procurar ajuda especializada.

Assim que entrei no escritório escutei o relógio apitar 13:00 horas em ponto tinha acabado de voltar do almoço. Os pedreiros estavam a todo vapor, como se fosse uma máquina. Comecei a arrumar algumas coisas, Salete chega e senta em cima de minha mesa.

Que falta de elegância. Salete para ao lado de minha mesa, ela aponta para os operários. Um dos homens, estava pintando a parede de amarelo. Sem camisa todo suado, pele dele brilhava. Ele não era bonito, mas seu corpo era de dar inveja a qualquer atleta.

Olho para Salete ela bebe um suco de caixinha, olha para o pintor de cima a baixo. Com luxúria.

Ei! Ela grita. O pintor olha.

Onde está tua roupa?

A lata de Tinta estourou senhora.

Por favor vista se.

Não tenho uma muda de roupa limpa senhora.

Então a partir de hoje você deverá trazer, temos visita na empresa amanhã.  Ela diz com tom de autoridade.

Sim senhora. Ele diz sem graça.

Teremos visita?

Sim, essa sala é para o meu irmão. Ele vai trabalhar comigo agora. Vai trazer a decoradora.

Não sabia que tinha irmão. Digo

Sim tenho três. Todos eles sabem com o que você trabalha?

Sim. Mas um deles é pastor de igreja de crente e não aprova.

Sua família sabe? 

 não minha mãe é muito religiosa. Digo melancólica.

Agora que eu reparei que você não está mais usando seu terço.

Eu perdi. Sorrio sem graça.

Só não perca a fé. Salete diz praticamente comendo o pintor com os olhos.

Vamos pegue sua bolsa. Ela diz arrumando os cabelos.

Por que onde vamos?

Vou te levar a um lugar.

Entrei no carro com Salete, ela me levou até uma casa de massagem. Bom pelo menos era o que dizia a placa.

Bom dia dona Salete, a recepcionista asiática nos cumprimenta.

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