Eu amo você.

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Alathair gemeu ao sentir seu corpo ser apertado pelas gases que Lainel havia colocado em seu corpo. Seu corpo todo estava dolorido das noites mal dormidas, a falta de comida e todos os meses que passou encarcerado em sua cela minúscula.

Ele piscou algumas vezes antes de abrir os olhos, a luz suave e baixa das tochas fizeram o bastante para diminuir a ardência em seus olhos. O cheiro das paredes do palácio de Mirkwood o infiltrou, dando lhe um pouco mais de energia ao perceber que estava em casa, seguro. Queria sorrir, mas seus lábios estavam secos, e sua garganta ainda doía um pouco, assim como seu peito.

- Alathair. – chamou Elion de algum lugar. – nós estamos todos aqui, precisa nos dizer o que aconteceu.

- Todos? – ele questionou confuso. – ada?

- Estou aqui pîn lossë (floco {ou pequeno} neve).

Ele respirou fundo, tentando entender quantos elfos estavam o observando, mas o que sentiu deixou seu corpo agitado, seus olhos se focaram em Elion, que estava em pé ao lado de sua cama, seus olhos coloridos fixos nele, um sutil finco se formava entre suas sobrancelhas, os lábios apertados em preocupação, também tentando entender o que acontecia. O elfo aspirou o ar novamente, apenas para ter certeza de que seus sentidos não o estavam enganando, seu peito se agitou, fazendo seus batimentos cardíacos dobrarem.

- Por que você tem o cheiro de outro homem? – ele questionou ao ellon, tentando mascarar os ciúmes em sua voz, mas aquele o conhecia tão bem.

Elion apenas o encarou, sem dizer outra palavra, estava pronto para recuar, se esconder e evita-lo, mas Alathair não permitiria.

- Elion, saia. – ordenou Taelin de algum lugar da sala, o elfo diante dele olhou em direção a porta, quando fez menção de se mover, ele esticou a mão para pará-lo.

- Não! – ele protestou. – Elis...!

Mas o conselheiro tirou seu filho do quarto, o ellon ainda olhou por cima do ombro em sua direção, seu olhar não transmitia muito, na verdade não transmitia aquilo que ele queria ver, que era arrependimento. Seu pai se aproximou, seus olhos prateados refletindo sua fúria ao perceber o quanto Elis ainda o afetava, com um aperto firme em seu braço machucado, ele rosnou impaciente para todo mundo ouvir:

- Esqueça o garoto. Temos assuntos mais importantes aqui.

Alathair respirou pela boca tentando acalmar seu corpo, não deveria deixar tão explicito para os outros o quanto gostava de seu amigo de infância, e a forma como ele gostava. Quando sua respiração voltou ao normal, tentou focar em seu pai que ainda estava ao seu lado, dando lhe um olhar repreendedor por causar uma cena diante de todos.

- Alathair. – chamou Legolas, se aproximando. – por favor, tente se lembrar do que ocorreu.

- Merryc, era conselheiro de Firandir, um dos poucos que ainda eram leais. Mas tudo era apenas uma fachada, ele fez com que o rei nos prendesse nas masmorras por muito tempo. Eu consegui fugir, mas Dralyth e Firandir estavam presos em uma espécie de cela especial, que inibia as forças dela. Não pude fazer nada, então ela me mandou fugir e pedir a ajuda do rei élfico.

Ele sentiu que tinha gastado muita energia ao se estressar, seu corpo ainda estava fraco, e agora seu coração estava pesado. Não soube dizer quanto tempo demorou para contar tudo que tinha acontecido nesses três meses que passou encarcerado, mas ao fim de tudo sentia-se exausto. As lágrimas se acumularam em seus olhos, fazendo-o fechá-los para que ninguém notasse.

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