Ciumes de Helmund.

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Brienne despertou contente, e espreguiçou seu corpo, enquanto o sono abandonava sua mente, e as lembranças da noite passada a inundavam.

Tinha sido uma noite muito agradável, muito mais do que já teve em uma festa, não se lembrava de algum dia ter se divertido tanto em qualquer evento. Sempre teve que se retrair um pouco por conta de sua deficiência, e controlar-se para que ninguém percebesse seu defeito. Mas ontem tinha sido perfeito. Legolas a ajudou, a conduziu e manteve perto, sempre alerta para algum problema, como identificar o ritmo da música. Ele foi um perfeito cavalheiro, como sempre tinha se portado desde de que o conheceu.

E ela era uma traidora.

Sua cabeça começou a doer quando pensou em Helmund. Tinha beijado o príncipe, traindo não somente ao guerreiro, como também ao próprio príncipe, e o reino, e Dralyth. A bruxa por algum motivo não achava certo que o príncipe se encantasse por ela, e pediu para que se mantivesse afastada e deixasse bem claro a ele, que não estava interessada.

Mas aquele beijo mudou tudo.

Brienne sabia que estava muito encrencada, mas não conseguia se arrepender pelo que tinha feito, talvez se arrependesse da maneira que fez, mas não do que tinha feito. Se tivesse uma outra oportunidade, com certeza o beijaria outra vez. Gostava muito dele, e os dois tinham uma sintonia tão perfeita, que a fazia pensar em "almas gêmeas" e todas aquelas histórias de conto de fadas e príncipes perfeitos. Ela teria que lidar com as consequências, principalmente com os sentimentos que lhe traziam um frio na barriga toda vez o rosto do príncipe invadia sua mente, ou seu campo de visão.

Rachel escolheu esse momento para abrir as cortinas e deixar o ar da manhã entrar. Os pássaros já cantavam, e o som da brisa nas copas das árvores e do rio que corria rente ao palácio, trazia uma leveza a sua alma. Ela se levantou, tomou um banho, se vestiu, e quando sua criada estava penteando seus cabelos, Helmund entrou em seu quarto.

Normalmente ela teria sorrido, se levantado e beijado seus lábios. Mas não foi o que fez, simplesmente ficou olhando-o se aproximar através do reflexo do espelho, pensando em como teria a coragem de mentir para ele, e não dizer o que sentia nesse momento, ou tudo que tinha acontecido na noite passada.

- Preciso de um momento. – ele resmungou. – nos dê licença Rachel.

Sua criada lhe lançou um olhar, mas ela assentiu para que pudesse ficar a sós com Helmund. Assim que ela se foi, o guerreiro agarrou seus ombros e a fez girar no banquinho que usava em frente ao espelho, forçando-a a encara-lo. Seus olhos azuis estavam cheios de fúria fria, os lábios apertados, os cabelos recolhidos e amarrados com um lenço. Seu lenço.

- Sei que saiu ontem à noite. – ele rangeu. – me diga aonde foi.

- Helmund...

- Não invente desculpas, sei que saiu com aquele príncipe. – ele rosnou ainda mais zangado.

- Fui a um Baile em Dale. Mas não fomos sozinhos, Elion e Tauriel foram conosco. – ela apertou as mãos. – foi ideia de Elion que fossemos passar uma noite agradável, o príncipe me convidou.

- E você não contou a mim?!

- Você vive atrás de Elion, se ele não lhe convidou...

- Porra, aquele bastardinho de merda! – ele bateu contra porta, fazendo soar um estrondo da madeira.

- Helmund. – ela se levantou, e respirou fundo, tentando achar coragem no fundo de seu peito.

- Eu sei o que ele fez. – ele disse frenético. – está tentando seduzi-la, a quer. Mas você me ama, Brienne. Nosso amor é maior que isso.

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