uma noite longa

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CAPÍTULO 23

' é hoje' minha consciência me adverte, Vou até o banheiro, tomo banho, meus olhos esbarram na gilete. Penso ' melhor estarmos em dia', enquanto me depilo sem acreditar no real motivo.
Sinto o cheiro do café fresco e escuto minha mãe cantarolar.
- nossa que bom humor.
- bom dia filha.
- cadê Daniel?
- levei!
- já mais tão cedo?
- cedo? já são 7:30. Me assusto ao olhar para o relógio.
- você demorou muito no banho hoje. Terminei de arrumar tudo correndo.
- não vai tomar café?
- não tenho tempo.
- não tinha reparado que você tinha emagrecido. Ela diz me olhando da porta do meu quarto.

Para evitar conversa e perguntas sai correndo de casa. Passo pela copa estou morrendo de fome pego uns biscoitos e um café me tranco na minha sala. Não queria que aquele dia existisse, não queria olha para a cara do Átila. Mas era inevitável. Já que eu era sua secretária teria que aprender a lidar com isso principalmente após.

Falamos pouco ao telefone, ele não me chamou nem uma vez. Mandei um mensagem de e-mail para o banco dizendo que precisava falar com o gerente por que o saldo seria quitado.
Suspiro aliviada, era como se tirasse o peso do mundo como Cris disse. Átila não parou no escritório, eu como sempre para tentar me distrair me afoguei em trabalho.
As horas voaram, tudo o que eu não queria, e quanto mais as horas se aproximavam mais tensa e nervosa eu ficava.
Átila não estava então assim que terminei, meu trabalho sai mais cedo. Eu tinha que me preparar.
Fui para casa por sorte encontrei um bilhete da minha mãe ela tinha ido para a missa agradecer, e tinha levado Daniel. Ótimo aquele tempo de paz era o que eu precisava. Tomei outro banho para relaxar, eu estava ansiosa. Pensava em como seria o sexo, se era tudo isso o todo mundo falava. Sexo meus Deus, vou fazer sexo, com o meu chefe. Eu me vendi, vendi minha virgindade, sinto meu olhos encherem. Enquanto lavava meu cabelo pensava, ' não vai ser como nos meus sonhos núpcias, mas pelo menos eu posso fingir que é' .Passei creme por todo o corpo, sequei meu cabelo com cuidado.
Quando abro minha gaveta calcinhas, Visto o melhor que tenho um conjunto rosa bebê com renda. Me olho no espelho, me sinto um pouco mais confiante em ver que emagreci um pouco, mas os culotes continuam. Penso.
Preciso me apressar, preciso sair antes que minha mãe chegue. Tarde de mais, escuto Daniel chegar.
- merda!. digo baixinho tranco a porta.
- tia!. Daniel bate, em seguida escuto a voz de minha mãe.
- filha?
- estou me trocando! minha voz sai trêmula.
Não posso usar um vestido elegante se não ela vai achar estranho e vai desconfiar, e não posso usar uma coisa tão simples com Átila. Ele provavelmente vai querer me levar a um desses lugares cheio de frufru.
Acabo escolhendo um vestido branco, simples mas elegante. Com botões na frente, é um bordado a mão no decote.
solto meu cabelo, os cachos escuros caem até a cintura. Pego minhas coisas e saio.
- tia vai?. Daniel diz assim que me vê sair.
- vou para a casa da Sara.
- sara?
- sim, a do trabalho lembra que eu acabei dormindo na casa dela?
- vamos ao cinema, vou sair com colega de trabalho.
- cuidado filha
- está tudo bem. Vou passar a noite na casa da Sara.
- por que?
- porquê vai ser noite das garotas mãe.
- hum...
- estarei aqui de manhã. Escuto uma buzina lá fora deve ser o carro que Átila mandou penso. Olho no relógio 20:00 horas.
- preciso ir. Dou um beijo em sua testa.
- vai com Deus minha Filha!
- amém. digo triste
-Dou uma última olhada no espelho, olho o crucifixo em meu pescoço. Eu nunca tiro, fecho os olhos e com dor no coração, deixo em casa.

- boa noite, o motorista diz abrindo a porta do carro entro no carro, o motorista me olha através do espelho. ' minha noite seria longa, só não sei se seria boa' penso

- boa noite. digo.

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